Denúncias de apadrinhamento e possível favorecimento aos times mineiros na superliga feminina
Bruno Voloch
Recebo esse e-mail em minha caixa postal.
“Concordância e denúncia: Prezado Voloch, Primeiramente te cumprimento pelos brilhantes serviços prestados em prol do voleibol nacional, refletindo sobre assuntos que os dirigentes do nosso esporte, atletas de destaque e alguns da mídia especializada tratam de maneira superficial e hipócrita. Sou ex-árbitro da Federação Mineira (desisti por discordar do sistema de promoção) e gostaria de manifestar minha concordância com suas opiniões sobre a arbitragem brasileira, além de fazer alguns comentários. A falta de autoridade comentada por você é fruto, em minha opinião, da forma como esses árbitros progridem na carreira, pois não há uma normatização sobre quanto tempo leva para haver uma progressão de uma categoria para outra e na maioria das vezes essas promoções não levam em conta a competência individual de cada um, mas sim o quanto as pessoas são próximas dos dirigentes da arbitragem, o quanto alimentam as vaidades desses dirigentes, prestam “favores” ou outras coisas como aparência física, principalmente no caso das mulheres. Vou citar exemplos: o ex-árbitro internacional e membro da COBRAV Laerte de Souza é quem dá as cartas na Federação Mineira, além da forte influência que tem dentro da COBRAV, é também, o exemplo mais claro de como as coisas na arbitragem brasileira de voleibol funcionam. Ele simplesmente concedeu à apontadora Miriam Fátima, de Patos de Minas – MG, a promoção para a categoria de Aspirante a Nacional. Isso mesmo, foi uma concessão, quando ela o convidou para ser padrinho de seu casamento há uns 20 anos, ele deu a “bolacha” da CBV, insígnia colocada no peito dos árbitros, de Aspirante a Nacional e disse: “esse é o seu presente de casamento”. É chocante perceber que não houve critério, não houve avaliação de competência, ele simplesmente fez o que quis, do jeito que quis, para presentear com algo que nem é dele. Mais um exemplo, a árbitra Andreza Nogueira Misquita foi promovida a aspirante a nacional juntamente com alguns árbitros pelo mesmo Laerte num curso de avaliação fajuto promovido em Belo Horizonte, pois a intenção dele é fazê-la internacional (e como dizem, se ele quer, que se dane o resto). Não há registros oficiais e mesmo que existam, quais seriam os parâmetros? Tal medida gerou revolta entre os árbitros do estado, pois muitos deles muito rodados no esporte e com competência comprovada não conseguiram chegar a tal categoria ou aqueles que chegaram levaram tanto tempo quanto a árbitra Andreza tem de vida. Revoltante, pois esta árbitra fez o curso da federação em 2007 e mesmo assim foi apressadamente promovida, tendo em 5 anos chegado a um dos patamares mais altos da arbitragem de voleibol possíveis, faltando para ela ser promovida a Nacional e a Internacional, apenas. Inclusive foi escalada como primeira árbitra em partida da 6ª rodada da atual Superliga (pode ser conferido no link: http://www.cbv.com.br/v1/superliga/arbitragem-escala.asp ). Qual seria bagagem acumulada e a experiência que a credenciaram a esta oportunidade? Ninguém sabe, aparentemente não existe motivo plausível, provavelmente só o Laerte pode nos explicar. Outro caso (pode ser conferido no mesmo link), este um desrespeito com as equipes participantes da Superliga: o árbitro Andre Luiz Gonçalves de Almeida da cidade de Uberlândia, do quadro da Federação Mineira, irmão do assistente técnico do time, Amorival Gonçalves de Almeida Júnior, tem trabalhado em praticamente todos os jogos do Praia Clube desde que este começou a disputar a Superliga, na maioria das vezes como juiz de linha, o que não é muito aceitável e em algumas oportunidades como 2° ou 1° árbitro, o que é uma temeridade e total descumprimento ao determinado pelo regulamento da Superliga que estabelece que árbitros que tenham parentesco ou vínculo empregatício com os times ou com pessoas ligadas diretamente aos clubes participantes estão impedidos de atuarem na competição. Há casos semelhantes em Belo Horizonte, de pessoas que estão ligadas ao Minas Tênis Clube e atuam na arbitragem da Federação Mineira e da Superliga. Caso semelhante é o da apontadora Adriana Quagliato Santos Pinheiro que é funcionária (cargo de Líder de Esportes) do Praia clube e atua na arbitragem na Superliga de maneira semelhante a do árbitro acima citado. Todos estão sendo desrespeitados com os mandos e desmandos dos dirigentes da arbitragem mineira e, certamente, nacional. As falhas, despreparo, falta de autoridade, pouca vivência no vôlei demonstrados são pontas de um iceberg de desorganização da arbitragem por parte dos dirigentes, agravada pela falta de critérios, normatizações, estatutos (existem, mas são meras cópias de um ano para o outro, não há estudos e atualizações) escolhas injustas e tendenciosas, em muitos casos através de critérios espúrios e fúteis. Uma lástima, que provavelmente continuará. E o que poderíamos fazer? Aparentemente nada. Minha intenção é que veículos sérios como o seu Blog pressionem essas pessoas para que elas despertem para o fato de que o vôlei já é um bem público e não pode ser tratado como uma arena de negócios e interesses particulares”.
A Federação Mineira e os clubes em questão estão com a bola e devem explicações.
E aí, CBV ? A entidade vai continuar se omitindo ?