Blog do Bruno Voloch

O desespero de Paulo Coco reflete a imagem do Vôlei Futuro; Uberlândia foi valente e valorizou o espetáculo
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Bruno Voloch

Pressão.

Paulo Coco era a imagem do desespero.

Segurando os braços e sacudindo a ponteira, Fernanda Garay, o técnico do Vôlei Futuro sabia o que poderia significar perder em casa na abertura das quartas de final da superliga.

Houve exagero na atitude desnecessária. É evidente que Fernanda estava desconfortável e se sentindo a única responsável pelo fato do time estar levando sufoco. E que sufoco.

O Vôlei Futuro sofreu, teve que suar a camisa, mas derrotou Uberlândia por 3 a 2 e abriu 1 a 0 na série semifinal.

É bom ressaltar que não seria nada injusto se Uberlândia tivesse vencido a partida em Araçatuba. Dá prazer em ver esse time mineiro atuar. As jogadoras são aplicadas taticamente, não se entregam e respeitam a decisão do treinador Spencer Lee. Belo trabalho desse rapaz.

Suelle, liberada do Rio de Janeiro na temporada passada, fez um ótimo jogo. Passou, bloqueou e fez 21 pontos, sendo que 16 de ataque. Dayse merece ser citada.

Do outro lado, mérito para Paula Pequeno que assumiu a responsabilidade e decidiu a partida no fim. Paula teve postura de líder.

A diferença do jogo talvez tenha sido o saque do Vôlei Futuro, um pouco mais efetivo e os erros de Uberlândia, acima da média.

Paulo Coco deve repensar a escalação de Stacy Sykora para a sequência dos playoffs. Stacy está sem ritmo, insegura e longe de ser a jogadora que nos encantou no passado. É um risco.

Não acho que Fernanda Garay tenha comprometido tanto. Fernanda fez 20 pontos e foi segura no passe. Joycinha pode evoluir e finalmente parece que irão deixar Ana Cristina atuar. Me agrada a postura de Walewska, sempre concentrada, regular e nunca deixa de pedir bola. Que falta faz essa atleta na seleção. Walewska coloca Thaísa no bolso.

O orçamento do Vôlei Futuro é infinitamente superior ao de Uberlândia. Em quadra porém, existe um equilíbrio de forças. A série está aberta e pelo que mostrou na superliga, Uberlândia merece a chance de jogar a terceira partida. Para tanto, terá que ser valente e ganhar sábado com o apoio da torcida.


Cauteloso, Flamengo reconhece pressão da torcida e pensa em contrato de risco para ‘salvar’ Adriano
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Bruno Voloch

O Flamengo irá agir com cautela no caso Adriano.

A vontade da torcida em ver o imperador vestindo novamente a camisa rubro-negra é muito maior do que o desejo da diretoria.

Desgastada internamente, Patrícia Amorim, presidente do clube, não descarta a contratação. A volta de Adriano pode fazer Patrícia ganhar pontos com o torcedor, sócio do Flamengo e se fortalecer politicamente.

Vanderlei Luxemburgo era radicalmente contra o retorno de Adriano. Vanderlei é passado. Adriano é presente.

O Flamengo porém não está disposto a bancar sozinho e assumir riscos na contratação do jogador. Buscar parceiros seria a solução ideal. Mas se até hoje nem mesmo Ronaldinho Gaúcho trouxe investidores para o clube, os dirigentes acham complicado, num primeiro momento, acreditar que alguma empresa aposte em Adriano.

Um plano B seria fazer um contrato de risco com o atleta. Adriano receberia por produção. Se atuar e tiver uma sequência de jogos, seus salários seriam pagos, caso contrário, o jogador ficaria sem receber.

Convencer Joel Santana não é problema.

Joel gosta de desafios, atua como 'paizão' e não criaria obstáculos.

Ronaldinho Gaúcho, ex-companheiro de seleção, e Vagner Love, apoiam Adriano.


Osasco faz dever de casa, não é ameaçado e ganha sem sustos de São Bernardo
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Bruno Voloch

Em ritmo de treino, Osasco derrotou São Bernardo e abriu 1 a 0 nas quartas de final da superliga feminina.

Jogando em casa e com o apoio de mais de 2 mil torcedores, o time comandado por Luizomar de Moura fez 3 sets a 0 de maneira tranquila e não foi ameaçado durante a partida.

