Bruno sai do banco e vira herói por um jogo; Bernardinho tinha a solução e não sabia
Bruno Voloch
A vitória dramática diante da Polônia nos deixa algumas constatações.
Não somos mais tão superiores aos adversários como no passado e considerados 'imbatíveis'. A diferença caiu e muito.
O vôlei do Brasil talvez não seja mais o melhor do mundo e alguns jogadores estão jogando bem abaixo do que podem.
Só a comissão técnica poderia explicar as razões e sinceramente não creio que Bernardinho e cia admitam isso publicamente. Mas é fato e os recentes resultados provam a dura realidade..
O Brasil deve confirmar a vaga diante do Japão, vai deixar a Copa do Mundo cheio de interrogações e saíremos de uma competição ainda sem ter um levantador confiável.
Fica nítido a cada competição que Marlon e Bruno não são confiáveis, se revezam e estão inseguros com tantas mudanças e cobranças.
Bruno ajudou contra Polônia, entrou bem e mudou o astral da seleção. Isso foi óbvio. Mas é duro depender da alegria e dos bloqueios de Bruno para vencer e alterar o panorama de um jogo. O entra e sai, que me lembra Dani Lins e Fabíola, não chega a ser nenhuma novidade e Marlon cansou de 'mudar partidas' e deixar Bruno no banco.
Verdade seja dita:
Bruno Rezende contagiou os companheiros, pulou, vibrou, incentivou e até bola jogou a partir do terceiro set.
Incrível, mas até quando ?
Bernardinho tinha a solução em casa e não sabia. Como pode ?
Se Bruno estava com esse astral todo deveria ter entrado antes e começado a Copa do Mundo como titular.
O treinador preferiu Marlon e o japa, como é carinhosamente chamado pelo grupo, parece não ter vingado. Mas não é culpa do japa e sim do entra e sai na posição.
No fundo, acho que nem Bernardinho sabe que é o titular e o melhor para a seleção.
Você por exemplo, saberia dizer quem começará o jogo contra o Japão ?
Evidente que não e a claro que seguimos com um 'buraco' na posição.
Os altos e baixos e a instabilidade de alguns jogadores continuam, caso específico de Giba. Dessa vez, foi ele o sacrificado. Dante entrou no segundo set e não saiu mais. Fez 8 pontos no jogo inteiro, mesma pontuação de Giba enquanto esteve em quadra, ou seja, Dante não fez a diferença como muitos imaginam.
Quem fez a diferança foi Leandro Vissoto. Nosso oposto brilhou e se não estivesse inspirado, o Brasil teria perdido o jogo. Nem a 'contagiante' alegria de Bruno resolveria.
O bloqueio da seleção foi mais eficiente nos 5 sets. Fizemos o dobro de pontos, 14 contra 7, mas sofremos para deter o fortíssimo Bartman.
Esse Brasil 'imprevisível', vence Rússia e Polônia, os únicos garantidos classificados antecipadamente, perde para Itália, Cuba, Sérvia e sofre para bater a fraca China.
Ironias à parte, de atual bicampeão, o Brasil terá que se contentar no máximo com a terceira posição, pior classificação na Copa do Mundo, desde que Bernardinho assumiu a seleção.