Blog do Bruno Voloch

Vaidade extra-quadra
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Bruno Voloch

A vaidade dos profissionais que dirigem o vôlei anda mesmo fora de controle.

Os acontecimentos relatados por José Roberto Guimarães após a partida diante de Osasco são inaceitáveis e absolutamente lamentáveis.

Segundo o treinador, a esposa e a filha, Alcione e Carol, foram recriminadas simplesmente pelo fato de assistirem o jogo na área VIP do ginásio José Liberatti, local destinado aos convidados do patrocinador de Osasco.

O mais estranho é que ambas entraram no ginásio juntas, com casal de amigos, receberam uma pulseira da Amil e se dirigiram a parte destinada a torcida adversária, localizada na parte do alto do ginásio. Pouco tempo depois, um funcionário da CBV convidou as duas para se sentarem na tribuna.

Nem em Campinas, os familiares desfrutam de tal privilégio.

A revolta do técnico é porque o incidente chegou ao delegado da partida através de Benedito Crsipi, supervisor de Osasco.

Curioso é que os dois trabalharam juntos por vários anos no mesmo clube.

A assessoria de Osasco emitiu nota oficial que o blog por questões éticas reproduz abaixo:

'A assessoria de imprensa do time de vôlei feminino Molico/Osasco esclarece que o setor VIP do Ginásio Municipal Professor José Liberatti é destinado exclusivamente a convidados da Prefeitura e do patrocinador do clube, podendo atender também solicitações de times visitantes, desde que informadas com 72 horas de antecedência e de acordo com a disponibilidade de assentos.  É importante ressaltar que o clube não recebeu qualquer pedido para reserva de lugares no setor VIP para o jogo realizado na última sexta-feira, dia 21/02, em Osasco. A única solicitação enviada pelo time visitante foi para uma cota de 300 lugares dedicados à sua torcida, tendo sido este pedido prontamente atendido pelo time da casa.  O clube informa também que a entrada no Ginásio Municipal Professor José Liberatti é gratuita até o limite de sua capacidade e há dois setores reservados a torcedores e familiares das equipes visitantes, que são disponibilizados conforme solicitação, com antecedência de 72 horas, cumprindo o regulamento da competição'.

Não se trata de querer quebrar regras ou coisas do gênero, apenas respeitar quem fez e ainda faz muito pelo esporte. Nesse caso vale e é merecido o tratamento diferenciado.

Se existe algum tipo de rixa no passado que se resolva entre os envolvidos. Usar a família como alvo  e prejudicar alguém que teve um simples ato de educação é covardia.

Fico feio, isso sem falar nos problemas de estacionamento recentes. Ficou feio. Mesquinharia definitivamente não combina com a grandeza de Osasco.

Vale ressaltar que a escolha dos profissionais que trabalham na seleção é de responsabilidade do treinador e que Campinas perdeu na bola, por 3 a 1.

 

 


Rodada confirma playoffs, Osasco dispara, Rio decepciona e Praia respira
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Bruno Voloch

A nona rodada do returno definiu os 8 times classificados para os playoffs da superliga feminina.

Osasco foi o único que ganhou em casa.

O time de Luizomar de Moura fez 3 a 1 diante de Campinas e apenas consolidou a liderança da competição. A italiana Caterina fez ótimo jogo, assim como Thaísa. Campinas dependeu exclusivamente de Tandara no ataque e não resistiu.

No Rio, o trio formado por Fabiana, Ivna e Bia foi decisivo para o Sesi que fez 3 a 1 contra a Unilever. Bernardinho terá trabalho para arrumar o Rio que parece sem a confiança dos anos anteriores.

Fora de casa, o Praia Clube finalmente voltou a vencer e marcou 3 a 1 no penetra Brasília. A cenbtral Natália ofuscou estrelas como Paula Pequeno e Mari e foi a melhor em quadra. Vitória importante e que diminui a pressão interna em Uberlândia.

São Caetano atropelou o confuso Barueri e confirmou a oitava colocação com 3 a 0 pra lá de convincente. O Pinheiros respira temporariamente em quinto com os 3 a o contra Araraquara.

Em tese, Osasco, Campinas e Rio estão lutando pelo título. Isso em tese, até porque os otimistas de plantão defenderiam a presença do Sesi na lista.

Pinheiros e Praia Clube têm as semifinais como objetivo maior. Já o penetra Brasília e o surpreendente São Caetano irão estacionam nas quartas.

Osasco não perde mais a primeira colocação, assim como São Caetano dificilmente deixará de ser o oitavo colocado, merecido diga-se de passagem.