É enorme a diferença técnica entre as duas equipes. São Bernardo lutou, teve disposição, não se entregou, mas tecnicamente é muito inferior.

Osasco encarou a partida com a seriedade necessária, respeitou o adversário e foi melhor em todos os fundamentos.

Jaqueline, sempre destaque no ataque e na defesa, dessa vez se superou e brilhou no bloqueio. Jaqueline foi superior as centrais Adenízia e Thaísa. Hooker foi a maior pontuadora e Camila Brait apresentou a segurança habitual com o líbero.

Osasco fez 1 a 0 e tem tudo para fechar a série na sexta-feira. Depois vai esperar por Minas ou Sesi na semifinal.


Botafogo foi político, Oswaldo evitou desgaste, mas Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica
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Bruno Voloch

Antes mesmo de chegar ao Botafogo, Oswaldo de Oliveira já deixava claro que ninguém seria titular pelo nome ou serviços prestados.

O futuro de muitos jogadores estava ameaçado, inclusive Loco Abreu, responsável direto pela demissão de Joel Santana.

Não demorou e a fama de intocável do uruguaio, caiu.

O que poderia ter acontecido desde dos tempos de Joel e a passagem de Caio Júnior, finalmente se concretizou.

Loco Abreu está barrado.

A saída encontrada para a barração do ídolo da torcida foi estratégica.

A comissão técnica afirma que Loco Abreu não está bem fisicamente e que o ideal seria fazer um trabalho específico para recuperar a forma. Ótimo. Polticamente correta.

Mas a verdade é bem distante do que é dito oficialmente. Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica.

O desempenho do atacante não estava agradando ao treinador e com a possibilidade de escalar Jobson, Oswaldo não pensou duas vezes antes de barrar Loco.

O pênalti perdido na semifinal diante do Fluminense e as fracas atuações contra Volta Redonda e Bangu, acabaram sendo determinantes para a decisão de Oswaldo de Oliveira.

O técnico, não sabe, mas ganhou pontos com a diretoria, torcida e a cúpula de futebol do Botafogo.

Há muito tempo os dirigentes buscavam um treinador de pulso firme, sem comprometimento com atletas e que escalasse sempre os melhores, independente do passado.

Botafogo foi político, Oswaldo evitou desgaste, encontrou uma saída inteligente, mas Loco Abreu foi barrado por deficiência técnica


Ronaldinho Gaúcho ‘ajuda’ esquema de Joel Santana; Fluminense optou pelos reservas e pagou o preço
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Bruno Voloch

Não se pode dizer que a vitória do Flamengo tenha sido injusta.

O Fluminense era melhor até Thiago Carleto cometer pênalti infantil em Galhardo. Ronaldinho Gaúcho quebrou o tabu de jamais ter feito gol em clássicos e marcou 1 a 0. Pouco depois, Ronaldinho Gaúcho cobrou com rapidez uma falta, Magal cruzou e Kleberson, após erro de Anderson, aumentou.

Ainna no primeiro tempo o Flamengo perdeu Ronaldinho Gaúcho corretamente expulso. O Fluminense porém, já não ameaçava.

O panorama no segundo tempo foi o mesmo. Abel Braga alterou o time, mas o máximo que o Fluminense conseguiu foi ter posse de bola. O tricolor ficou mais tempo com a bola nos pés, mas foi absolutamente incompetente nas finalizações.

Joel Santana fez o que mais gosta e teve seu trabalho facilitado. Trancou o time e explorou a velocidade de Vagner Love e Diego Maurício. Diego Cavalieri foi mero espectador. Paulo Vítor, quando exigido, mostrou serviço, raras as vezes, é verdade.

Rafael Moura e Rafael Sóbis não viram a cor da bola. Inoperantes e anulados pela zaga do Flamengo.

Resultado justo. Brilhou a estrela de Joel Santana. O técnico esqueceu do esquema com 3 zagueiros e lançou, Magal, Kleberson e Thomas. Deu certo.

Desfigurado, o Flamengo levou a melhor no primeiro Fla-Flu do centenário. O torcedor não deve se iludir, o time está longe do ideal.


Com incrível soberba, Rio fez festa antes da hora; Osasco, desacreditado, respondeu na bola
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Bruno Voloch

Disse há algumas semanas que só uma catástrofe seria capaz de tirar a primeira colocação do Rio de Janeiro. Aconteceu.

