Blog do Bruno Voloch

Arquivo : julho 2011

A Rússia teve levantador, o Brasil não; entrada de Butko mudou o jogo
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Bruno Voloch

Alexander Butko.

Tão cedo a comissão técnica da seleção masculina não vai esquecer o nome desse jogador.

Butko, levantador reserva da Rússia, foi o responsável direto pelo título da Liga Mundial.

O treinador Alekno foi corajoso, encarou literalmente de frente a comissão técnica brasileira, não se intimidou com a pressão dos jogadores do Brasil em quadra e arrebentou taticamente com a seleção colocando Butko em quadra na vaga de Grankin.

Erro da nossa comissão. Estudiosa e considerada intocável por muita gente, Bernardinho e cia não se prepararam para a entrada de Butko. Era nítido o desespero do treinador brasileiro.

Butko mudou o jogo e atuou de forma simples e objetivo, algo que Bruno e Marlon foram incapazes de fazer não só na decisão com em toda Liga Mundial.

O levantador reserva da Rússia botou Mikhaylov para jogar. Só isso. Deu moral para seu principal jogador e o Brasil não soube como parar o ótimo atacante russo.

Nossa única opção era a inversão com a já conhecida entrada de Marlon para sacar e Vissoto, visivelmente desmotivado, para bloquear.

Os saques de Marlon até foram interessantes e dificultaram o passe da Rússia, mas é pouco.

O nosso banco, nossos reservas, sempre fizeram a diferença. Dessa vez não.

Com apenas uma mudança, Alekno ‘matou’ taticamente a seleção. Curiosamente, perdemos a Liga Mundial, no dia em que o levantador adversário fez a diferença.


Mal escalado, Botafogo esquece cláusula, subestima Fahel e é castigado
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Bruno Voloch

Existem coisas que de fato só acontecem com o Botafogo.

A diretoria se preocupou apenas com Jóbson e esqueceu de Fahel. Para escalar Jóbson o Bahia teria que pagar uma multa equivalente a R$ 1 milhão. Evidente que o valor não foi pago.

Mas o Botafogo esqueceu de Fahel. Esqueceu não, fez pouco caso do ex-jogador. Quis o destino que Fahel marcasse o gol de empate contra o ex-time.

Nos tempos de Botafogo, Fahel marcou somente 1 gol.

O lateral Jancarlos, também sem cláusula contratual, esteve em campo, mas teve atuação discreta. Foi de Jeancarlos o cruzamento para o gol de Fahel. 

Caio Jr inovou o escalou o ‘grande’ Araruama na vaga de Éverton. O treinador prova a cada partida que a idéia de escalar o Botafogo mais ofensivo, promessa feita quando assumiu, é da boca para fora.

O técnico não tem coragem, erra nas opções e nas substituições. A única coisa positiva foi ter tirado finalmente Herrera do time, porém tarde demais. Seria pedir demais.

Caio Jr deve se preparar para a pressão domingo contra o Corínthians. Se não mudar de postura e deixar a covardia de lado, o grito de burro que ecoou diante do fraco Atlético-GO na rodada anterior, vai virar rotina nos jogos do Botafogo.


‘Brasil genérico’ perde da China e fica com vice-campeonato na Rússia
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Bruno Voloch

O fim de semana foi quase perfeito para o vôlei feminino brasileiro.

O time principal conquistou a Copa Pan-Americana no México, mas a seleção feminina B não teve a mesma sorte e caiu na Rússia.

Representado por algumas jogadores experientes como Sassá, Adenízia e Joycinha, o Brasil perdeu a final da Yeltsin Cup para a China por 3 sets a 2.

A Rússia derrotou a Polônia e ficou na terceira colocação.

O torneio foi disputado por Brasil, Polônia, Rússia, China, Ucrânia e Holanda. Apesar de tradicional, a edição 2011 da Yeltisn Cup ficou esvaziada, despertou pouco interesse do público e da mídia em geral.

