Blog do Bruno Voloch

Arquivo : março 2012

“Gigantes”, Gabi e Thais dão lição de humildade na vitória do Mackenzie; arbitragem nota 10
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Bruno Voloch

Desespero em Araçatuba, desespero em Belo Horizonte.

Quarto set caminhando a favor do Mackenzie, derrota de 3 a 1 praticamente consumada e uma cena rara chama a atenção no banco do Rio de Janeiro.

Atônito, um membro da comissão técnica de Bernardinho, conhecido pelo destempero, se levanta e pede aos berros que o time tenha humildade. Isso mesmo. Inacreditável.

O recado serve de lição. O time acorda, reverte a situação e leva o jogo para o quinto set. A derrota porém acaba sendo inevitável.

Incrível.

O até então imbatível Rio de Janeiro estava caindo diante do Mackenzie, sétimo colocado na classificação geral. 3 derrotas nos 3 últimos jogos.

O Mackenzie foi corajoso. Corajoso e humilde, diga-se de passagem.

A jovem Gabi de 17 anos não se impressionou com as presenças de Sheilla e Fernanda Venturini do outro lado da rede e da pressão de Bernardinho do lado de fora. Letícia superou Valeskinha e a Juciely. Como não citar a ousadia da levantadora Priscila Heldes.

E a pequena Thais ?

Fez a festa na saída, na entrada, no fundo e ignorou o bloqueio do Rio. Como é alegre esse time do Mackenzie. Alegria contagiante.

O time pode não se classificar e o Rio ainda é favorito, afinal jogará duas partidas em casa. Mas o Mackenzie fez seu papel e com diginidade.

O Rio precisar buscar o foco perdido na certeza do primeiro lugar garantido antecipamente. O time é forte e montado para ser campeão, mas não se encontra. Mari não fala a mesma língua de Bernardinho.

O que se viu foi um festival de erros. Regiane no passe é uma tragédia, Fabi ainda demonstra insegurança, Amanda não resolve e Sheilla não é mágica. Nem ela e nem Fernanda, que não jogou mal, porém não suportou, com toda razão, ver seu time ser detonado por uma menina de 17 anos.

Mas é a realidade do esporte. Não se ganha nada de véspera, nem no vôlei.

A arbitragem finalmente teve uma atuação digna de elogios.

Jediel de Carvalho esteve muito bem, seguro e aplicou corretamente a regra. Deu cartão amarelo para Bernardinho que tinha acabado de xingar de filho da p… um dos fiscais. Perfeito e ficou barato. E mais. Bola dentro no saque de Letícia.

Bernardinho aprendeu e deu entrevista ao fim do jogo. Que ótimo. Mas se precipitou. Não houve arbitragem tendenciosa. Apenas não foi permitido ‘apitar’ o jogo como ele e muitos outros gostam de fazer. Simples.


Minas e Sesi judiam da bola e abusam dos erros em jogo muito fraco tecnicamente
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Bruno Voloch

O placar de 3 a 2 a favor do Minas pode enganar.

Quem não assistiu a partida, deve imaginar que Minas e Sesi fizeram um partida marcada pelo equlíbrio, emocionante e com lances geniais. Nada disso.

Equlibrado pode até ser, especialmente pelos 3 a 2, mas a partida foi sofrível em termos técnicos. Minas e Sesi errraram acima da média, foram inconstantes e provaram porque brigaram pelo quarto lugar na fase de classificação.

As jogadoras judiaram da bola.

A instabilidade emocional foi algo impressionante e que ficou provada nos números. O Minas abria no placar, ganhava um set e o Sesi dava o troco em seguida. Foi assim até o tie-break.

Até no quinto set, a história se repetiu. O Minas deu a sensação que iria fechar com facilidade, mas venceu no limite e com uma bola fora, erro grave do carioca, Sergio Cantini. Mas no geral, a arbitragem esteve bem e não comprometeu.

As cubanas, sempre elas, resolveram para o Minas. Claudinha, levantadora que merece ser lembrada para a seleção, fez boa partida. Mari Paraíba atuou bem também.

No Sesi, cresce a pressão. O time foi montado para chegar e pode parar no meio do caminho, antes mesmo da semifinal. Vencer em casa é obrigação. Roberta foi uma grata surpresa. O problema do time parace ser muito mais coletivo do que individual. É verdade que Sassá, Soninha e Dani Lins podem render mais, só que a questão é a regularidade. Se não for regular no domingo, o Sesi provavelmente irá conhecer o sabor do fracasso.

Sorte, ou menos mal, é que do outro lado, estará uma equipe que está longe de ser confiável e que luta contra os mesmos problemas, mas com uma vantagem: 1 a 0.


