Blog do Bruno Voloch

Arquivo : novembro 2011

Perder faz parte do jogo, se entregar, como fez a seleção, envergonha o esporte
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Bruno Voloch

A seleção brasileira está eliminada da Copa do Mundo.

Pelo que não jogou nas últimas partidas, especialmente contra a Itália, era de se esperar dificuldades diante do Japão. Agora, perder de 3 a 0 novamente, foi demais.

As jogadoras estão sem confiança, inseguras e por incrível que possa parecer, muitas delas com medo de jogar.

O que não dá para entender é como as coisas chegaram a esse ponto. Um grupo, ou boa parte dele, campeão olímpico e que simplesmente desmoronou.

Não dá para livrar a comissão técnica da responsabilidade, afinal a convocação e as escolhas são feitas pelo treinador.

José Roberto Guimarães tem todo o direito de errar, muito crédito, mas de fato não conseguiu fazer a equipe andar. Talvez tenha faltado ao técnico um faro mais apurado que fosse capaz de detectar as incompatibilidades internas antes de se tornarem públicas.

Reconheço entretanto que é difícil ou quase impossível alterar o rumo das coisas durante a competição. Mas pela experiência e competência, Zé Roberto tem obrigação de nos dar uma satisfação e mudar essa seleção o quanto antes.

Mudar nomes e acima de tudo a postura da equipe. A vaidade não pode existir, muito menos a influência de jogadoras campeãs olímpicas e que se sentem intocáveis.

Perder faz parte, se entregar não combina com o esporte.

E nossa seleção está assim. Se entrega com uma facilidade absurda, não luta como antes e as jogadoras estão com cara de derrotas.

Pode ser desgaste físico, distância de casa, mas nada disso serve como desculpa. E nem poderia.

O clima é ruim, pesado e triste.

A seleção está se acostumando a perder e os adversários perderam o respeito pelo Brasil.

É grave a situação e mudanças se fazem necessárias.

Mudança de comportamento e principalmente de algumas peças.

Para tanto é preciso ter coragem e talvez mudar, para o bem da seleção, a filosofia de trabalho.


Após despachar Brasil, Arrighetti, central da Itália, provoca: ‘Foi uma obra-prima’
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Bruno Voloch

‘Uma obra-prima’.

Assim a central Arrighetti resumiu a vitória da Itália diante do Brasil na Copa do Mundo por 3 a 0.

Virtualmente classificada para a Olimpíada de Londres, a jogadora elogiou a postura do sexteto italiano:

‘Nossa defesa esteve espetacular, o bloqueio funcionou muito bem e jogamos com muita velocidade. O Brasil não conseguiu nos acompanhar’.

Arrighetti afirmou que pouca gente acreditava na Itália especialmente depois do fracasso no campeonato europeu no mês passado. A Itália foi eliminada ainda na semifinal pela Alemanha:

‘Parecia impossível. Mas demos a volta por cima e ganhamos da seleção campeã olímpica’.


Japão vence, assume quinto lugar e empurra Brasil para a sexta colocação na Copa do Mundo
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Bruno Voloch

A seleção brasileira vive de fato uma situação dramática na Copa do Mundo do Japão.

As donas da casa venceram a Coreia por 3 a 0 em Sapporo e assumiram a quinta colocação com 13 pontos. O Brasil, com a derrota para a Itália, é apenas o sexto colocado com 12 pontos.

Domingo, o Japão será o adversário da seleção e uma vitória colocaria novamente o Brasil em quinto.

Nos demais jogos da rodada, uma surpresa. A República Dominicana derrotou a Alemanha por 3 sets a 2 e o resultado pode ajudar a seleção brasileira no futuro. A Alemanha fez 1 ponto, subiu aos 15 e está em quarto lugar.

A República Dominicana, do brasileiro Marcos Kwiek, está fora da briga, mas teve como destaque Bethania de la Cruz que marcou 42 pontos.

Os Estados Unidos ganharam fácil da Argélia por 3 a 0 e estão em segundo com 18 pontos.

A China, derrotada pelo Brasil, fez 3 a 1 na Sérvia e ocupa a terceira posição com 16.

A Itália, ainda invicta, lidera a Copa do Mundo com 20 pontos e 7 vitórias.


