Oswaldo de Oliveira leva dura lição e ganha crédito no Botafogo
Bruno Voloch
Jefferson, Marcelo Mattos e Seedorf foram os principais responsáveis pela classificação do Botafogo.
Nem o mais otimista torcedor alvinegro acreditava na vitória diante do Flamengo. Agora podem e devem aparecer aqueles que certamente irão nos contrariar, mas não muda minha opinião.
A presença nas arquibancadas do Engenhão responde qualquer questão relacionada ao assunto.
O time vinha de um empate com o frágil Boavista, perdeu a vantagem, jamais tinha vencido o Flamengo no Engenhão e continuava sendo questionado pela torcida.
A semana tinha sido complicada com a saída de Márcio Azevedo, declarações inoportunas de Oswaldo de Oliveira e treinos secretos para evitar os contra-ataques do Flamengo.
Mas existem coisas que de fato só acontecem com o Botafogo.
Júlio Cesar, poucos lembram, foi o vilão da derrota para o Flamengo. Escalado como volante, errou no gol de Hernane e saiu no intervalo. Curiosamente, quis o destino que o jogador fosse escalado no lugar de Márcio Azevedo, pivô de críticas do treinador ao clube.
Com a bola rolando, com 1 minuto o time revertou a vantagem, se agarrou ao regulamento e foi brilhante taticamente nos 90 minutos. Treinou uma coisa e se viu obrigado a realizar outra completamente diferente.
A aplicação tática dos jogadores chamou atenção. O efeito Zico e o suposto favoritismo do Flamengo devem ter mexido com o ego do grupo.
Oswaldo de Oliveira tem méritos.
Assumiu os riscos bancando Marcelo Mattos, acertou ao colocar Gabriel na vaga de Andrezinho e Vitinho resolveu o jogo no último lance da partida.
O Botafogo terminou o clássico com Dória, Gabriel e Vitinho, todos formados no clube.
O técnico segue sem moral com a torcida e a relação é complicada e conflitante.
Os números são ainda contra Oswaldo, mas no futebol tudo pode mudar.
Vencer o arquirrival e quebrar o incômodo tabu dão sobrevida ao treinador.
Oswaldo viu que não adiantava lamentar a saída de Márcio Azevedo como se o jogador fosse resolver todos os problemas do Botafogo. Jamais foi assim.
Dura lição.
Jefferson porém tem toda razão. O Botafogo não pode se contentar com pouco. Por enquanto eliminar o Flamengo é pouco, mas uma avanço significativo na busca pelo título.