O desespero de Paulo Coco reflete a imagem do Vôlei Futuro; Uberlândia foi valente e valorizou o espetáculo
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Bruno Voloch

Pressão.

Paulo Coco era a imagem do desespero.

Segurando os braços e sacudindo a ponteira, Fernanda Garay, o técnico do Vôlei Futuro sabia o que poderia significar perder em casa na abertura das quartas de final da superliga.

Houve exagero na atitude desnecessária. É evidente que Fernanda estava desconfortável e se sentindo a única responsável pelo fato do time estar levando sufoco. E que sufoco.

O Vôlei Futuro sofreu, teve que suar a camisa, mas derrotou Uberlândia por 3 a 2 e abriu 1 a 0 na série semifinal.

É bom ressaltar que não seria nada injusto se Uberlândia tivesse vencido a partida em Araçatuba. Dá prazer em ver esse time mineiro atuar. As jogadoras são aplicadas taticamente, não se entregam e respeitam a decisão do treinador Spencer Lee. Belo trabalho desse rapaz.

Suelle, liberada do Rio de Janeiro na temporada passada, fez um ótimo jogo. Passou, bloqueou e fez 21 pontos, sendo que 16 de ataque. Dayse merece ser citada.

Do outro lado, mérito para Paula Pequeno que assumiu a responsabilidade e decidiu a partida no fim. Paula teve postura de líder.

A diferença do jogo talvez tenha sido o saque do Vôlei Futuro, um pouco mais efetivo e os erros de Uberlândia, acima da média.

Paulo Coco deve repensar a escalação de Stacy Sykora para a sequência dos playoffs. Stacy está sem ritmo, insegura e longe de ser a jogadora que nos encantou no passado. É um risco.

Não acho que Fernanda Garay tenha comprometido tanto. Fernanda fez 20 pontos e foi segura no passe. Joycinha pode evoluir e finalmente parece que irão deixar Ana Cristina atuar. Me agrada a postura de Walewska, sempre concentrada, regular e nunca deixa de pedir bola. Que falta faz essa atleta na seleção. Walewska coloca Thaísa no bolso.

O orçamento do Vôlei Futuro é infinitamente superior ao de Uberlândia. Em quadra porém, existe um equilíbrio de forças. A série está aberta e pelo que mostrou na superliga, Uberlândia merece a chance de jogar a terceira partida. Para tanto, terá que ser valente e ganhar sábado com o apoio da torcida.


Cauteloso, Flamengo reconhece pressão da torcida e pensa em contrato de risco para ‘salvar’ Adriano
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Bruno Voloch

O Flamengo irá agir com cautela no caso Adriano.

A vontade da torcida em ver o imperador vestindo novamente a camisa rubro-negra é muito maior do que o desejo da diretoria.

Desgastada internamente, Patrícia Amorim, presidente do clube, não descarta a contratação. A volta de Adriano pode fazer Patrícia ganhar pontos com o torcedor, sócio do Flamengo e se fortalecer politicamente.

Vanderlei Luxemburgo era radicalmente contra o retorno de Adriano. Vanderlei é passado. Adriano é presente.

O Flamengo porém não está disposto a bancar sozinho e assumir riscos na contratação do jogador. Buscar parceiros seria a solução ideal. Mas se até hoje nem mesmo Ronaldinho Gaúcho trouxe investidores para o clube, os dirigentes acham complicado, num primeiro momento, acreditar que alguma empresa aposte em Adriano.

Um plano B seria fazer um contrato de risco com o atleta. Adriano receberia por produção. Se atuar e tiver uma sequência de jogos, seus salários seriam pagos, caso contrário, o jogador ficaria sem receber.

Convencer Joel Santana não é problema.

Joel gosta de desafios, atua como ‘paizão’ e não criaria obstáculos.

Ronaldinho Gaúcho, ex-companheiro de seleção, e Vagner Love, apoiam Adriano.


Osasco faz dever de casa, não é ameaçado e ganha sem sustos de São Bernardo
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Bruno Voloch

Em ritmo de treino, Osasco derrotou São Bernardo e abriu 1 a 0 nas quartas de final da superliga feminina.

Jogando em casa e com o apoio de mais de 2 mil torcedores, o time comandado por Luizomar de Moura fez 3 sets a 0 de maneira tranquila e não foi ameaçado durante a partida.

É enorme a diferença técnica entre as duas equipes. São Bernardo lutou, teve disposição, não se entregou, mas tecnicamente é muito inferior.

Osasco encarou a partida com a seriedade necessária, respeitou o adversário e foi melhor em todos os fundamentos.

