Blog do Bruno Voloch

O perfeccionismo além do limite de Bernardinho
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Bruno Voloch

A derrota do Brasil para a França no último fim de semana ainda não foi bem digerida por Bernardinho.

Após o resultado negativo, ainda no Ibirapuera, o treinador declarou:

'A França jogou muito bem. Se isso aconteceu, foi porque eu não consegui preparar a equipe da melhor forma. A responsabilidade é toda minha. A minha gestão não foi boa'.

Bernardinho tem muitas virtudes e uma delas é saber preparar seus times para enfrentar os adversários. A comissão técnica da seleção é muito competente e estuda minuciosamente, jogador por jogador, a equipe que estará do outro lado da quadra. Foi e sempre será assim.

O técnico, como é de conhecimento geral, fica as vezes vendo vídeos durante as noites que antecedem os jogos.

Portanto, acho difícil, pra não dizer improvável, que Bernardinho não tenha preparado adequadamente a seleção para os jogos contra a França. Se os jogadores não leram ou não obedeceram taticamente é uma outra questão.

O que ninguém esperara é que a França fosse resistir e jogar da maneira agressiva como se apresentou.

Portanto, nem tanto ao céu, nem tanto ao inferno.

Bernardinho não pode, ou pelo menos não deveria se culpar pela derrota e assumir sozinho a responsabilidade. A gente entende que a intenção é blindar o grupo e evitar cobranças exageradas nesse período de renovação.

Bernardinho exagerou na dose. O perfeccionismo foi além do limite.

Cobranças sempre irão existir, mas é preciso dividir as responsabilidades.

 

 


Felipão, demitido do Palmeiras, responde com título na seleção brasileira
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Bruno Voloch

A segunda passagem de Luiz Felipe Scolari pelo Palmeiras terminava há 10 meses com o técnico sendo demitido em setembro do ano passado.

Campeão da Copa do Brasil, Felipão acabaria não resistindo a derrota para o Vasco e a última colocação no campeonato.

O rebaixamento acabou sendo inevitável e o treinador é considerado por muitos um dos responsáveis pela queda do time para a segunda divisão.

Boa parte da mídia considerava Felipão ultrapassado. Mano era demitido da seleção meses depois de fracassar na Olimpíada de Londres.

Em novembro, Luiz Felipe Scolari era confirmado como novo técnico do Brasil.

O futebol tem lá suas curiosidades.

Felipão assumia a seleção sob desconfiança e no pior momento da vitoriosa carreira. A CBF, sem alternativas, apostava na experiência do treinador e o conhecimento nos bastidores da entidade.

Curiosamente, ele assumiu a seleção brasileira em 2001, após a Copa das Confederações, quando Emerson Leão foi demitido, mas em circunstâncias diferentes. Felipão chegava do Palmeiras, no qual havia conquistado Copa do Brasil e Libertadores, e acabou classificando o Brasil para a o Mundial do Japão/Coreia do Sul.

Na Copa, reabilitou Ronaldo e foi campeão com 100% de aproveitamento.

Felipão comandou Portugal e virou ídolo do país. Foi vice-campeão da Europa em 2004 e quarto colocado na Copa do Mundo de 2006, na Alemanha. Fracassou nas quartas de final da Euro 2008

No Chelsea, os resultados foram abaixo do esperado e Felipão durou menos de um ano. O treinador se arriscou pelo Bunyodkor, do Uzbequistão e foi campeão local em 2009 antes de pisar em 2010 no Palmeiras. O desfecho da passagem pelo clube é conhecido por todos.

Felipão novamente está em alta. Em pouco tempo de seleção deu cara ao time, esquema tático e consegui fazer Neymar desequilibrar.

O grupo está praticamente formado para a Copa de 2014. 90% será o mesmo que jogou a Copa das Confederações.

Felipão construiu uma base. Apostou em Julio Cesar, Paulinho foi imprescindível e Fred o verdadeiro camisa 9. O treinador resgatou a confiança perdida e o maior mérito foi ter feito Neymar descobrir o prazer de jogar pela seleção brasileira.

Felipão é o mesmo. Não mudou e mostrou ter estrela, além de competência e humildade.

Agora precisa evitar o oba-oba, natural após uma conquista como essa, ainda mais em casa. Reconhecer que a Copa do Mundo é  uma outra competição e bem mais difícil é o primeiro passo.

