Andrea Anastasi vence duelo tático com Bernardinho; Polônia perde o medo do Brasil
Bruno Voloch
Dessa vez foi para valer, assim como na semana passada em São Paulo.
Agora porém, deu Polônia.
Após dois jogos treinos contra Canadá e Finlândia, o Brasil enfim foi exigido e testado.
Diante da Polônia, perdemos novamente.
Bernardinho escalou o que tinha de melhor com Bruno, Wallace, Sidão e Lucão e Murilo e Thiago Alves. Giba não podia mesmo participar do jogo.
Tivemos o primeiro set nas mãos. Serginho teve razão ao reclamar no pedido de tempo. Num jogo de alto nível, não dá para errar certas bolas. Bernardinho optou pela inversão e a seleção perdeu o set. Acontece, mas o treinador fez a opção errada.
O jogo mostrou que ainda sofremos com nossos levantadores. Ricardinho se contentou com o banco e entrou mal nas inversões. Foi assim em todo o jogo, especialmente no primeiro e quarto sets. Tomara que não perca a motivação pela condição de reserva.
Bruno foi impreciso, abusou da repetição de levantamentos e insistiu com a 'tal' bola de segunda, que efetivamente não cai mais. Parecia incomodado com tamanha responsabilidade. Não foi bem.
Murilo fez novamente um jogo abaixo da média. Cometeu falhas decisivas na recepção e no saque.
Bernardinho acertou ao colocar Vissoto. Rodrigão não mudou em nada nossa maneira de jogar. Lucão não pode nunca ser banco.
Vissoto foi nosso maior pontuador e uma surpresa muito agradável. Parece recuperado fisicamente e merece mais oportunidade.
E a Polônia ?
Os brasileiros podem não gostar de Andrea Anastasi, treinador. Mas ele foi o responsável direto pela vitória.
Ganhou o duelo tático com Bernardinho.
A entrada de Zaggumy, levantador reserva, mudou a cara do time. Anastasi foi carajoso.
Jarosz substituiu bem Bartman no segundo set.
Os destaques porém foram Winiarski e Kurek. Os dois 'mataram' a seleção e quase não erraram. São muito regulares e não fogem da responsabilidade.
A Polônia ganhou merecidamente e ficou com o primeiro lugar do grupo. Em 4 jogos com o Brasil, venceu 3, ou seja, indiscutível a ascensão dos poloneses. Eles de fato perderam o medo de jogar com o Brasil e o mais perigoso é que acostumaram a nos vencer.