Jaqueline, sempre destaque no ataque e na defesa, dessa vez se superou e brilhou no bloqueio. Jaqueline foi superior as centrais Adenízia e Thaísa. Hooker foi a maior pontuadora e Camila Brait apresentou a segurança habitual com o líbero.

Osasco fez 1 a 0 e tem tudo para fechar a série na sexta-feira. Depois vai esperar por Minas ou Sesi na semifinal.


Botafogo foi político, Oswaldo evitou desgaste, mas Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica
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Bruno Voloch

Antes mesmo de chegar ao Botafogo, Oswaldo de Oliveira já deixava claro que ninguém seria titular pelo nome ou serviços prestados.

O futuro de muitos jogadores estava ameaçado, inclusive Loco Abreu, responsável direto pela demissão de Joel Santana.

Não demorou e a fama de intocável do uruguaio, caiu.

O que poderia ter acontecido desde dos tempos de Joel e a passagem de Caio Júnior, finalmente se concretizou.

Loco Abreu está barrado.

A saída encontrada para a barração do ídolo da torcida foi estratégica.

A comissão técnica afirma que Loco Abreu não está bem fisicamente e que o ideal seria fazer um trabalho específico para recuperar a forma. Ótimo. Polticamente correta.

Mas a verdade é bem distante do que é dito oficialmente. Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica.

O desempenho do atacante não estava agradando ao treinador e com a possibilidade de escalar Jobson, Oswaldo não pensou duas vezes antes de barrar Loco.

O pênalti perdido na semifinal diante do Fluminense e as fracas atuações contra Volta Redonda e Bangu, acabaram sendo determinantes para a decisão de Oswaldo de Oliveira.

O técnico, não sabe, mas ganhou pontos com a diretoria, torcida e a cúpula de futebol do Botafogo.

Há muito tempo os dirigentes buscavam um treinador de pulso firme, sem comprometimento com atletas e que escalasse sempre os melhores, independente do passado.

Botafogo foi político, Oswaldo evitou desgaste, encontrou uma saída inteligente, mas Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica


Ronaldinho Gaúcho ‘ajuda’ esquema de Joel Santana; Fluminense optou pelos reservas e pagou o preço
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Bruno Voloch

Não se pode dizer que a vitória do Flamengo tenha sido injusta.

O Fluminense era melhor até Thiago Carleto cometer pênalti infantil em Galhardo. Ronaldinho Gaúcho quebrou o tabu de jamais ter feito gol em clássicos e marcou 1 a 0. Pouco depois, Ronaldinho Gaúcho cobrou com rapidez uma falta, Magal cruzou e Kleberson, após erro de Anderson, aumentou.

Ainna no primeiro tempo o Flamengo perdeu Ronaldinho Gaúcho corretamente expulso. O Fluminense porém, já não ameaçava.

O panorama no segundo tempo foi o mesmo. Abel Braga alterou o time, mas o máximo que o Fluminense conseguiu foi ter posse de bola. O tricolor ficou mais tempo com a bola nos pés, mas foi absolutamente incompetente nas finalizações.

Joel Santana fez o que mais gosta e teve seu trabalho facilitado. Trancou o time e explorou a velocidade de Vagner Love e Diego Maurício. Diego Cavalieri foi mero espectador. Paulo Vítor, quando exigido, mostrou serviço, raras as vezes, é verdade.

Rafael Moura e Rafael Sóbis não viram a cor da bola. Inoperantes e anulados pela zaga do Flamengo.

Resultado justo. Brilhou a estrela de Joel Santana. O técnico esqueceu do esquema com 3 zagueiros e lançou, Magal, Kleberson e Thomas. Deu certo.

Desfigurado, o Flamengo levou a melhor no primeiro Fla-Flu do centenário. O torcedor não deve se iludir, o time está longe do ideal.


Com incrível soberba, Rio fez festa antes da hora; Osasco, desacreditado, respondeu na bola
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Bruno Voloch

Disse há algumas semanas que só uma catástrofe seria capaz de tirar a primeira colocação do Rio de Janeiro. Aconteceu.

O time precisava vencer apenas mais um jogo, mas caiu diante do Vôlei Futuro e Osasco. Conquistou um ponto em 6 disputados e ficou pelo caminho. Ficou sem segundo lugar.

Mas que festa foi aquela para Fernanda Venturini ?

Alguém explica ?

Não era final de campeonato, mas os dirigentes optaram pela homenagem por causa da grandeza de Osasco e da rivalidade entre as duas equipes.

Soberba ?

Certeza.

O Rio teve a liderança nas mãos e deixou escapar. Incompetência.