Lo Bianco fez a diferença pela Itália; Fabíola de titular é inaceitável e o drama parece sem fim
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Bruno Voloch

Nunca foi tão nítida a diferença que faz uma levantadora em quadra. Assim foi Itália x Brasil.

Lo Bianco, levantadora da Itália, fez um jogo espetacular contra o Brasil e nos fez sofrer. Pior que isso, fez o Brasil encarar uma dura realidade e aparentemente sem solução.

Não temos uma jogadora confiável para a posição.

Fabíola foi triste e mais lamentável foi ver Dani Lins no banco. Nem acho que Dani faria tanta diferença assim, mas definitivamente com Fabíola a seleção não pode jogar. Dani é menos ruim, mais constante e erra menos.

Fiz os elogios merecidos para Fabíola quando entrou e ajudou na virada contra a Coreia. Mas diante da Itália, a limitação técnica dessa jogadora ficou visível. Fabíola é imprevisível, impressioante. As atacantes sofrem com bolas ruins, sem precisão e coladas na rede. Coladas, quando muitas vezes as bolas passam da rede e não podem ser atacadas. Triste.

Imagino o que deva passar pela cabeça de Sheilla, Paula, Mari e cia. São 3 boas bolas razoáveis, para uma ‘jaca’. Fabíola até arrisca mais que Dani, usa as centrais, mas se enrola nas próprias mãos. Contra a Itália fez de tudo. Dois toques, saques errados, falta de precisão e insegurança de sobra. Gritar, ela ainda faz bem, mas não foi o caso de ganhar no grito. Uma pena.

Por sinal esse é um dos sentimentos que tenho da comissão técnica. Não existe solução. Se Fofão já disse não, e convenhamos não seria mais aceitável, o jeito é investir rápido em outras mãos, como Ana Tiemi, Fernandinha e manter Dani para esse processo de transição.

O tempo é curto.

Não se trata de um novo ciclo olímpico onde Zé Roberto teria 4 anos para moldar uma nova levantadora. Os jogos de Londres 2012 estão chegando e junto a triste constatação de que não temos uma levantadora, que dirá duas.

Com Fabíola não dá. Com Dani Lins é até suportável caso não exista outra opção.

Nenhuma das atacantes, acho difícil e faltaria coragem, vai admitir em público essa nossa carência. Mas elas não precisam, está na cara o desconforto e fica visível em quadra.

Não dá para culpar a comissão técnica de maneira geral. As opções podem ter sido erradas, mas falta material humano. Não existe.

Só que se não existe, é hora de arriscar para evitar um novo fiasco no futuro.


Derrota era anunciada. Deu a lógica, Itália não respeitou e atropelou o Brasil
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Bruno Voloch

Deu a lógica.

Após passar sufoco diante da Coreia, Sérvia e China, seria normal ter dificuldades contra a líder Itália.

A seleção brasileira decepcionou novamente, foi dominada praticamente os 3 sets e acabou sendo presa fácil para as italianas.

Verdade seja dita, a Itália fez um ótimo jogo e não deu chances para o Brasil. A péssima atuação da seleção não pode e nem deve tirar os méritos da Itália, líder da Copa do Mundo e praticamente classificada para a Olimpíada.

A passividade com que as jogadoras aceitam a derrota é preocupante. Perder um set, dois e até o jogo é encarado com absoluta naturalidade.

A levantadora Lo Bianco, tema do próximo post, simplesmente fez as atacantes da Itália passearem em quadra. Costagrande raramente era parada pelo nosso frágil bloqueio. Adenízia nos deu uma falsa esperança quando entrou no segundo set e fez alguns pontinhos no terceiro, mas nada que pudesse alterar o roteiro da sétima vitória da Itália.

Fabiana saiu de quadra ainda no segundo set com 1 ponto, isso mesmo, 1 ponto e sem achar uma vez sequer as atacantes da Itália na rede. Foi péssima.

Arrighetti e Gioli jogaram soltas, com confiança e derrubaram 90% das bolas. A baixinha Bosetti brilhou do fundo, da ponta e ignorou nosso bloqueio. A Itália mostrou um sistema defensivo sólido, segurança no passe e quase não errou no ataque.

