Blog do Bruno Voloch

Arquivo : setembro 2014

Mandato estendido
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Bruno Voloch

Ary Graça será presidente da FIVB até 2022.

O acordo será selado em 1 de novembro na cidade de Cagliari, na Itália.

Os membros da FIVB, Federação Internacional de Vôlei, irão oficialmente mudar o estatuto da entidade e fazer valer a mesma regra do COI, Comitê Olímpico Internacional, que dá direito a reeleição e no máximo 8 anos no cargo.

Ary Graça é canditado único em 2016.

Não existe oposição.

Como já exerceu 2 anos de mandato, de 2012 até 2014, o atual mandatário do vôlei mundial teria mais 6 anos de gestão a partir de 2016, ano em que será reeleito.

Em novembro, o dirigente irá ainda confirmar o Japão como sede do campeonato mundial de 2018.

A Polônia, em razão do sucesso do evento, manifestou desejo de sediar novamente a edição masculina. O Qatar, que investe pesado na modalidade, fez contato com a FIVB e garante atender as exigências da FIVB.

 

 


Em trânsito
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Bruno Voloch

A tecnlogia evolui sem parar.

Somos surpreendidos dia após dia.

Infelizmente, ainda em trânsito para o Brasil, fiquei impossbilitado de assistir a estreia do Brasil no mundial feminino.

Pelo que li, a seleção venceu fácil por 3 a 0 superando inclusive a expectativa de José Roberto Guimarães que esperava um jogo mais duro talvez em função da derrota para essa mesma Bulgária em edições passadas do Grand Prix.

Não foi.

Melhor asssim.

Superada a suposta ansiedade pela primeira partida e quebrado o ‘gelo’, o Brasil faz dois amistosos de luxo contra Camarões e Canadá antes de enfrentar Turquia e Sérvia, sábado e domingo, quando efetivamente irá decidir a liderança do grupo B.

Até lá Zé Roberto pode usar todas as jogadoras, dar ritmo de jogo as reservas porque o risco é zero, ou quase zero.

Os Estados Unidos arriscaram, não escalaram a força máxima e deixaram um set para o México,

A vitória da República Dominicana, do competente brasileiro Marcos Kwiek, diante da Alemanha por 3 a 2 foi o resultado mais surpreendente da rodada de abertura do mundial.

 


Lições do passado
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Bruno Voloch

Alívio.

Embora esteja nessa correria de viagem e aeroporto, passei os olhos rápido na primeira entrevista concedida por José Roberto Guimarães.

Direto da Itália, para onde embarco no fim de semana, o técnico tratou com absoluta indiferença as acusações de Bernardinho e a polêmica envolvendo o treinador e a FIVB, Federação Internacional de Vôlei.

Faz sentido.

Zé Roberto precisa focar.

Hoje no mundo não existe seleção melhor que a do Brasil, o que necessariamente não significa dizer que a seleção brasileira será campeã.

O caminho é longo e desgastante.

Zé porém deu um passo importantíssimo, Aliás não se poderia esperar nada de diferente partindo dele.

Experiente, já sentiu na pele o outro lado.

Treinar a equipe e preparar as jogadoras física e tecnicamente, sem esquecer do lado emocional, é o dever e o papel do treinador.

Ponto.

 


Cofre cheio
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Bruno Voloch

1,5 milhão de euros.

Esse será o prêmio pela conquista do título mundial ofertado pela Federação da Polônia.

Cada jogador receberá cerca de 100 mil euros.

Os atletas ainda serão homenageados pelo governo e serão recebidos em breve pelo presidente Bronislaw Komorowski.

Foi a maior premiação paga na história do vôlei polonês.

 

 

 


Compromi$$o
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

A Polônia ganhou um novo ídolo:

Stephane Antiga, técnico francês, campeão do mundo pela seleção após 40 anos,

Humilde, de fala mansa e estilo requintado. Papo reto e direto.

Perguntei ao treinador como ele se sentia derrotando o Brasil duas vezes em menos de uma semana:

‘Normal. Havia dito na entrevista após o jogo contra a Alemanha que seria possível vencer porque já tínhamos provado isso quando fizemos 3 a 2. Se chegamos a decisão foi por méritos próprios e como disse sem medo do adversário’.

