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Capitã do Pinheiros, Andreia fala em cumplicidade e defende regra dos 21
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Bruno Voloch

'Se fosse segredo mesmo não te contaria , mas a fórmula é trabalho e cumplicidade'.

Assim, Andreia, capitã do Pinheiros, respondeu quando perguntada sobre o segredo do sucesso do time no atual campeonato paulista e na Superliga.

Referência da equipe dentro e fora de quadra e uma das mais rodadas do grupo, Andreia conversou com o blog.

Simpática, Andreia explicou a questão da cumplicidade:

'Nós temos um grupo que eu diria utópico, nós realmente unidas. Tudo que fazemos é em prol do próximo, todas as decisões são feitas no melhor para todos. Conseguimos fazer do nosso dia a dia uma família. Existem algumas divergências, mas sempre para o crescimento de cada um que trabalha aqui'.

Será então que os grupos anteriores não tinham essas características ?

'Isso mesmo. Trabalhei em grupos ótimos, com profissionais fantásticos, mas ali dentro a gente se entrega tanto um para o outro e faz você sair de casa feliz todos os dias para mais um dia de treino. Sempre digo para elas pra elas que depois de tantos anos de quadra, esses últimos anos de Pinheiros me provaram que sim, um grupo pode  ser sincero, amigo e unido'.

Você não foi feliz em Osasco ?

'Tive altos e baixos. Aprendi muito na minha vida. Hoje uso muita da experiência que passei lá e nos outros lugares para superar coisas que parecem complicadas, mas no fundo sei que tudo é possível de ser superado. Passou simples assim …'

Nem sempre então vence o time que tem melhor elenco ?

'Eu acredito que sim e essa temporada mesmo conseguimos  mostrar que a forca da nossa equipe, como unidade, pode fazer diferença contra times com jogadoras vencedora de tudo que tem pra se vencer'.

O Pinheiros hoje é mais respeitado ?

'Sim, claro. Hoje temos um grupo tecnicamente homogêneo, conseguimos manter o nível e padrão de jogo independente das 7 dentro da quadra. É mais respeitado sim, as pessoas olham pra gente de outra forma, sabem que não podem bobear e entrar pra administrar o jogo com a gente. Antes você via o Pinheiros como um time formador que poderia dar trabalho, tirar sets, um ou outro jogo. Hoje nós somos uma realidade. O grupo amadureceu junto e ganhou esse respeito'.

Como é ser referência desse grupo ?

A responsabilidade é grande, mas é boa. Tento passar para elas tudo que eu sei e aprendo muito com elas também. Principalmente depois da maternidade você assume uma carga de ajudar e proteger pessoas
que você gosta. É o que me empenho para fazer todos os dias com elas. Não só como atleta mas como, mulher também. Já passei por todas as fases que elas estão vivendo. Desde o namorado que não larga do pé, até as baladas. Procuro orientar e dar conselhos sempre que acho necessário'.

O Pinheiros pode sonhar com título ?

Nós pensamos em coisas boas, pensamos em fazer o nosso bem feito, consequentemente ''recebemos'' coisas boas de volta. Se for o título essa coisa boa, ele será conquistado'.

A Andreia ainda pensa em seleção brasileira ?

Difícil né ? Na minha atual posição a gente tem só tem a melhor do mundo. O Brasil vive um momento de renovação ali dentro, valores novos, alguns antigos retomando seu lugar. Mas confesso que em alguns momentos já me passou pela cabeça. Vivo uma fase diferente e de crescimento, então acho que posso me dar ao luxo de ao menos sonhar com a seleção'.

E a regra dos 21 pontos ? Você aprova ?

Essa é polemica hein … Alguns gostaram, muitos odiaram. Eu estou no primeiro grupo. O esporte precisa de investimento e o investidor precisa de retorno, se é esse o preço para o vôlei estar na mídia. Não vai fazer mal e as vezes penso o que seria de nós se a mídia extinguisse o vôlei da TV, quantas de nós ficaríamos sem emprego. E mais. O desgaste físico e psicológico é menor. Imagine o Pinheiros jogando essa quantidade de 3×2 com sets de 25 pontos. O calendário acumulou temos semanas com 5 jogos, como fica o corpo. E mais nos adaptamos a tantas mudanças de regras, seria só mais uma adaptação. Por outro lado, entendo a posição do Zé Roberto e do Bernardo, a pontuação lá fora continua igual. Aprovei, para o nosso campeonato nacional. Eu sou favorável'.