As seleções, priorizando o Grand Prix, optaram em participar da competição sem as principais jogadoras.


Brasil conquista Copa Pan-Americana no México; Sheilla é MVP do torneio
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Bruno Voloch

A temporada 2011 não poderia começar melhor para a  seleção feminina.

Em Chihuahua no México, o Brasil derrotou a República Dominicana por 3 sets a 0 e conquistou a Copa Pan-Americana.

Na decisão, a seleção não teve trabalho e venceu com autoridade com parciais de 25/20, 25/22 e 25/19.

Sheilla e Thaísa foram as maiores pontuadoras com 13 pontos.   

A seleção não perdeu nenhuma partida e ganhou a competição pela terceira vez.

Sheilla foi eleita a MVP do torneio.

Os Estados Unidos venceram Cuba por 3 a 0 e ficaram em terceiro lugar. Porto Rico foi quinto.


Brasil joga com seriedade, abusa dos centrais, mantém tradição e cumpre obrigação
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Bruno Voloch

Deu Brasil. Tinha que dar.

A tradição prevaleceu e a seleção está em mais uma decisão de liga mundial.

A Argentina cumpriu bem seu papel, mas chegou até onde poderia. Não acho que tenha ido além e o trabalho do ótimo Javier Weber precisa ser valorizado.

Os argentinos foram valentes e realmente evoluíram tecnicamente. Essa seleção argentina vai dar trabalho no futuro, mas no presente ainda não tem bola para nos vencer.

A nota triste do jogo foi a arbitragem que destoou. Foram erros para os dois lados e que deixaram Bernardinho e Weber irritados. A Argentina tem mais direito de reclamar pois poderia ter vencido o segundo set se o primeiro árbitro não tivesse inventado um toque no bloqueio. O 1 a 1 poderia mudar o panorama da partida.

A derrota no segundo set ‘matou’ a Argentina.

A seleção venceu jogando pelo meio e diferente da derrota para a Rússia, mostrou comprometimento do início ao final da partida. Encarou o jogo com seriedade e fez prevalecer a tradição. No esporte a tradição por muitas vezes é determinante, no vôlei, falando de seleção masculina, essa tradição ganha jogo.

Bernardinho foi coerente e manteve o time que derrotou os Estados Unidos. Ainda bem.

Não era hora para testes e Bernardinho sabia que não poderia correr riscos, mesmo tendo pela frente a Argentina, seleção que estamos tão acostumados a vencer. Foi assim novamente.

‘Na hora da decisão eles sabem quem vai ganhar’. A frase é conhecida e já foi dita pelos principais jogadores da seleção.

Melhor do que destacar alguém individualmente, Théo ou Giba, ou falar de números, a frase sintetiza o que é o Brasil, apesar de estar distante do ideal e do que pode render.

A Argentina viu de perto.


Seleção feminina derrota Cuba e decide Copa Pan-Americana contra República Dominicana
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Bruno Voloch

Brasil x República Dominicana.

Essa será a decisão da Copa Pan-Americana de 2011. O jogo acontece esta noite em Chihuahua no México.

Par ser finalista, a seleção brasileira derrotou Cuba por 3 sets a 1. O Brasil abriu 2 a 0 com 25/19 e 25/14, Cuba diminuiu com 28/26 e no quarto set a seleção fechou o jogo com 25/15. A partida durou uma hora e meia.

Thaísa foi a melhor jogadora em quadra com 18 pontos. Garay e Sheilla marcaram 14 e 13 respectivamente.

Zé Roberto Guimarães usou Suelle em quase todos os sets e Juliana Nogueira apareceu no terceiro e quarto sets.

Kenia Carcace foi o destaque cubano com 15 pontos.

A República Dominicana se garantiu na decisão ao vencer os Estados Unidos de virada por 3 a 1. O time, dirigido pelo brasileiro Marcos Kwiek, segue invicto na competição e tenta o segundo título seguido.

