Derrota em tempo real
Bruno Voloch
Milão ( Itália )
O Brasil não jogou.
Essa foi a frase que mais se ouviu no Mediolanum Forum.
Pode até ser.
Mas não entendo a necessidade de se encontrar sempre desculpas para se justificar uma derrota.
O time bicampeão olímpico, por mais experiente que seja, sentiu sim a pressão e não resistiu.
Jogou mal.
O saque, fundamento tão eficiente em jogos anteriores, não entrou.
Alisha trabalhou com o passe na mão e facilitou as ações das atacantes.
E que jogou Hill ?
E Larson, até então, 'poupada' ?
Isso sem entrar na parte tática, leia-se relação bloqueio e defesa, outro ponto de desequílibrio.
Nosso meio não rodou.
Não por culpa de Thaísa ou Fabiana, muito menos de Dani Lins, e sim por causa do passe.
O Brasil perdeu a possibilidade de entrar no jogo quando Jaqueline errou sozinha o ataque que poderia fechar o segundo set. Aliás, ali as norte-americanas já haviam eliminado a seleção.
A derrota estava anunciada e era questão de tempo. No terceiro set, derrubado emocionalmente, o Brasil foi presa fácil.
Zé Roberto tentou de tudo.
Fabíola, Tandara e Natália, pressionadas, não resolveram como de costume. Gabi idem. Nem de longe porém podem ser responsabilizadas.
Não foram poucas as vezes que as duas primeiras entraram e mudaram o jogo a favor do Brasil. Gabi também. Como esquecer a passagem maravilhosa dela pelo saque nos 20 a 11 a favor da Rússia em Verona.
A comissão técnica exagerou e mostrou nervosismo acima da média com a arbitragem. Era preciso maior controle emocional que pode até ter contagiado o time dentro de quadra.
Não duvido.
Os Estados Unidos perderam para o Brasil na segunda fase, no amistoso entre as reservas e teve seu 'dia de cão' contra a Itália na abertura do final 6.
Mostrou enorme equilíbrio ao vencer no dia seguinte a Rússia.
Esperou.
Dois dias depois reecontrou o Brasil e ganhou quando precisava.
A seleção perdeu quando não podia, verdade seja dita.
Triste e cruel realidade.