Dia 7 de março, Campinas e Rio decidem quem fica em segundo lugar, com ligeira vantagem para o time paulista pelo fato de jogar em casa.

Se não acontecer nenhum acidente de percurso, a tendência é que Bernardinho e José Roberto Guimarães se enfrentem nas semifinais da competição.

Brasília e Praia Clube ou Pinheiros, pela instabilidade demonstrada até então, não devem resistir.

No caso do Sesi, que garantiu a quarta colocação ao derrotar o Rio por 3 a 1, o cenário é um pouco diferente.

O time evoluiu e cruzará com Pinheiros ou Praia Clube. Terá trabalho independente do adversário nas quartas. Pela rendimento apresentado nas últimas rodadas, é favorito contra qualquer um, mas apostar no Sesi exige ainda muita cautela.

 

 


Osasco faz 22, conta 25 e defende invencibilidade contra Unilever
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Bruno Voloch

Se existia alguma duvida em relação ao futuro do time de Osasco após a zebra na final do sul-americano, essa desconfiança foi dissipada.

Desde a inesperada derrota para o Sesi há 15 dias, Osasco jogou e venceu as 4 partidas que disputou pela superliga. Passou por Pinheiros, Praia Clube, derrotou o próprio Sesi e ganhou de Campinas.

No duelo sempre especial entre José Roberto Guimarães e Luizomar de Moura, brilhou a estrela da italiana Caterina e Natália ficou devendo. Caterina, que andava devendo, talvez tenha feito seu melhor jogo com a camisa de Osasco.

Thaísa e Tandara também pontuaram em todos os fundamentos e tiveram o rendimento esperado.

Apesar dos 3 a 1, o jogo foi apertado e equilibrado. Campinas sacou melhor, bloqueou mais, e perdeu a partida no ataque.

Fabíola esteve inspirada e superou fácil Claudinha.

As 4 vitória seguidas após a trágica derrota para o Sesi demonstram a força e o equilíbrio emocional do time de Osasco.

O grupo atual está muito perto de fazer história. O time soma 22 vitórias seguidas, recorde na competição e terá pela frente Araraquara, Barueri e Brasília nas próximas rodadas, ou seja, 9 pontos garantidos.

Osasco vai ao Rio na última rodada com 25 vitórias

As equipes se enfrentam dia 14 de março. Apesar da enorme diferença de pontos na tabela e momentos distintos da superliga, o Rio, de Bernardinho, passa a ser a única ameaça real contra a invencibilidade paulista. É um confronto marcado por rivalidade e de resultado absolutamente imprevisível.


Julio Velasco é apresentado na Argentina
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Bruno Voloch

Julio Velasco foi apresentado como novo técnico da seleção da Argentina.

Emocionado, o técnico quase às lágrimas, não prometeu títulos, mas disse que os argentinos podem esperar grandes resultados em breve e que será um grande responsabilidade e honra comandar o time.

Argentino naturalizado italiano, Velasco assinou contrato até o fim de 2016.

Reconhecido mundialmente melhor técnico do século XX ao lado do japonês, Yasutaka Matsudaira, e do norte-americano, Doug Beal, Velasco  fez muito sucesso nos anos 90 à frente da seleção da Itália. Os italianos ganharam 5 vezes a Liga Mundial, 3 vezes o europeu e a medalha de prata na olimpíada de Atlanta em 1996.

 

 


Roberta é realidade e mérito de Bernardinho
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Bruno Voloch

Fabíola, Claudinha e Dani Lins.

Osasco, Campinas e Sesi, 3 das 4 melhores equipes do campeonato, têm hoje em seus elencos as levantadoras que fazem parte da seleção brasileira.

Essa pelo menos tem sido a opção de José Roberto Guimarães nas últimas convocações.

O Rio perdeu Fofão contundida.

Líder e peça fundamental na conquista da superliga passada, Fofão é presença diária no departamento médico do clube e dificilmente conseguirá engrenar mais um ano na ativa. A jogadora definitivamente parece sentir os efeitos dos 43 anos de idade.

Bernardinho não sabe quando e se poderá contar com Fofão.

O técnico por razões óbvias decidiu preparar e apostar em Roberta, 20 anos mais jovem. Trata-se de uma jogadora de talento, alta, promissora e que mostra personalidade a cada partida. Parece fria, de temperamento ameno e inteligente.

É inegável que exista uma diferença enorme em atuar durante a fase de classificação onde a pressão é bem menor e as cobranças na mesma proporção.

Roberta no entanto dá sinais de estar se preparando para ser o cérebro do time nos playoffs, como manda a regra.

Bernardinho tem sido coerente e muito inteligente. Ciente de que o aproveitamento de Fofão é uma incógnita, enxergou e investiu pesado em Roberta.