A equipe de Bernardinho cai de rendimento justamente no momento mais importante do campeonato. Perde moral também e a confiança fica abalada, afinal Osasco está atropelando e o Vôlei Futuro invicto em casa.

A vitória no primeiro set deu a sensação equivocada de que a classificação em primeiro lugar estava garantida. Osasco, como de hábito, tremeria de novo. Não foi o que aconteceu.

O Rio fez 9 a 3 no segundo set, passeava e derrapou. O salto querbrou.

Osasco não se deixou envolver pelo clima de festa, especialmente de Fernanda Venturini, homenageada da noite, não se sabe os motivos. Osasco jogou bola.

Jaqueline, Tandara, de ponta, e Adenízia foram as melhores em quadra. Osasco bloqueou muito mais e defendeu com qualidade. Sheilla foi a mais regular do Rio, nenhuma novidade.

Regiane afiinou e sumiu na metade do jogo. Bernardinho achou que poderia vencer com Amanda em quadra. Não poderia mesmo.

Era dia do Osasco, finalmente. As paulistas quebram o tabu numa hora importantíssima.

O Rio deve repensar os motivos de ter atingido o ápice da forma talvez antes da hora.

Mari foi correta:

“Está 1 a 1. Elas ganharam aqui e nós ganhamos lá”.

Verdade.


Empate justo em Moça Bonita; Jobson reaparece e coloca Loco Abreu no banco
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Bruno Voloch

Dessa vez o Botafogo ficou devendo e como.

Sonolento e com pouca criatividade, o time de Oswaldo de Oliveira parou no Bangu, pior equipe do campeonato.

Já no primeiro tempo, ficou nítido que o Botafogo não teria moleza. O Bangu equilibrou as ações e foi mais perigoso que o Botafogo. 0 a 0.

Jobson reapereceu na vaga de Loco Abreu no segundo tempo. Alteração feliz e corente de Oswaldo. Loco está mal, lento e sem ritmo. Assim como na partida anterior, Loco terminou no banco.

Jobson lutou, correu, mas sente ainda visivelmente a falta de ritmo de jogo.

Cidinho entrou no lugar de Caio, inútil em campo.

Numa tabela rápida entre Jobson e Cidinho, o Botafogo fez 1 a 0 com Cidinho.

Mas existem coisas que só acontecem com o Botafogo. O veterano Almir, ex-jogador do clube, acertou um belo chute e empatou.

O resultado acabou sendo merecido. O Botafogo não teve competecência para vencer e o Bangu soube se defender. Por sinal, o Bangu acabou fazendo sua melhor partida na competição.

Jobson deve ficar pouco tempo na reserva. Loco Abreu caminha para fazer companhia para Caio no banco.


Joel Santana completa um mês de clube; Flamengo continua com a ‘identidade’ de Luxemburgo
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Bruno Voloch

O Flamengo penou, passou sufoco no fim da partida mesmo com um jogador a mais, porém venceu.

Ganhou, não convenceu e parece distante disso.

Joel Santana, mesmo com todo o prestígio que tem no futebol carioca, não emplaca. O esquema, quase sempre defensivo, desagrada a maioria da torcida.

Durante o jogo contra o Emelec, Joel foi xingado de burro. Nada anormal, não foi a primeira e certamente não será a última vez que o treinador enfrenta essa situção.

Mas Joel Santana exagerou. Joel pediu.

3 zagueiros para jogar contra o fraco Emelec é algo inaceitável. Liberar os laterais, caro Joel, não serve como justificativa.

O técnico tentou dar uma arrumada na casa quando perdeu Léo Moura contundido. Tarde demais.

A entrada de Negueba apenas serviu para mostrar ao treinador que a escalação do time com 3 zagueiros foi equivocada.

Após a expulsão de Marlon de Jesús, Joel sacou Wellington e voltou com Deivid para o segundo tempo.

Mais de 30 mil fanáticos rubro-negros estiveram no Engenhão e deixaram o estádio certos de que o Flamengo, se continuar jogando esse futebol, terá vida curta na libertadores.

Os jogadores defendem a tese de que a libertadores ‘ é assim mesmo’.

Como assim mesmo ?

Não dá para jogar futebol e vencer ?

No caso do Flamengo, parece que não.

Jogadores e treinador, deixaram o estádio comemorando a vitória suada e sofrida de 1 a 0.

O Flamengo segue sem esquema, sem qualidade e com seus astros, especialmente Ronaldinho Gaúcho, absolutamente apagados.

Joel Santana assumiu Flamengo há um mês e até agora, o time segue com a cara e os defeitos da era Vanderlei Luxemburgo.