Ele afirma que nem mesmo a derrota no primeiro set foi capaz de abalar a equipe:

‘Não. Estudei o que eles tinham feito dentro de quadra. Passo a passo. Nosso time entrou preso, com pressão e disse a eles que jogassem soltos, de maneira leve, que o jogo iria aparecer naturalmente e que a obrigação era do Brasil, afinal era tricampeão do mundo’.

Bernardinho disse que se sentiu prejudicado por causa da FIVB durante a competição. Antiga, riu, e interrompeu:

‘Prejudicada foi a Bulgária no mundial de 2010 e os Estados Unidos em Atenas 2004. Jogador tem memória curta, treinador não. Cada um paga pelos seus atos. Quero que me digam algum erro da arbitragem na decisão. Nenhum. Zero. Nossa vitória foi limpa de dentro de quadra. Eu usei o que tinha de melhor e minhas opções. Não sei como funcionam as coisas na seleção brasileira. É uma nova era chegando e os tempos mudaram. Aqui só quem ganha no grito é a torcida.’

Antiga recebe cerca de 15 mil euros por mês da federação polonesa, menos do que ganha Bernardinho para dirigir o Rio de Janeiro,

O técnico, segundo especialistas da área, chega a faturar mais de R$ 400 mil envolvendo palestras e negócios.

O mais novo treinador campeão do mundo falou ainda das mudanças que se viu obrigado a fazer:

‘Era a minha chance de vida. Afastei alguns jogadores que estavam acomodados (Bartman) e deu valor aos que precisavam de espaço e tinha potencial diferenciado, como Mateusz, Mariusz e Michal (Mika, Wlasly, Winiarsky ). A Polônia poderia ter acontecido em 2012 na olimpíada de Londres, mas Anastasi não conseguiu tirar o que o grupo tinha de melhor. Não é uma crítica. É uma constatação. Eu não dou margem para errar. Dois, no máximo três erros e altero a estrutura. Troco, repenso. Esse é o segredo. Todos se sentem úteis. Foi assim com o Pawel (Zagumny) que mudou a história do jogo final em Katowice’.

Por fim, ele apressado após encontro com o presidente da federação local, confessa:

‘Tecnologia não ganha jogo. Vejo treinadores com fios enrolados por todo o corpo, presos, com assistentes espalhados por todos os lados. De nada adianta. Anoto o que preciso. Simples, Passo o básico para meus jogadores. Eles é que ganham dentro de quadra’.

E completou:

‘Só estou lá pra pedir tempo e parar o jogo no momento certo’.

Stephane Antiga está com 38 anos e assumiu o cargo de técnico da seleção em outubro de 2013. Abandonou a carreira no ano passado após quase 7 anos atuando no vôlei polônes.

Jogou quase uma década na seleção da França e tem contrato com a Polônia até 2016.

 

 

 

 

 

 

 


Cofre vazio
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

R$ 4,5 milhões.

Essa seria a premiação caso a seleção brasileira tivesse conquistado o título.

Os jogadores e a comissão dividiriam a quantia estipulada antes do início da competição.

O vice-campeonato deve render ainda cerca de R$ 3 milhões.

Deve.

O martelo ainda não foi batido,

Os dirigentes da CBV tinham se comprometido com os atletas mesmo sem ter a verba ainda disponível.

A história pode mudar.

A derrota vai servir para os homens que comandam a ‘nova CBV’ ganharem tempo.

A filosofia mudou.

No passado o acordo previa apenas prêmio em caso de conquista.

Era tudo ou nada.

E geralmente, era tudo.

 


‘Katovice’
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

Passada a tempestada, nuvens e trovoadas …

Campanha louvável, digna, duas derrotas apenas e o vice-campeonato.

De novo.

E é o que fica, ou melhor, o que estará registrado na história dos mundias.

A seleção brasileira não resistiu e caiu na final novamente.

Virou rotina.

Foi assim na Olimpíada de Londres, nas duas últimas edições da Liga Mundial e agora aqui em Katowice.

Tirando Rússia e Brasil, talvez as demais seleções estivessem hoje saboreando a medalha de prata, assim como os alemães estão até agora curtindo o bronze inédito,

Não é o caso do Brasil com a prata.

Gosto amargo.

A questão, além de técnica, parece ser emocional.

Aquela seleção, conhecida em reverter as situações mais complicadas e responder quando tinha a ‘faca no pescoço’, não existe mais.

