Novos personagens e conteúdo detalhado da crise na CBV
Bruno Voloch
As notícias dando conta de que Radamés Lattari e Renan Dal Zotto receberiam cerca de R$ 30 mil por mês e trabalhariam apenas 3 vezes por semana desencadearam uma série de denúncias e e-mails em minha caixa postal.
Óbvio que nem todos podem ser levados em consideração e merecem os devidos créditos diante do cenário atual, mas um deles em particular chama atenção.
O conteúdo aparentemente é de gente que conhece muito o dia a dia da entidade e evidencia o surgimento de dois novos personagens: José Fardim e principalmente Tadeu Saad.
Eis o relato recebido:
'Prezado Bruno Voloch,
Sou um profissional que trabalha no meio do esporte há anos e (ainda) pertenço ao quadro de funcionários da CBV. Gostaria de te contar alguns fatos deste escândalo envolvendo o nome da CBV e o de algumas pessoas conhecidas, pois você foi o único jornalista que começou a abordar ontem a verdadeira face oculta dessa história.
Lembra da briga pela participação do Volta Redonda na Superliga, que você mesmo disse que tudo teria “acabado em pizza”? Lembra das liminares na justiça? Lembra do protesto dos atletas na sede da CBV?
Na época, o Fabio Azevedo e o Renato Davila eram contra a participação do VR na Superliga e afirmaram categoricamente na imprensa, após o protesto dos atletas, que o Volta Redonda estaria fora da Superliga.
Acontece que o Fardim, Superintendente Executivo da CBV na época, conseguiu articular um acordo e conseguiu que o Volta Redonda fosse confirmado na Superliga na semana seguinte. O Fabio deixou a CBV assim que o Volta Redonda foi confirmado na Superliga e o Renato ficou.
Paulo Márcio (Seleções) e Tadeu Saad (Volei de Praia) ameaçaram também sair da CBV caso o Fardim não fosse afastado. A partir daí começou toda a articulação que resultou nesse escândalo.
Tadeu e Paulo Márcio contaram para o Bernardinho sobre a decisão de sair da CBV e o Bernardinho falou para o Tadeu copiar a maior quantidade possível de documentos da CBV antes de sair.
Foi exatamente o que o Tadeu fez. Antes de sair da CBV e com a ajuda do Rodrigo Ribeiro (que ainda trabalha na entidade) e de outros funcionários, ele conseguiu diversos documentos da CBV e os entregou nas mãos do Bernardinho.
O Tadeu é a ligação de toda essa história. A partir daí ocorreram diversas reuniões na CBV com a presença do Bernardinho. Ele exigiu a saída do Fardim e do Pina e a entrada do Radamés e do Renan. E está até hoje exigindo a recontratação do Tadeu e do Marco Aurélio Mota (demitido pelo Toroca). Na verdade o que dizem é que deseja o afastamento do Toroca para colocar alguém de sua confiança como Presidente da CBV.
O Tadeu continua no “grupo” até hoje e se reúne frequentemente com o Bernardinho, Renan, Radamés, Marco Aurélio Mota e outros. Conforme você ja noticiou, foi mesmo o Bernardinho que entregou os documentos e daí você sabe o que aconteceu.
Estão acusando o Dr. Ary e até agora não provaram nada. A CBV nunca pagou os tais 20 milhões, posso garantir. Mas porque a CBV nunca disse isso publicamente?
Agora tem uma coisa que me deixa ainda mais preocupada: com a gestão que está sendo realizada pelos “novos gestores”, tenho certeza que o vôlei brasileiro vai despencar como produto nos próximos anos ou meses.
Um belo exemplo: resgate as imagens da linda festa da final da Superliga do ano passado (Ibirapuera e Maracanazinho) e compare com as finais deste ano. Este ano será um desastre.
Será que irão dizer também que houve super investimento, super faturamento? Toda a festa foi feita por profissionais da Rede Globo (criança esperança), super sérios e de conduta exemplar.
E este ano? Por que nem mesmo o sistema eletrônico de desafio foi contratado? A CBV parou de investir no seu produto e o vôlei vai morrer!
Já estou, com tristeza, procurando outro emprego.
Você falou e o Radamés desmentiu. Mas quando ele fica na CBV, e é realmente pouco tempo, ele fica ou contando piadas ou escutando piadas no computador a todo volume e chamando outros funcionários para ouvir. Qualquer funcionário da CBV pode comprovar isso.
O Volei de Praia está em péssimas mãos e não dá pra entender. A CBV tem hoje em seus quadros um dos melhores dirigentes de Volei de Praia do Mundo, que é o Marcelo Wangler. Por que não substituir o Radamés pelo Marcelo? Garanto que 10 entre 10 atletas e treinadores do Volei de Praia aprovariam e adorariam. Pode perguntar.
O Renan também só trabalha 3 vezes por semana, pois continua morando em Florianópolis. E ganhando todo esse dinheiro. Mas tem que ser somado aí os custos com passagens aéreas que certamente é a CBV que paga.
Que saudade…'
O blog se reserva no direito das fontes e deixa o espaço aberto, assim como fez no caso de Radamés Lattari, para ouvir todos os envolvidos.