Poucas vezes se viu nessa Copa do Mundo uma superioridade técnica tão grande entre duas seleções consideradas grandes.

Pelo que mostrou na Copa do Mundo, estava previsto. A Itália não respeitou, atropelou o Brasil e só fez confirmar a lógica.


Comissão técnica não consegue fazer Mari jogar como antes; parte do grupo não ajuda e seleção perde talento
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Bruno Voloch

Apesar de apresentar um vôlei de qualidade sofrível até agora na Copa do Mundo, os recentes resultados da seleção feminina, estão servindo para quebrar um incômodo tabu.

O lado emocional, quase sempre fragilizado de nossas jogadoras, era um dos motivos que nos levava a perder a maioria das disputas de tie-break. Agora, curiosamente, não tem sido assim, ao menos por enquanto.

Vencemos Coreia , Sérvia e China no quinto set. Será um sinal de que temos um grupo amadurecido ?

Óbvio que não, e os altos e baixos durante os jogos, provam isso.

Além da irregularidade, os problemas de relacionamento entre algumas jogadoras não deveriam interferir diretamente no desempenho da seleção, mas pesam e as atletas não conseguem separar as coisas.

Esse é uma questão delicada e que a comissão técnica terá que resolver no futuro.

Nada chama mais a atenção do que o baixo rendimento de Mari. Quem explica ?

Diante da China, Mari saiu e não voltou mais. Sassá foi até o fim.

Mari é craque de bola, tem um potencial espetacular, fora de série, mas não consegue jogar como antes. Pode render na ponta ou mesmo na posição de oposta.

Na Copa do Mundo, Mari está deslocada. Ninguém exige ver Mari sorrindo, pulando e gritando, até porque esse não é o perfil dela. Mas Mari não está feliz e visivelmente desconfortável.

Hoje, dentro da realidade da seleção, José Roberto Guimarães não pode abrir mão do talento dela. Ainda não.

Não tenho dúvida de que a comissão técnica da seleção tenha competência suficiente para trazer Mari de volta para o grupo. Minha preocupação é saber se o grupo, ou exatamente parte dele, quer Mari na seleção. Absurdo.

É uma lástima assistir a seleção perder um talento como o de Mari. A vaidade deveria ser deixada de lado, mas prevalece e como dentro da seleção feminina. Isso não é de hoje, historicamente sempre foi assim.

O ideal seria deixar as diferenças fora de quadra e separar coisas.


Alemanha faz 3 a 0 nos Estados Unidos e coloca Itália na liderança da Copa do Mundo
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Bruno Voloch

Acabou a invencibilidade dos Estados Unidos na Copa do Mundo.

De forma surpreendente, a Alemanha venceu por 3 sets a 0 e chegou aos 11 pontos. O resultado coloca a Alemanha na quarta colocação e deixa o Brasil em quinto lugar. A Itália, única invicta, lidera com 14.

O jogo durou um hora e meia e as parciais foram de 32/30, 25/19 e 26/24.

Angelina Grün foi o destaque e maior pontuadora com 21 pontos na partida. Hooker fez 18 pelos Estados Unidos.

As norte-americanas não pontuaram e seguem com 12 pontos em segundo lugar. A China é terceira com os mesmos 12 pontos.

Fechando a rodada, o Japão faz 3 a 0 na República Dominicana.


Há algo de errado dentro da seleção brasileira; grupo dá sinais de estar dividido
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Bruno Voloch

Definitivamente não é normal.

Tudo bem que a Sérvia evoluiu, tem uma seleção razoável, mas não pode, ainda, fazer jogo duro com o Brasil, especialmente desfalcada das principais jogadoras.

Mas esse não é o X da questão.

A seleção feminina não é a mesma e ponto. Existe algo interno muito sério acontecendo e é fácil perceber pelo semblante de algumas jogadoras. O clima é pesado.

A derrota de cara para os Estados Unidos mostrou uma seleção pouco aguerrida, sem espírito de luta e que se entregou com uma facilidade assustadora.

Não existe mais a alegria e a vibração de pouco tempo atrás.

Thaísa, central da seleção, deixou escapar, sem intenção, que o grupo inteiro precisa estar junto. De fato não está. Quem viu a entrevista da atleta após os 3 a 2 diante da Coreia, chegou a essa óbvia conclusão. O choro da jogadora após a sofrida vitória contra a Sérvia, deixa claro a angústia de uma campeã olímpica.