Priscila Rivera fez incríveis 25 pontos e foi a grande estrela da semifinal.

EUA e Cuba disputam na preliminar a terceira colocação. Mais cedo, Argentina e Porto Rico brigam pela quinta posição.


Brasil e Argentina no vôlei é diferente do futebol; a obrigação de vitória é sempre nossa
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Bruno Voloch

Brasil e Argentina no vôlei é completamente diferente do futebol. A rivalidade existe e não vai deixar nunca de existir, acontece que nossa história no esporte não nos permite pensar em outro resultado que não seja a vitória.

 Cair para a Argentina na semifinal seria uma zebra enorme, poucas vezes vista na Liga Mundial.

A Argentina faz de fato uma ótima e convincente campanha na liga mundial desse ano. Me lembro bem do post que escrevi antes do campeonato começar, dia 27/5, e lá dizia que a Argentina poderia ser uma das surpresa. http://blogdobrunovoloch.blogosfera.uol.com.br/2011/05/27/liga-mindial-nao-e-prioridade-em-2011-brasil-e-russia-sao-favoritos-italia-incognita-e-argentina-pode-ser-a-surpresa/

Ganhar do Brasil porém é improvável.

Primeiro porque os argentinos ‘tremem’ diante do vôlei brasileiro. A única vitória reconhecidamente importante aconteceu na olimpíada de 2000 quando perdemos por 3 a 1 na segunda fase da competição e voltamos para casa mais cedo. Só.

A Argentina sabe nossa superioridade e nos respeitam. Chegar na semifinal para eles é uma conquista incrível, nada que se compare com nossa obrigação de conquistar o décimo título.

Obrigação, sim.

O Brasil ainda é muito melhor em termos técnicos que os demais adversários, tem tradição e um elenco que faz a diferença. Ainda estamos sofrendo com atuações irregulares, sem um levantador confiável, o fundamento saque inconstante, mas na hora da decisão, como os próprios jogadores dizem, os adversários sabem que vai vencer. A Argentina deve saber também.

Não é questão de desrespeitar os argentinos, apenas questão de colocar as coisas no devido lugar.

O perigo deles vem do banco. Chama-se Javier Weber, técnico inteligente, promissor e profundo conhecedor da matéria. Weber, citado pelo levantador William, como melhor do mundo, é estudioso e responsável por essa verdadeira revolução argentina.

Facundo Conte, melhor jogador da liga mundial, é o cara que precisa ser marcado. A Argentina tem um ótimo levantador, Luciano De Secco, bem superior aos nossos jogadores da posição e Sole, exímio bloqueador.

Frederico Pereyra é rápido, habilidoso e pode dar trabalho. Gosto do líbero deles, González, mas nesse caso, não abro mão de Serginho.

E o Brasil ?

A seleção terá Bruno e Theo, Lucão e Sidão e Giba e Murilo. Não existe hipótese da gente entrar em quadra com outra escalação. Todos os erros já foram cometidos e os riscos calculados. Agora é sério e de verdade.

E quando é de verdade, valendo título, mais R$ 60 mil nos cofres de cada um, os jogadores correm, sabem se impor e fazem prevalecer a tradição.

Pelo menos tem sido assim e pouca gente aposta, não conheço ninguém, que a Argentina tenha capacidade de mudar essa história.


Imprensa portuguesa crava Dedé no Benfica; Vasco fica com jogador até dezembro
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Bruno Voloch

A torcida do Vasco pode ir se preparando.

O zagueiro Dedé só continuará no clube até o fim do campeonato brasileiro. Em janeiro, Dedé vai se apresentar ao Benfica de Portugal.

O jornal ‘Correio da Manhã’ confirmou que o jogador já está negociado e que o Vasco receberá pela transação 2,5 milhões de euros.

O Vasco teria pedido ao Benfica que Dedé ficasse pelo menos até terminar o brasileirão.

Para o lugar de Dedé, o Vasco trouxe Renato Silva.