O futebol tem dessas surpresas.

O mesmo Felipão, dado como ultrapassado no Palmeiras e em fim de carreira, deu nova vida e cara para o futebol brasileiro.

 

 


A saúde, os números e as mãos da seleção
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Bruno Voloch

A seleção masculina saiu no lucro diante da França. O saldo diante das circunstâncias apresentadas foi positivo.

Os franceses poderiam ter deixado o país com duas vitória se não tivessem tido um apagão  no tie-break da primeira partida.

A verdade é que o Brasil, assim como várias outras seleções, passa por um período de renovação e instabilidade. Maior exemplo é o fato de não existir nenhuma time invicto na liga mundial.

Resultados surpreendentes continuam acontecendo por todos os lados. Cuba, que não tinha vencido ninguém, derrotou a Rússia, campeã olímpica. O Irã, de Julio Velasco, conseguiu bater a Itália fora de casa.

Bulgária, Itália e Holanda lideram os grupos A, B e C, respectivamente. Brasil e Bulgária foram os que menos perderam, uma vez, e Cuba e Argentina, os que menos ganharam.

O desempenho ruim frente aos franceses deixa alguns questionamentos no ar.

Dante, exímio jogador e ponteiro de raríssimas qualidades, ainda tem saúde para ser titular ? Não se discute os serviços prestados pela atleta, mas Dante é hoje a melhor opção ?

E as 'mãos' da seleção voltam a ser tema.

Bruno aparece apenas em sexto lugar nas estatísticas da liga mundial, mas ganhou em quadra o direito de ser titular da seleção. Vive ainda de altos e baixos, mais altos do que baixos. É líder, adora jogar sob caras e bocas, mas exagera na dose.

William é importante taticamente e demonstrou isso em quadra no quinto set contra a França na primeira partida e no segundo e terceiro sets do segundo jogo. É útil, mais preciso que Bruno, arrisca menos, mas dá prejuízo na rede. Os adversários simplesmente ignoram William no bloqueio.

Rapha sim precisa ser testado. O levantador do Trentino é mais rodado que Bruno e William juntos, tem bagagem de sobra, mas estranhamente não 'acontece' com Bernardinho. O jogador dizem estar recuperado da fratura que sofreu no dedo e estaria apto para atuar nas finais da competição na Argentina. Tomara.

Se a fase é de testes, é a hora de botar Rapha para jogar, assim como Lucarelli e Éder estão fazendo.

Lucarelli é uma realidade, mas ainda precisa evoluir. Éder é um bom reserva e não compromete. Sidão é mais completo e regular. Vissoto ganha o duelo particular com Wallace e Lucão é inquestionável.

Mario Jr é o único jogador brasileiro que aparece como líder nas estatísticas. É até agora o melhor atleta de defesa da competição. Mario Jr é esforçado, mas não tem liderança, presença em quadra.

Nesse caso, sem Serginho, Bernardinho não tem alternativas.

A perda da invencibilidade também não é o fim. Apesar do fraco e decepcionante desempenho no fim de semana, o trabalho de renovação precisa continuar.

Renovação, nem que isso custe novos insucessos. Esse é o caminho.

 


Perigo de olhos puxados
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Bruno Voloch

O campeonato mundial juvenil feminino consagrou a China como campeã. Uma campanha espetacular com 8 jogos, 8 vitórias e nenhum set perdido no torneio.

O Brasil teve que se contentar com a medalha de bronze, posição honrosa, uma vez que cruzamos com as chinesas nas semifinais.

O mundial da categoria pode estar trazendo uma nova e perigosa realidade. O vôlei asiático  renasce pelas mãos das chinesas e japonesas, finalistas do campeonato. A China não foi nenhuma surpresa, mas o Japão, que eliminou as favoritas Turquia e Itália, foi a revelação da competição. Não dá para tirar os méritos das japonesas.

Ninguém porém jogou mais bola do que a atacante chinesa Ting Zhu. A jogadora foi absolutamente decisiva e disparada a melhor jogadora do mundial.

Zhu, que havia liquidado a seleção na véspera, fez incríveis 26 pontos na final contra o Japão. 18 anos, 1,95 de altura, Zhu pode ser em breve uma das estrelas do vôlei mundial. Atacante versátil e que possui todos os golpes.

