Superliga se rende ao campeonato italiano, copia parte da fórmula do sucesso, mas está bem distante do ideal
Bruno Voloch
Mesmo faltando ainda 6 rodadas para o encerramento do segundo turno, a superliga masculina já conhece mais da metade dos times que disputarão o título da temporada 2011/12.
Sesi, Vôlei Futuro, Cimed, Cruzeiro e Minas não perdem mais a vaga. O time do Rio de Janeiro, de Dante e Lucão, está virtualmente classificado e depende apenas de mais uma vitória em 6 jogos. São Bernardo e Campinas estão com a classificação bem encaminhada.
Os paulistas abriram 7 pontos de diferença em cima de Montes Claros, nono colocado. Volta Redonda, que dentro das limitações faz uma boa campanha, soma 14 pontos e depende de uma combinação de resultados para estar no playoff. Não estará.
Se a Cimed, de Bruno Rezende, levantador titular da seleção, pensa em terminar a fase de classificação em primeiro lugar, terá que derrotar o Vôlei Futuro na quinta-feira em casa. No turno, deu Cimed 3 a 2 em Araçatuba. Será novamente a oportunidade de ver cara a cara os levantadores Bruno e Ricardinho.
Uma derrota em casa, praticamente tira a Cimed da briga pela ponta da tabela e pode colocar o time até na quarta posição, desde que o Cruzeiro derrote Montes Claros, algo provável. Se vencer porém, o time catarinense assume a segunda posição e deixa o Vôlei Futuro em terceiro, isso claro se o Sesi derrotar Campinas fora de casa.
O novo regulamento, interessante por sinal, é que coloca o Sesi na liderança. Sesi, Vôlei Futuro e Cimed perderam 4 jogos, mas a diferença é que o atual campeão brasileiro venceu apenas uma de suas partidas no tie-break. Vôlei Futuro e Cimed precisaram duas vezes do quinto set e ganharam 2 pontos.
O Minas poderia estar no bolo, mas ganhou 4 dos 11 jogos no tie-break. Se por acaso tivesse feito 3 a 1 em todos os 4 jogos, estaria somando hoje 34 pontos. Mas a diferença no número de vitórias entre o tradicional Minas e os 4 primeiros mostra o equilibrio do campeonato. Sesi, Vôlei Futuro e Cimed somam 12 vitórias cada.
O Cruzeiro é outro exemplo. Seria líder se não tivesse usado 3 vezes o tie-break para vencer. Hoje soma 34 pontos e com mais 3 chegaria aos 37.
O Rio tem 9 vitórias contra 8 de São Bernardo. Acontece que perder dois jogos no tie-break ajudou o Rio a abrir vantagem em cima de São Bernardo, hoje de 6 pontos. O mesmo caso pode ser aplicado a situação de São Bernardo e Campinas.
A superliga demorou a ceder, mas encontrou na fórmula dos campeonatos europeus e asiáticos o caminho para tornar a competição mais atrativa.
A final em partida única ainda desagrada a maioria. Porém, essa batalha está perdida. A TV Globo, exige a decisão num jogo só. Apenas dessa maneira admite transmitir as partidas. Reféns, os 12 times nada podem fazer.
Na Itália, a decisão do feminino é jogada em melhor de 5 jogos. Com tantas críticas aos italianos e aos modelos de patrocínio, foi copiando o regulamento deles, que estamos perto de chegar a fórmula ideal. Perto. Na Itália, os jogos não são paralisados por causa de goteria na quadra, a arbitragem é mais profissional, os times se respeitam, não prejudicam os visitantes em horários de treinos e times que atrasam salários podem ser eliminados da competição.
Exatamente igual aconteceu em Londrina e em Montes Claros recentemente. E ainda existem aqueles que insistem que temos o melhor campeonato do mundo …