Acabou.

Era marca resgistrada.

Ficou no passado.

Os adversários temiam a seleção brasileira antes mesmo do jogo começar.

Hoje não.

O respeito não é mais o mesmo.

O time simplesmente sucumbiu após ganhar o primeiro set. Perdeu a confiança.

Bruno ‘matou’ Lucarelli, a maioria deixou de sacar viagem e Murilo, sem estar 100%, fez falta no ataque. A estratégia de ‘usar’ o bloqueio dessa vez não funcionou.

Mario Jr era a própria imagem da insegurança, abusou dos erros e do ‘golpe de vista’ precipitado,

Qual novidade ?

Prestígio inabalado e tome tapinha nas costas.

Sidão e Lipe eram os mais inconformados,

Deu gosto de ver.

O primeiro não entendeu porque saiu.

Aliás ninguém. Deixou a quadra irritado com Bernardinho.

O segundo deu exemplo.

Jamais deixou de incentivar os companheiros e acreditou até o fim na conquista do ouro.

Bernardinho não soube reverter a situação dentro de quadra e atacou FIVB e a CBV. Coitada da CBV. Sobrou até para a Confederação Brasileira.

É aquela velha e conhecida estratégia de mudar o foco.

Mas faltou ensaiar o discurso com Bruno, curiosamente, muito mais lúcido.

O levantador afirmou categoricamente que ‘é preciso ganhar’.

Foi quase no ponto.

Desde 2010, quando foi conquistou o tricampeonato mundial, que a seleção masculina não comemora um título de expressão.

Passou do tempo.

Katowice foi mais uma escala.

E as desculpas não colam …

 

 

 

 

 


Pule de 10
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

Lucão é o cara.

Uma vitória hoje da seleção deve consagrar o brasileiro como melhor jogador do campeonato mundial.

O central da seleção é unanimidade entre os jornalistas presentes, treinadores e ex-atletas que assistiram o campeonato.

Delegados e membros da FIVB também consideram Lucão o MVP do torneio.

É um peso político e tanto.

Só um resultado negativo do Brasil logo mais pode tirar o troféu das mãos de Lucão.

Se a Polônia for campeã a coisa pode mudar de figura, mas ainda assim o jogador ainda será sério canditado ao prêmio.

 

 


Ao vivo e em cores
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

Bernardinho extrapolou e mereceu a punição.

O seu comportamento durante e especialmente depois da derrota para a Polônia é reprovável.

Mas o técnico brasileiro tem razão em alguns aspectos.

A guerra existe sim e só não foi oficialmente declarada. Me refiro aos poloneses.

Além do atraso no horário do ônbius, a seleção se viu obrigada a treinar para o jogo contra a França num ginásio cheio de elementos estranhos.

Privacidade zero.

E mais.

As câmeras da TV local, Polsat, ficaram ligadas durante todo o treinamento, isso sem contar o sem número de pessoas gravando a atividade sem a menor cerimônia,

É bem verdade que no Brasil não seria diferente e já colocamos nossos adversários pra treinar em horários inapropriados,

Fato é que a essa altura do campeonato não existe mais o que esconder.


Melhor assim
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

‘Não é uma guerra. É um jogo. Uma final de campeonato’.

A frase é de Grzegorz Kulaga.

Ele não joga, mas tem feito a torcida polonesa jogar como nunca.

Kulaga é o DJ oficial do evento.

Sentado ao meu lado no café da manhã no Qubus Hotel, o jovem polonês de apenas 26 anos contou detalhes do que pretende fazer logo mais aqui em Katowice:

‘Durante o intervalo entre o segundo e terceiro sets vamos apagar as luzes do ginásio e lembrar os melhores monentos do campeonato numa animação. Essa noite foi difícil dormir, Me sinto como um jogador e com a responsabildade de fazer nossa seleção andar’.

Kulaga porém faz um alerta:

‘Somos muito educados. A torcida lê o vôlei, entende as regras, mas deixo claro que isso não é e nem pode se transformar numa guerra por causa do comportamento de algumas pesssoas após a vitória da Polônia por 3 a 2 contra o Brasil. Vai ter um vencedor e naturalmente um perdedor. Aplausos para os dois’.

Todos os ingressos para o jogo estão vendidos.

São esperados mais de 20 mil pessoas do lado de fora do ginásio.