A China porém não foi só Zhu.

Jiande Xu, técnico do time, tem nas mãos uma geração muito promissora, com Feng Wang, Ning Wang e Zheng. Equipe alta, com muito volume de jogo e ótima variação tática.

Perigo de olhos puxados.

 

 

 


China é campeã mundial juvenil; Brasil fica com bronze
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Bruno Voloch

A China é campeã mundial juvenil.

Na decisão do campeonato feminino da categoria realizado na República Tcheca, as chinesas derrotaram o Japão por 3 sets 0, parciais de 25/13, 25/17 e 25/15.

A China venceu todos os 8 jogos que disputou e não perdeu nenhum set.

O Brasil, derrotado pelas asiáticas justamente na semifinal, terminou com a medalha de bronze. Na luta pelo terceiro lugar, o time comandado por Luizomar de Moura, técnico de Osasco, ganhou da Itália por 3 a 0.

A geração de Gabi, Rosamaria e Valquíria, repete a colocação do mundial de 2009, mas não supera o vice-campeonato de 2001 quando perdeu o título para a Itália.

Gabi foi eleita uma das melhores atacantes do mundial. Valquíria também entrou na seleção do campeonato com umas das centrais mais efetivas.


Irresistível, Brasil ‘vive’ dia de Espanha e faz história no Maracanã
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Bruno Voloch

O campeão voltou.

Os gritos soam no Maracanã e ganham o país.

A seleção brasileira conquista a Copa das Confederações, ganha moral a menos de um ano da Copa do Mundo e resgata o carinho e o apoio do torcedor.

A Espanha tão temida não resistiu. Aliás, não resistiu nem 1 minuto, tempo de Fred fazer 1 a 0.

Os espanhóis ensaiaram o toque de bola, tiveram mais posse, mas Julio Cesar foi pouco exigido. David Luiz evitou o gol de Pedro em lance que poderia mudar a história da decisão.

Quando a Espanha ensaiava gostar do jogo, Neymar fez 2 a 0 dando números finais ao primeiro tempo.

Mas tinha mais.

A vantagem deu ao Brasil a tranquilidade necessária para administrar o resultado, mas Fred, sempre ele, matou qualquer reação espanhola.

O Brasil vivia seu dia de Espanha.

Nem o mais otimista torcedor brasileiro poderia esperar um desfecho como esse: 3 a 0.

E não foi um 3 a 0 qualquer. Foi em 3 a 0 categórico, com superioridade do início ao fim da partida.

A seleção aprendeu. Jogou com a Espanha. Marcou de maneira implacável, determinada e não deu espaços ao time espanhol.

Fred, Neymar e David Luiz foram os melhores.

O novo Maracanã viveu um noite inesquecível e a seleção brasileira viveu seu dia de Espanha.

 

 

 


Brasil cai para a China e disputa o bronze no mundial juvenil feminino
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Bruno Voloch

A seleção brasileira juvenil feminina está fora da luta pelo título do mundial da categoria.

O Brasil foi derrotado pela China por 3 sets a 0, parciais de 25/16, 25/16 e 25/22, em jogo válido pelas semifinais da competição. O jogo durou apenas uma hora e vinte minutos.

Gabi, jogadora do Rio de Janeiro, foi a maior pontuadora da seleção com 18 pontos.

A seleção, que havia vencido os 6 jogos anteriores, aumenta o jejum de títulos. O último campeonato foi conquistado em 2007.

O Brasil, dirigido por Luizomar de Moura, técnico de Osasco, disputará a medalha de bronze.

 


Crônica de uma derrota anunciada
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Bruno Voloch

Na véspera faltou pouco para o Brasil conhecer a primeira derrota na Liga Mundial. No segundo jogo, mesmo com ginásio lotado, não teve jeito.

A França fez 3 sets a 1 e a seleção perdeu a invencibilidade na competição. Poderia ter sido pior. Não seria nenhum absurdo os franceses deixarem o Ibirapuera com 3 a 0.

Ngapeth repetiu o ótimo desempenho do jogo anterior, mas ninguém jogo mais bola que Sidibe. O atacante da França não foi o maior pontuador da partida, mas acabou sendo decisivo com 18 pontos.