O Rio vai precisar e certamente dependerá muito das mãos dela na reta final da competição.

Roberta era aposta, vingou e virou realidade. Méritos próprios.

 


Praia Clube ‘rouba’ status do Sesi, perde quinta seguida e vê projeto ruir
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Bruno Voloch

E o Praia Clube caiu de novo. Virou o Sesi do returno.

O time perdeu de 3 a 0 para o Rio, sofreu a quinta derrota consecutiva na superliga e despencou para a sétima colocação, sendo ameaçado de perto pelo São Caetano.

O investimento para a temporada 2013/14 não foi pequeno. A equipe montada é cara e custa bem mais do que o elenco que disputou a superliga no ano passado.

Chegaram a campeã olímpica Mari, a norte-americana Kimberly Glass, as centrais Aline Santos e Natália e líbero Tássia. O clube manteve as levantadoras Camila Torquette e Juliana, Mayhara, as gêmeas Michelle e Monique e a cubana Herrera. No papel, time de primeira linha.

Mari e Herrera vieram de sérias lesões, só foram liberadas recentemente, ainda não estão 100%, mas nada que possa justificar a campanha ruim e decepcionante do Praia.

O time não evolui, não anda em quadra e não tem o mesmo espírito que tanto chamou atenção e rendeu ótimos resultados. O Praia sempre se caracterizou pela garra, determinação, entrega e o que se vê hoje em dia é a equipe aceitando passivamente as derrotas, uma atrás da outra, sem reação.

Spencer Lee é um treinador promissor, já mostrou capacidade, de linguagem moderna e de fácil relacionamento com as atletas. Evidente que também tem sua parcela de responsabilidade na engrenagem do processo, mas algumas jogadoras estão muito abaixo da média.

O objetivo era de brigar de igual para igual com Osasco, Rio e Campinas, as 3 maiores forças do torneio. Estar no mesmo patamar de Sesi e na frente do Pinheiros era obrigação. Ficar atrás de Brasília na classificação é inaceitável, tanto quanto ser ameaçado por São Caetano, com o devido respeito que o time de Hairton Cabral mereça.

A meta de chegar nas semifinais da competição, pelo andar da carruagem, não será alcançada. A tendência é o Praia novamente amargar a eliminação nas quartas de final.

O Praia Clube roubou o status do Sesi, lembra o desempenho do time paulista no turno e vê o projeto muito ameaçado.

 

 

 


Brasil x Argentina, Cruzeiro x Minas e lições do passado
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Bruno Voloch

As lições de 2013 ainda estão bem vivas na cabeça do torcedor mineiro.

Depois de arrasar o RJX, na época completo e distante da crise, o Minas foi derrotado na final pelo UPCN da Argentina e amargou o vice-campeonato sul-americano para imensa frustração da torcida.

Menos de 1 ano depois e no mesmo palco, o Minas tem a chance de dar o troco nos argentinos, aparentemente mais enfraquecidos do que 2013.

O desafio do Minas em 2014 porém será ainda mais ingrato. O Cruzeiro, atual campeão mundial, é o outro representante do vôlei brasileiro.

O Boca Juniors ainda corre por fora, mas não deve assustar.

Chilenos, peruanos e uruguaios são meros coadjuvantes como sempre.

O Minas vive ótimo momento na superliga, talvez até superior ao Cruzeiro. Não dá entretanto para descartar a tradição e a força do conjunto de Marcelo Mendez.

Os últimos jogos entre as duas equipes acirraram ainda mais a rivalidade existente. Embora tenha vaga garantida no mundial, o Cruzeiro, campeão em 2012, não irá vender fácil o sul-americano.

Os dois devem apenas se cuidar nos confrontos semifinais com os argentinos e se encararem com a seriedade necessária, se encontrão na decisão no dia 23.

 

 

 


Um é grande, o outro quer ser grande
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Bruno Voloch

Um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Não no vôlei. Não na superliga feminina. Não quando se trata de Osasco e Sesi.

Assim sendo, Osasco colocou ordem, se impôs e derrotou com autoridade o Sesi por 3 a 1 na casa do adversário. Por sinal, a torcida de Osasco era maioria mesmo no ginásio da Vila Leopoldina.

Camisa e tradição fizeram a diferença.

O Sesi não jogou mal, mas sentiu nitidamente a pressão nos momentos finais dos dois primeiros sets, onde dominou no início e sucumbiu no fim. Osasco virou as parciais com uma naturalidade impressionante, algo típico de um time acostumado com títulos.