Muita gente fala em panela em clubes e na seleção. Você pensa assim ?

'Panela ? Chamaria de preferências. Na vida tem preferências. Em todas as profissões não exclusivo do esporte . Mas não vejo problema também, eu tenho as minhas você tem as suas. Isso não quer
dizer que elas prejudiquem os outros. Todas as escolhas são feitas a partir do que você acha que é certo e bom para o que você precisa'.

No fim da conversa, Andreia fez questão de enaltecer o trabalho da comissão técnica do Pinheiros:

Falei muito do nosso grupo durante a entrevista, mas esse grupo só foi possível pelo esforço e competencia dos profissionais que estão a nossa volta todos os dias. Segurar o ritmo de jogo e treino não é fácil e
nossa comissão técnica se desdobra pra acertar a pegadas dos treinos e o preparador para conseguir manter o time inteiro. Ninguém sabia como o corpo iria responder. Está mais puxado que o brasileirão, ri Andreia, se referindo ao futebol.

 


Fim do ciclo ?
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Bruno Voloch

“Suprir as ausências de Dante e Vissotto, que participaram do ciclo anterior, também foi importante.

A frase acima foi de Bernardinho ainda na coletiva após a vitória contra a Itália e a conquista da Copa dos Campeões.

A declaração pode não significar abertamente que os dois estejam descartados para o futuro, mas deixa claro que Dante e Vissoto fazem parte do passado.

Se os dois ainda terão espaço no futuro, só Bernardinho pode responder.

Fato é que Wallace jogou muito bem, foi eleito o melhor da posição e Evandro, reserva imediato, aprovou. É cedo, foi apenas uma competição, mas ambos deixaram ótima impressão.

Acontece que Copa dos Campeões é bem diferente de Liga Mundial e ainda mais distante de um campeonato mundial. A pressão é muito maior e o equilíbrio idem. 2014 será assim.

O caso de Dante é diferente.

Dante tem anos de serviços prestados e fisicamente parece sem condições de acompanhar o ritmo e a intensidade dos treinos e jogos de hoje em dia.

Para muitos Bernardinho demorou a enxergar e pagou caro com as últimas derrotas para a Rússia nas finais. Maurício é uma aposta, Lucarelli realidade e a volta de Murilo deve aposentar definitivamente a ideia de contar com Dante.

 

 


Alívio e fim do jejum
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Bruno Voloch

Foi dramática a conquista da Copa dos Campeões.

Após deixar escapar a vitória e o título antecipado diante da Rússia, a seleção brasileira quase repetiu a dose contra a Itália. O Brasil estava no caminho para entregar o campeonato para os russos, mas se salvou no tie-break e acabou campeão.

No limite e tendo que superar o aspecto emocional, alguns atletas lutando também contra a má forma física, a seleção brasileira superou a Itália por 3 a 2 com 15/11 no quinto set. Lucão e principalmente Wallace foram determinantes na vitória.

A conquista encerra um jejum de 3 anos sem títulos em competições organizadas pela FIVB, Federação Internacional de Vôlei.

Alívio para a comissão técnica e boa parte dos jogadores.

O bom início de campeonato, as vitórias do Irã e a instabilidade da Rússia nas primeiras rodadas colaboraram para o título.

O trio formado por Bruno, Lucão e Wallace sustentou a seleção do início ao fim. Evandro foi uma ótima surpresa e parece ter assegurado seu lugar nas futuras competições.

A conquista não pode e nem deve apagar situações claras. O time sofre de certa instabilidade emocional, nem todos os atletas estão 100% fisicamente e é preciso o quanto antes vencer a Rússia e acabar com a sina de freguês.


Escolha justa e reconhecimento merecido
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Bruno Voloch

Após a polêmica premiação na Copa dos Campeões versão feminina, a FIVB, Federação Internacional de Vôlei, não mudou os critérios, mas os escolhidos foram de fato quase todos melhores em cada posição. Se pode discutir um ou outro nome, mas a lista foi correta de uma maneira geral.

O gigante russo Muserskiy foi eleito o MVP da competição. Jogador espetacular e acima da média e simplesmente imarcável.

Bruno levou o prêmio de melhor levantador. O jogador brasileiro foi regular do início ao fim, não deu chances ao reserva Rapha e fundamental nas primeiras partidas da seleção. Exagera ainda nas caras e bocas, mas tal mania só será corrigida quando superar a Rússia.