Mari está triste, Sheilla não sorri como antes e a insegurança domina Fabi, líbero até então intocável.

A classificação pode não vir na Copa do Mundo e é bem provavél que não aconteça com a bola que estamos jogando. Mas estaremos na Olimpíada de Londres em 2012 de uma forma ou de outra, até porque teremos mais duas oportunidades com o Pré-Olímpico das Américas e o mundial, última chamada.

Penso que ainda podemos nos classificar e vencer China e Itália, ficando até em segundo lugar, colocação honrosa. A seleção pode desencantar e jogar o fino da bola a partir de sexta-feira, mas essa não é a tendência e a ordem natural das coisas.

Tomara que seja assim.

José Roberto Guimarães sabe do respeito e da admiração que tenho pelo trabalho dele. Mas terá que ‘matar’ o problema o quanto antes e Zé sabe do que estou falando. O assunto é delicado demais e não serei eu o responsável por detonar a bomba. Jamais.

De fora é fácil perceber que o grupo está quebrado ou rachado como se diz na gíria.

A questão não é só técnica. Evidente que são gritantes os problemas de recepção da seleção, a decadência de Fabi e a volta da insegurança de Dani Lins.

Mas como explicar o fraco desempenho de Mari, uma das maiores atacantes do vôlei mundial ?

E a instabilidade de Sheilla ?

Outras jogadoras alternam momentos de lucidez com total falta de concentração.

A seleção não consegue se soltar, o jogo não flui naturalmente e o prazer de ver as meninas atuarem, virou tortura e sofrimento nas madrugadas.

Agora, no auge da turbulência e no meio da competição, Zé Roberto não irá resolver o problema e contornar a possível crise. Na volta e com tempo, o treinador tem obrigação de arrumar a casa e deixar gente que joga só com o nome e passado, de fora da seleção.


Sem técnico e jogadoras da seleção, Fernanda Venturini reestreia no Rio de Janeiro
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Bruno Voloch

Aos 41 anos, completados no mês passado, Fernanda Venturini será a grande atração do Unilever no campeonato carioca.

Após um longo período de treinamentos e quatro anos sem jogar uma partida oficial, Fernanda Venturini estará em quadra para enfrentar o Flamengo na estreia do time na competição.

O jogo diante do rubro-negro acontecerá no ginásio do Monte Sinai nesta terça-feira às 19:30h

Para atrair os torcedores, já que não tem treinador e as estrelas da seleção, a diretoria do clube carioca optou em não cobrar ingresso e a entrada será gratuita.

Bernardinho está viajando com a seleção masculina para o Japão, antes ficará 3 dias na França, e Sheilla, Mari, Juciely e Fabi estão à disposição de José Roberto Guimarães na Copa do Mundo.

Apenas 4 times jogarão o campeonato carioca.

Além de Unilever e Flamengo, Macaé e Universo brigarão pelo título. Por falta de times, o torneio vai durar somente 20 dias.


Alemanha derrota Sérvia e deixa Brasil em quinto lugar na Copa do Mundo
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Bruno Voloch

A Alemanha derrotou a Sérvia no encerramento da quarta rodada da Copa do Mundo.

Com o resultado, a Alemanha, mesmo perdendo para o Brasil na véspera, assumiu o quarto lugar na competição.

O jogo aconteceu em Toyama, foi marcado pelo equilíbrio e terminou com o placar apertado de 3 sets a 2.

A Alemanha fez 1 a 0 com 25/22, a Sérvia empatou com 26/24, as alemãs voltaram a ficar na frente com 25/23, perderam o quarto set também por 25/23 e ganharam o tie-break por 15/11.  

A capitã Kozuch e Grün foram os destaque da Alemanha com 22 pontos.

A Alemanha tem os mesmos 8 pontos do Brasil e está na frente porque perdeu um set a menos, 5 contra 6. 

Campeã européia, a Sérvia é apenas a sétima colocada.  

Nesta quarta-feira, se vencer a Sérvia, o Brasil pode deixar a Alemanha para trás. A seleção comandada por Giovani Guidetti joga diante dos Estados Unidos, líder invicto.