O time precisava vencer apenas mais um jogo, mas caiu diante do Vôlei Futuro e Osasco. Conquistou um ponto em 6 disputados e ficou pelo caminho. Ficou sem segundo lugar.

Mas que festa foi aquela para Fernanda Venturini ?

Alguém explica ?

Não era final de campeonato, mas os dirigentes optaram pela homenagem por causa da grandeza de Osasco e da rivalidade entre as duas equipes.

Soberba ?

Certeza.

O Rio teve a liderança nas mãos e deixou escapar. Incompetência.

A equipe de Bernardinho cai de rendimento justamente no momento mais importante do campeonato. Perde moral também e a confiança fica abalada, afinal Osasco está atropelando e o Vôlei Futuro invicto em casa.

A vitória no primeiro set deu a sensação equivocada de que a classificação em primeiro lugar estava garantida. Osasco, como de hábito, tremeria de novo. Não foi o que aconteceu.

O Rio fez 9 a 3 no segundo set, passeava e derrapou. O salto querbrou.

Osasco não se deixou envolver pelo clima de festa, especialmente de Fernanda Venturini, homenageada da noite, não se sabe os motivos. Osasco jogou bola.

Jaqueline, Tandara, de ponta, e Adenízia foram as melhores em quadra. Osasco bloqueou muito mais e defendeu com qualidade. Sheilla foi a mais regular do Rio, nenhuma novidade.

Regiane afiinou e sumiu na metade do jogo. Bernardinho achou que poderia vencer com Amanda em quadra. Não poderia mesmo.

Era dia do Osasco, finalmente. As paulistas quebram o tabu numa hora importantíssima.

O Rio deve repensar os motivos de ter atingido o ápice da forma talvez antes da hora.

Mari foi correta:

''Está 1 a 1. Elas ganharam aqui e nós ganhamos lá''.

Verdade.


Empate justo em Moça Bonita; Jobson reaparece e coloca Loco Abreu no banco
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Bruno Voloch

Dessa vez o Botafogo ficou devendo e como.

Sonolento e com pouca criatividade, o time de Oswaldo de Oliveira parou no Bangu, pior equipe do campeonato.

Já no primeiro tempo, ficou nítido que o Botafogo não teria moleza. O Bangu equilibrou as ações e foi mais perigoso que o Botafogo. 0 a 0.

Jobson reapereceu na vaga de Loco Abreu no segundo tempo. Alteração feliz e corente de Oswaldo. Loco está mal, lento e sem ritmo. Assim como na partida anterior, Loco terminou no banco.

Jobson lutou, correu, mas sente ainda visivelmente a falta de ritmo de jogo.

Cidinho entrou no lugar de Caio, inútil em campo.

Numa tabela rápida entre Jobson e Cidinho, o Botafogo fez 1 a 0 com Cidinho.

Mas existem coisas que só acontecem com o Botafogo. O veterano Almir, ex-jogador do clube, acertou um belo chute e empatou.

O resultado acabou sendo merecido. O Botafogo não teve competecência para vencer e o Bangu soube se defender. Por sinal, o Bangu acabou fazendo sua melhor partida na competição.

Jobson deve ficar pouco tempo na reserva. Loco Abreu caminha para fazer companhia para Caio no banco.


Joel Santana completa um mês de clube; Flamengo continua com a ‘identidade’ de Luxemburgo
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Bruno Voloch

O Flamengo penou, passou sufoco no fim da partida mesmo com um jogador a mais, porém venceu.

Ganhou, não convenceu e parece distante disso.

Joel Santana, mesmo com todo o prestígio que tem no futebol carioca, não emplaca. O esquema, quase sempre defensivo, desagrada a maioria da torcida.

Durante o jogo contra o Emelec, Joel foi xingado de burro. Nada anormal, não foi a primeira e certamente não será a última vez que o treinador enfrenta essa situção.

Mas Joel Santana exagerou. Joel pediu.

3 zagueiros para jogar contra o fraco Emelec é algo inaceitável. Liberar os laterais, caro Joel, não serve como justificativa.

O técnico tentou dar uma arrumada na casa quando perdeu Léo Moura contundido. Tarde demais.

A entrada de Negueba apenas serviu para mostrar ao treinador que a escalação do time com 3 zagueiros foi equivocada.