Holt, dos Estados Unidos e Birarelli, da Itália, foram mais constantes que Lucão como centrais. Lucão cresceu a partir da metade da competição.

Lanza, da Itália, e Ilinykh, da Rússia, ganharam como ponteiros. Novidades interessantes e prêmios bem entregues. Não são jogadores acima da média, mas fizeram uma boa Copa dos Campeões.

A escolha de Zarif, do Irã, como líbero é perfeitamente discutível. Talvez pela boa campanha da seleção comandada por Julio Velasco, a FIVB tenha optado em dar o prêmio ao atleta. Um pouco de política.

Wallace comeu a bola e o desempenho do oposto brasileiro na final contra a Itália foi decisiva para a escolha de melhor oposto.


Rotina perigosa e desagradável
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Bruno Voloch

E o filme se repetiu, apenas em cenário diferente.

A seleção brasileira novamente caiu diante da Rússia e teve que adiar a comemoração da conquista da Copa dos Campeões.

O Brasil abriu 2 a 0 com facilidade, se impondo com bom jogo, naturalidade e caminhava  para fazer 3 a 0 e ser campeão. A entrada de Sivozhelez no lugar de Spiridonov mudou a cara da partida no terceiro set e colocou a Rússia perigosamente no jogo.

Pavlov, carrasco do Brasil na Liga Mundial, Ashchev e Makarov foram responsáveis diretos pela reação russa no quarto set. Com Muserskiy e Ilinykh inspirados, o Brasil não conseguiu evitar a virada no tie-break e a consequente derrota por 15/9. Embalados e com moral, os russos simplesmente ignoraram o Brasil no quinto set.

Bernardinho fez de tudo para evitar o que parecia improvável, mas que virou uma rotina perigosa e desagradável. O banco não fez qualquer diferença, diferente do lado de lá.

Wallace foi o melhor da seleção. Lucão fez sua melhor partida na competição, especialmente no saque, e o bloqueio da Rússia foi determinante a partir do terceiro set. O jogo foi equilibrado no ataque e em número de erros.

A quarta derrota seguida para a Rússia não teve maiores consequências em termos de campeonato e o Brasil segue dependendo somente de suas forças para ser campeão. Basta ganhar da Itália ou fazer dois sets.

Se a seleção será campeã também em função das vitórias surpreendentes do Irã e a irregularidade de Rússia, Itália e Estados Unidos, é uma outra questão, mas que a série de derrotas para os russos começa a incomodar, isso é fato.


Porta dos fundos
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Bruno Voloch

As cifras falaram mais alto.

Não é estranho e muito menos surpreendente a saída de Giba de Taubaté.

A grana pesa.

Giba simplesmente fez valer o que estava escrito em contrato, mas a decisão de deixar o clube pegou muito mal.

O jogador procurou emprego, cavou em vários lugares sem sucesso e Taubaté foi um dos poucos que abriu as portas para o atleta. Giba respondeu com pouca bola, quase não atuou e não deixa saudades.

Uma passagem para ser esquecida. Abandonar o projeto deixa a imagem de Giba ainda mais desgastada.

Pior é constatar que o jogador estava barrado pelo técnico Cezar Douglas por deficiência técnica.

Nos Emirados Árabes não poderá enganar. Estrangeiro por lá é contratado para resolver.

Giba saiu pela porta dos fundos.


E ninguém fala do Pinheiros
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Bruno Voloch

Ofuscada pela Copa dos Campeões, a superliga feminina, por incrível que possa parecer, continua sendo disputada paralelamente.

Minas e Pinheiros jogaram em Belo Horizonte em jogo recuperado da primeira rodada da competição. O time paulista não teve trabalho e fez 3 a 0 com facilidade.

O resultado deixa o Pinheiros na terceira colocação, superando o Rio de Janeiro, com 12 pontos e aproveitamento de 100%. 5 vitórias em 5 jogos e já tendo enfrentado Sesi e Campinas.

Wagão conta com um elenco jovem, limitado, com poucas peças de reposição, mas consegue tirar o melhor de cada jogadora. O conjunto e o ótimo volume de jogo seguem sendo os pontos fortes do Pinheiros.

Difícil dizer até onde esse time pode chegar. O risco é atingir o ápice da forma física e técnica antes dos playoffs, uma vez que alguns times, casos de Osasco, Praia Clube, Campinas e Unilever ainda devem evoluir na competição.

