Perder faz parte do jogo, se entregar, como fez a seleção, envergonha o esporte
Bruno Voloch
A seleção brasileira está eliminada da Copa do Mundo.
Pelo que não jogou nas últimas partidas, especialmente contra a Itália, era de se esperar dificuldades diante do Japão. Agora, perder de 3 a 0 novamente, foi demais.
As jogadoras estão sem confiança, inseguras e por incrível que possa parecer, muitas delas com medo de jogar.
O que não dá para entender é como as coisas chegaram a esse ponto. Um grupo, ou boa parte dele, campeão olímpico e que simplesmente desmoronou.
Não dá para livrar a comissão técnica da responsabilidade, afinal a convocação e as escolhas são feitas pelo treinador.
José Roberto Guimarães tem todo o direito de errar, muito crédito, mas de fato não conseguiu fazer a equipe andar. Talvez tenha faltado ao técnico um faro mais apurado que fosse capaz de detectar as incompatibilidades internas antes de se tornarem públicas.
Reconheço entretanto que é difícil ou quase impossível alterar o rumo das coisas durante a competição. Mas pela experiência e competência, Zé Roberto tem obrigação de nos dar uma satisfação e mudar essa seleção o quanto antes.
Mudar nomes e acima de tudo a postura da equipe. A vaidade não pode existir, muito menos a influência de jogadoras campeãs olímpicas e que se sentem intocáveis.
Perder faz parte, se entregar não combina com o esporte.
E nossa seleção está assim. Se entrega com uma facilidade absurda, não luta como antes e as jogadoras estão com cara de derrotas.
Pode ser desgaste físico, distância de casa, mas nada disso serve como desculpa. E nem poderia.
O clima é ruim, pesado e triste.
A seleção está se acostumando a perder e os adversários perderam o respeito pelo Brasil.
É grave a situação e mudanças se fazem necessárias.
Mudança de comportamento e principalmente de algumas peças.
Para tanto é preciso ter coragem e talvez mudar, para o bem da seleção, a filosofia de trabalho.