Luizomar de Moura foi bem, arriscou quando necessário e usou as peças corretas. Talmo não tem banco e sofreu com a qualidade ruim da recepção e Suelle acabou sendo caçada no fundo. Ivna se supera a cada jogo e vem enchendo os olhos. Jogadora corajosa, amadurecida e fundamental para a boa reação do Sesi no segundo turno.

Fabiana perdeu o duelo particular para Thaísa.

Sheilla subiu de produção a partir do segundo set e atuou com muita disposição. Sanja, que estava devendo, fez ótima partida no ataque.

As jogadoras de Osasco não precisavam admitir abertamente, mas o jogo tinha sabor especial.

Bastava ver o olhar de cada uma delas antes e durante, para sentir a vontade de dar o troco no Sesi após a surpreendente derrota na final do sul-americano.

A satisfação após o saque bisonho de Neneca para fora era visível.

Sensação de alívio. Os cumprimentos na rede, normalmente cordiais, foram frios e superficiais de ambas as partes. Entre os integrantes das comissões técnicas então, nem se fale. Gelados.

Osasco pôs literalmente ordem na casa.

A diferença entre Osasco e Sesi é clara. Um é grande, o outro quer ser grande. Ainda não é.

 

 

 


Menos despesa e prejuízo zero
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Bruno Voloch

O RJ Vôlei ficou sem Rodrigão para as últimas 4 partidas da superliga. Duas ainda pela fase de classificação e os dois jogos das quartas de final.

Desafio o leitor a lembrar de uma grande partida de Rodrigão com a camisa do time carioca.

Por mais que você se esforce, não conseguirá puxar da memória. Nem você, nem ninguém.

Rodrigão sai sem deixar saudades. E será definitivo.

O Barij Essence Kashan, clube iraniano, fechou com o jogador muito mais pelo que Rodrigão já representou. Aliás, só isso.

Aos 34 anos, Rodrigão perdeu prestígio no vôlei brasileiro e assim como tantos outros irá pular de galho em galho no exterior até encerrar a carreira.

Para o RJ Vôlei, que soma 5 derrotas seguidas, não contar com o atleta significa hoje menos despesa e prejuízo zero.


Coragem e resposta na medida certa
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Bruno Voloch

Toca o telefone. Do outro lado da linha está Horácio Dileo.

Gentil ao extremo, me procura para falar do texto anterior que acabara de publicar, sua saída do Minas e chegada em Maringá.

Horácio explica que a decisão de deixar o clube mineiro muito foi em função de problemas particulares e também de saúde. O falecimento do sogro foi um duro golpe no dia a dia do treinador.

'Deixei as portas abertas no Minas. Fui muito bem tratado desde que cheguei em Belo Horizonte e só deixo amigos, dentro e fora de quadra. Ouvi da boca dos dirigentes que sempre serei lembrado no clube'.

Horácio se mostra diferente. Contrariando a maioria, não se omite. Horácio garante que tinha ótimo relacionamento com o grupo de jogadores.

'A declaração de Marcelinho me emocionou ( o levantador defendeu e elogiou Horácio ). Senti porém que era a hora de sair após os 3 a 0 para Montes Claros, curiosamente mesmo placar do turno. Nunca tive problema com os atletas, mas minha cota de contribuição estava no limite. Assim, resolvi me demitir para surpresa dos dirigentes'.

Horácio não tira férias há 15 anos e aproveitou o pouco tempo de descanso para cuidar da saúde que anda debilitada nos últimos meses.

Emocionado, Horácio disse ao blog  como vem lutando contra uma doença não tão rara, mas que a gente se reserva no direito de não publicar e respeitar a dor do treinador.

Apoiado pela mulher, Horácio ouviu mensagens de apoio de vários profissionais do vôlei e só aceitou conversar com Maringá diante do cenário proposto:

'Disse aos dirigentes e ao Ricardinho que só conversaria com Maringá após falar com o Douglas, ex-técnico. Nos falamos por facebook e ele me desejou boa sorte. Expliquei que sou ético sim, respeito os que lá estavam e que poderia aceitar o convite, mas que faria questão de me comunicar com os antecessores. Assim fiz'.

Horácio firmou compromisso até o fim da superliga, mas a tendência é que renove por 1 ano após o encerramento da competição.

'É um grupo experiente e vencedor. Não sou mágico e tenho pouco tempo para trabalhar, mas vamos tentar fazer o melhor. Fui muito bem recebido e falei separadamente com cada jogador'.

Horácio está em Maringá, valorizado, mas não esquece o Minas:

'Terei um carinho eterno por esse clube que me abriu as portas. Mas na minha vida, sempre procuro ser honesto com todos, independente do segmento e tenho convicção que só fiz amigos no Minas.'