O bloqueio da França achou o tempo e parou diversas vezes o ataque brasileiro. Gérald Hardy se destacou com 5 pontos no fundamento. A França fez 13 contra 11 do Brasil.

O saque brasileiro esteve inconstante e facilitou o trabalho do habilidoso levantador Toniutti.

Bernardinho fez o que podia. Arriscou com Wallace jogando de titular na vaga de Vissoto, mas não deu resultado. Bruno foi impreciso e ambos foram substituídos. Com William e Vissoto em quadra, a seleção sobreviveu e empatou o jogo no segundo set muito mais em função da instabilidade emocional dos franceses do que por méritos próprios.

A alegria durou pouco. A França, através de Ngapeth e Sidibe, voltou a dominar a partida.O Brasil abusava dos erros, rotina nos últimos jogos do time. Dante jogou 3 sets e marcou 3 pontos, desempenho inadmissível.

O entra e sai não resolveu.

Bernardinho, sem alternativas, fez Bruno voltar, mas o levantador já não tinha a mesma confiança. Quem começou não resolveu, quem entrou não fez a diferença.

Se na sexta-feira o Brasil escapou por pouco, dessa vez não teve jeito.

Foi a crônica de uma derrota anunciada. Merecida, diga-se de passagem.

 

 


William e Wallace salvam seleção e inversão evita derrota
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Bruno Voloch

Não foi por falta de aviso.

Bernardinho pediu durante a semana respeito com a França. Modo de dizer, maneira educada de falar sobre o adversário. Os franceses vinham de duas vitórias sobre a Polônia, atual campeã da liga mundial.

O primeiro jogo entre as duas seleções em São Paulo esteve longe de ser brilhante tecnicamente, mas sobrou emoção no fim graças aos erros da seleção e o ótimo jogo de Ngapeth.

A seleção brasileira abriu 2 a 0 com a mesma tônica. A França conseguia equilibrar os sets, mas no fim acabava  prevalecendo a maior categoria dos nossos jogadores.

Bernardinho, até então, se dava ao trabalho de mexer no time apenas para fazer a inversão e usar William e Wallace nos lugares de Vissoto e Bruninho. Mas sabia que lá na frente eles decidiriam o jogo.

De todos os fundamentos, o saque foi o que menos funcionou.

Ngapeth foi o responsável por manter a França viva na partida. Habilidoso, se destacou na merecida vitória francesa no terceiro set por 25/22 após erro bisonho de William no saque.

O quarto set foi novamente de Ngapeth. A França cresceu no bloqueio, contou os sucessivos erros da seleção brasileira e empatou com 25/21.

Assustados, os jogadores do Brasil perderam a agressividade e viram a França abrir no tie-break.

Bernardinho vendo o jogo escapar fez entrar William e Wallace como última alternativa. A dupla do Cruzeiro não errou, William se manteve do início ao fim no saque, Wallace rodou todas as bolas, a França sentiu a pressão e o Brasil virou com 15/12.

Lucarelli foi o melhor da seleção. Um time que se mostrou instável e novamente abusou dos erros.

 

 

 


Estreia de Mano é ofuscada, mas jogo contra São Paulo testa nova ‘cara’ do Flamengo
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Bruno Voloch

O foco está na Copa das Confederações.

A mídia de uma maneira geral só tem espaço para falar de Brasil e Espanha, domingo no Maracanã.

O campeonato brasileiro e a libertadores só voltarão a ganhar destaque no meio da semana que vem.

A estreia de Mano Menezes no comando do Flamengo acontecerá no sábado em amistoso contra o São Paulo em Uberlândia.

O jogo acaba sendo ofuscado por razões óbvias, mas não deixa de ter seus atrativos.

A expectativa é enorme para saber como o Flamengo irá se comportar e atuar taticamente com a chegada de Mano. Foram 10 dias de trabalho e basicamente o mesmo elenco que fracassou nas mãos de Dorival Junior e Jorginho.

Felipe, Léo Moura, Wallace, González e João Paulo; Cáceres, Elias e Gabriel; Paulinho, Carlos Eduardo e Moreno. Esse deve ser o Flamengo para a estreia de Mano.

Será que em tão pouco tempo de trabalho, Mano conseguirá mudar a cara do time ?