Após a expulsão de Marlon de Jesús, Joel sacou Wellington e voltou com Deivid para o segundo tempo.

Mais de 30 mil fanáticos rubro-negros estiveram no Engenhão e deixaram o estádio certos de que o Flamengo, se continuar jogando esse futebol, terá vida curta na libertadores.

Os jogadores defendem a tese de que a libertadores ' é assim mesmo'.

Como assim mesmo ?

Não dá para jogar futebol e vencer ?

No caso do Flamengo, parece que não.

Jogadores e treinador, deixaram o estádio comemorando a vitória suada e sofrida de 1 a 0.

O Flamengo segue sem esquema, sem qualidade e com seus astros, especialmente Ronaldinho Gaúcho, absolutamente apagados.

Joel Santana assumiu Flamengo há um mês e até agora, o time segue com a cara e os defeitos da era Vanderlei Luxemburgo.


Fluminense finalmente é apresentado e conhece as qualidades de Diego Cavalieri
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Bruno Voloch

2012 parece ser efetivamente o ano de Diego Cavalieri.

O goleiro desembarcou no clube em  janeiro de 2011 e amargou por um bom período o banco de reservas. Ricardo Berna era o dono da camisa 1.

O ex-titular no entanto jamais foi unanimidade, pelo contrário. Quando ainda era comandado por Muricy Ramalho, Berna foi sempre questionado e trabalhava tendo a sombra de Diego Cavalieri.

Antes mesmo de assumir o clube, em junho do ano passado, Abel já estava inclinado a escalar Cavalieri como titular. Dito e feito.

Diego Cavalieri fez um campeonato brasileiro fraco, com altos e baixos, alternando boas partidas, com jogos ruins. O torcedor continuava inseguro e longe de ter um goleiro confiável.

Abel seguiu apostando em Diego. Deu resultado.

Ele enfim correspondeu.

Foi responsável direto pela vitória contra o Botafogo e importante na final diante do Vasco.

Contra o Boca Juniors, Diego repetiu a dose. Quando o Fluminense precisou dele, correspondeu. Firme e seguro, como nos tempos de Palmeiras.

O Flumiense enfim, pode se orgulhar de ter novamente um camisa 1, ou melhor, camisa 12.


Bernardinho não aceita derrota, quebra protocolo e jogadoras são obrigadas a seguir cartilha do técnico
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Bruno Voloch

Não deu para entender a reação do time do Rio de Janeiro.

Assim que terminou a partida contra o Vôlei Futuro, as jogadoras foram todas para o vestiário e não deram entrevistas.

Por que será ?

Não acredito que tenha sido uma decisão das atletas. Duvido. Me parece que foram obrigadas a seguir uma determinação da comissão técnica.

Lamentável.

O Rio perdeu na bola, não foi prejudicado pela arbitragem e até onde consta, tiveram um ótimo tratamento na cidade, ou seja, nada justifica essa aititude.

Isso sem falar na falta de respeito com a torcida. Lá estavam amantes do vôlei e não torcedores do Vôlei Futuro ou do Rio de Janeiro. O menino, a garota, o adoloscente, pai, mãe e idosos, ficaram vendidos, sem o aperto de mão, o autógrafo e a foto tradicional.

Péssimo exemplo.

Os próprios envolvidos na transmissão ficaram assustados. Não deveriam.

A relação do técnico Bernardinho com o canal que transmite os jogos vai muito além de uma simples partida de vôlei. Dizem existir compromissos comerciais e muita política. Aceitar passivamente é a solução. ''Bater'', nem pensar. Isso abalaria as relações, ainda mais em ano olímpico.

Não se discute o talento de Bernardinho como técnico de vôlei. Seus métodos fora de quadra, podem sim ser questionados. É comum quando perde, não dar entrevista. Virou prática. Toda e qualquer ação de publicidade só pode ser feita com o consentimento dele. Partipação em programas de televisão, só com autorização do chefe, sabemos disso…

Quem deixa o clube mais tarde, nos conta como é o procedimento interno.

Entendo que seja duro perder para o Vôlei Futuro, ainda mais para um time dirigido por Paulo Coco, braço direito do desafeto, José Roberto Guimarães. Mas nem isso, explica tamanha falta de consideração com o público e parte da mídia.