No México, seleção feminina encara ‘imprevisível’ Cuba na semifinal da Copa Pan-Americana
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Bruno Voloch

Como era de se esperar, a seleção brasileira terá Cuba pela frente nas semifinais da Copa Pan-Americana que está sendo jogada no México.

Cuba derrotou Porto Rico por 3 a 0 e confirmou a vaga.

Do outro lado, os Estados Unidos também não tiveram dificuldades e passaram pela Argentina pelo mesmo placar.

As norte-americanas pegam a República Dominicana na outra semifinal.

Cuba fez uma campanha irregular na fase de clasificação e acabou surpreendida pela República Dominicana perdendo por 3 a 1. O Brasil ainda está invicto.

Kenia Carcace e Yilian Cleguer são as jogadoras cubanas que se destacam até agora. É pouco. O Brasil é o favorito.

O problema é que normalmente Brasil e Cuba nunca se decide só na técnica e o emocional conta demais. Nesse caso, acho que também estamos vacinados ou deveríamos estar.

O objetivo principal das 4 seleções, Brasil, Cuba, EUA e República Dominicana, foi alcançado. As seleções estão classificadas para o Grand Prix.

Mas o título sempre tem um sabor especial, ainda mais com Cuba, mesmo sem Ruiz e Barros, envolvida na semifinal.


Seleção jogou sem comprometimento e Vissoto pagou a conta
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Bruno Voloch

Bernardinho arriscou.

Conversou com o grupo e decidiu poupar Giba, Théo, Murilo, Sidão e Bruno para a partida contra a Rússia.

Deu errado.

Aliás, não é que tenha dado errado, o que Bernardinho não esperava era uma atuação tão ruim dos considerados reservas.

Com exceção do líbero Serginho, nenhum deles entrou em quadra comprometido e encarando o jogo com a seriedade necessária.

A Rússia venceu merecidamente por 3 a 0. A seleção brasileira teve apenas um bom momento no jogo que foi no início do segundo set, fora isso, riogorasamente nada.

Bernardinho pegou no pé de Leandro Vissoto o jogo inteiro como se fosse o único culpado pela passividade da equipe. Vissoto esteve mal, mas quem jogou bem ?

Ninguém.

A falta de comprometimento irritou com toda razão o treinador. A seleção aceitou ser dominada e não parecia disposta a se desgastar. Não se desgastou.

O que esse resultado pode representar ?

Teoricamente iremos enfrentar a Argentina na semifinal, um adversário de tradição, onde a rivalidade sempre aparece e que talvez seja a seleção mais surpreendente da competição.

A Rússia ganha moral, sempre teme o Brasil, e a vitória dá mais motivação para uma seleção que nos venceu em uma decisão há quase 10 anos atrás numa mesma Liga Mundial.

O que nos deixa, ou deveria deixar tranquilos, é o fato de termos uma seleção rodada, experiente e que sabe o limite do risco. Perder por 3 a 0 numa partida que pouco representava não deve causar grandes problemas. Como dizem e provam, eles crescem quando é para valer.

Mas será mesmo que podemos contar com Marlon e Rodrigão por exemplo ?

Os dois foram horrorosos contra a Rússia. Vissoto, perseguido por Bernardinho, parecia chateado. Sidão lutou e João Paulo e Dante foram contagiados. Quando Serginho saiu então as coisas pioraram de vez.

Bernardinho arriscou, mas os jogadores que entraram em quadra nos decepecionaram e tenho certeza que o sentimento do treinador é o mesmo.

A Rússia tem bola para nos vencer por 3 a 0 ?

Sim.

Nós também temos potencial para derrotá-los pelo mesmo placar.

Mas existem maneiras de perder um jogo e sem luta, determinação e comprometimento, não é a cara e o espírito desse grupo vencedor.

Ainda bem que o jogo era um simples amistoso. O verdadeiro preço dessa derrota a gente vai saber no domingo.