De qualquer forma o Pinheiros acumula uma gordura interessante e se conseguir manter a regularidade periga brigar pelo título.

 


Vitória maiúscula, placar mentiroso
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Bruno Voloch

Maiúscula a vitória do Brasil diante dos Estados Unidos.

O placar de 3 a 0 não refletiu o equilíbrio da partida e pode causar uma perigosa impressão de jogo fácil. Não foi efetivamente o que aconteceu dentro de quadra.

Brasil e Estados Unidos fizeram um jogo extremamente disputado, muito equilibrado, com várias alternativas e possibilidades de vitória nos sets para os dois lados. Partida decidida efetivamente nos detalhes.

Brasileiros e norte-americanos abusaram dos erros de saque e mostraram ótimo aproveitamento na defesa. O bloqueio do Brasil foi mais efetivo e as seleções tiveram desempenho semelhante no ataque.

Maurício, Lucarelli e Wallace se destacaram pelo lado brasileiro. Anderson e Priddy do lado de lá. Evandro teve novamente boa participação e Sidão, estranhamente, segue jogando e superando Lucão na rede.

A vitória e os 3 pontos deixam o Brasil em ótima situação no campeonato.

A coisa parece caminhar bem.

A Itália, que venceu a Rússia na estreia, deu uma mãozinha para os brasileiros ao perder para o Irã por 3 a 2 e somar apenas 1 ponto. O Brasil lidera com folga.

 

 

 

 

 


Resistência inesperada
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Bruno Voloch

Foi apenas razoável o desempenho do Brasil na estreia da Copa dos Campeões. Valeu pela vitória e principalmente pelos 3 pontos conquistados. Perder pontos para o Irã logo de cara seria comprometedor.

Fato é que a seleção foi surpreendida pela resistência do Irã nos dois últimos sets.

É realmente um time muito bem treinado pelo competente Julio Velasco. Não existe nenhum valor individual que mereça destaque e taticamente a equipe mostrou teve um comportamento acima do esperado.

Não acredito porém que tenha bola para derrotar Itália, Rússia e Estados Unidos.

A realidade, por mais que Bernardinho afirme que o Irã evoluiu, é que o Brasil fez jogo duro com os iranianos nos dois últimos sets da partida. A 'evolução' do adversário no cenário internacional não serve como desculpa para os altos e baixos vividos pela seleção brasileira. Seria como inverter os valores.

O Brasil errou mais do que o Irã e Sidão foi um dos destaques do time especialmente no bloqueio. Bruno fez boa partida e Wallace foi referência no ataque. Rapha e Evandro ajudaram e foram importantes no quarto set.

Lucarelli manteve a regularidade habitual, Lucão poderia ter pontuado mais e Maurício foi uma grata surpresa.

 

 

 


O ano do Zé; o ano do Brasil
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Bruno Voloch

José Roberto Guimarães é mesmo um cara diferenciado.

Normalmente, o ano após a disputa dos jogos olímpicos é feito de experiências, buscar novos valores e poupar as principais jogadoras e já consagradas.

2013 foi um pouco de tudo.

Algumas atletas ficaram de fora no início da temporada, mas não resistiram e voltaram no Grand Prix. Voltaram de vez. Casos específicos de Sheilla e Fabiana.

Na Copa dos Campeões a seleção não contou com Dani Lins e Thaísa. Titulares indiscutíveis, as duas foram bem substituídas por Fabíola e Adenízia ou Walewska. Isso sem falar na ausência de Gabi, grata revelação do início da temporada e que abriu espaço para Natália.

Sobram opções e se esbanja títulos.

Montreux Volley Masters, Torneio de Alassio, Grand Prix, Sul-Americano e Copa dos Campeões.

Uma única derrota em toda a temporada para a Bulgária ainda na fase de classificação do Grand Prix. Não fosse esse tropeço, a seleção terminaria 2013 sem perder.

É preciso ter cautela e evitar a euforia até porque muitas seleções usaram 2013 como 'teste'.

2014 será diferente. Ano de mundial. Nesse caso, o 'Zé' terá todas as jogadoras à disposição, incluindo Jaqueline, isso sem falar naquelas que possam se destacar na superliga.

Walewska voltou, Juciely abriu espaço, Camila recuperou terreno, Fabíola aproveitou a oportunidade e escolher apenas 14 jogadoras parece ser o grande desafio para José Roberto Guimarães.