Blog do Bruno Voloch

Punições à vista
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Bruno Voloch

Apesar do fim do mundial masculino, o Comitê Disciplinar da FIVB, Federação Internacional de Vôlei, terá muito trabalho.

Os organizadores da competição enviaram vídeos, fotos e imagens que comprovam atos de indisciplina de jogadores russos.

Os flagras aconteceram após a derrota da Rússia para a Polônia por 3 a 2 na terceira fase.

Volvich e Spiridonov são os acusados.

O primeiro fez sinais obscenos para o público e o segundo cuspiu num torcedor ao sair de quadra.

Ambos não devem escapar de punição.

As declarações de Bernardinho depois da perda da decisão também vão ser analisadas. O técnico acusou a entidade de ter prejudicado a seleção durante o evento e fez críticas diretas ao presidente Ary Graça.

As decisões devem ser anunciadas em breve.

 


Recorde
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Bruno Voloch

Números impressionantes.

O campeonato mundial da Polônia ficará definitivamente nos arquivos do esporte.

Mais de meio milhão assistiram a competição.

Foram 18 dias de torneio.

Logo na abertura, 30 de agosto, 62 mil torcedores compareceram ao Estádio Nacional de Varsóvia para prestigiar Polônia e Sérvia.

Segundo estatísticas do mundial, 563.263 pessoas foram aos ginásios espalhados por 4 cidades do país.

Foram 103 partidas.

Isso sem falar nas quase 20 mil pessoas que ficaram do lado de fora em Katowice e viram do telão montado em frente ao ginásio a Polônia derrotar o Brasil por 3 a 1 e ficar com o título.

O mundial jogado na Itália em 2010 recebeu 340 mil torcedores.

4 anos antes no Japão, menos 300 mil viram o Brasil ser campeão do mundo pela segunda vez consecutiva.

A Federação da Polônia já se pronunciou oficialmente e deseja sediar novamente a competição em 2018.

 

 


Falar o quê ?
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Bruno Voloch

Difícil.

Muito difícil analisar o desempenho da seleção brasileira nas últimas partidas.

É impressionante a diferença técnica entre o Brasil e as seleções de Camarões e do Canadá.

Mas como em qualquer competição internacional, esbarrar com esses adversários faz parte do script.

Se no futebol vimos por exemplo a Argélia evoluir na última Copa do Mundo e acabar sendo uma das gratas surpresas, no vôlei é mais complicado.

É claro que existem aqueles que defendem a tese de que o Irã seguiu mesmo roteiro.

Concordo em parte.

É inegável a evolução dos iranianos no masculino onde foram muito bem especialmente nas categorias de base e campeonatos mundiais juvenil e infanto.

Hoje estão na elite do vôlei mundial, mas os otimistas exagerados e analistas de plantão não devem se iludir e achar que o Irã irá além.

Sem chances. É aquilo mesmo que vimos no mundial da Polônia. Só disputaram a terceira fase porque os norte-americanos perderam para a Argentina por 3 a 2. Caso contrário era casa na certa.

Enfim.

No feminino não.

Camarões e Canadá são pífios.

Qualquer time que disputa a superliga, repito, qualquer time ganharia esses jogos e por 3 a 0.

Portanto, o Brasil mostrou seriedade, concentração, Zé deu ritmo (dentro das possibilidades) para as reservas e cumpriu sua obrigação.

Analisar o que aconteceu dentro de quadra e falar em números seria duvidar da capacidade dos leitores e seus conhecimentos no esporte.

Não mesmo.

Idem para as entrevistas pós-jogo.


Divergência e racha
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Bruno Voloch

Enfim, a CBV deu uma dentro.

Finalmente.

Se as coisas no Brasil vão de mal a pior, passando pela superliga e as crises internas, a diretoria se fez presente nas finais na Polônia e pelo visto não deixará desamparada a feminina na Itália.

Neuri Barbieri, superintendente e 'presidente virtual', segundo matéria do repórter Leandro Carneiro, foi de encontro as opiniões de Bernardinho, que o indicou para o cargo na entidade.

O dirigente tem toda razão quando diz que jamais deixou de dar 'proteção' ao grupo. A punição, diante dos casos de indisciplina, poderia ter sido pior.

Não foi.

Isso não siginifca dizer que o técnico não possa ser punido ainda por causa das acusações no fim da partida contra a Polônia quando detonou a FIVB e afirmou categoricamente que Ary Graça teria interesse em prejudicar a seleção.

Por fim, Neuri encerrou o caso e disse o óbvio,

A ida para Katowice e a arbitragem na decisão não causaram nenhum  prejuízo técnico ao Brasil.

Palavra de quem estava presente e também viu de perto.

A CBV deixa claro nas declarações oficiais que nenhum fator extra-quadra foi responsável por mais um vice-campeonato.

Foi a bola. Foi na bola.

 


E agora ?
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Bruno Voloch

Vice-campeão mundial na Polônia, Maurício Borges está com futuro indefinido.

O jogador tem contrato assinado com o Fakel Urengoy, da Rússia.

O clube porém alega problemas financeiros e afirma que não poderá honrar os compromissos firmados,

O caso pode parar na FIVB, Federação Internacional de Vôlei.


Mandato estendido
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Bruno Voloch

Ary Graça será presidente da FIVB até 2022.

O acordo será selado em 1 de novembro na cidade de Cagliari, na Itália.

Os membros da FIVB, Federação Internacional de Vôlei, irão oficialmente mudar o estatuto da entidade e fazer valer a mesma regra do COI, Comitê Olímpico Internacional, que dá direito a reeleição e no máximo 8 anos no cargo.

Ary Graça é canditado único em 2016.

Não existe oposição.

Como já exerceu 2 anos de mandato, de 2012 até 2014, o atual mandatário do vôlei mundial teria mais 6 anos de gestão a partir de 2016, ano em que será reeleito.

Em novembro, o dirigente irá ainda confirmar o Japão como sede do campeonato mundial de 2018.

A Polônia, em razão do sucesso do evento, manifestou desejo de sediar novamente a edição masculina. O Qatar, que investe pesado na modalidade, fez contato com a FIVB e garante atender as exigências da FIVB.

 

 


Em trânsito
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Bruno Voloch

A tecnlogia evolui sem parar.

Somos surpreendidos dia após dia.

Infelizmente, ainda em trânsito para o Brasil, fiquei impossbilitado de assistir a estreia do Brasil no mundial feminino.

Pelo que li, a seleção venceu fácil por 3 a 0 superando inclusive a expectativa de José Roberto Guimarães que esperava um jogo mais duro talvez em função da derrota para essa mesma Bulgária em edições passadas do Grand Prix.

Não foi.

Melhor asssim.

Superada a suposta ansiedade pela primeira partida e quebrado o 'gelo', o Brasil faz dois amistosos de luxo contra Camarões e Canadá antes de enfrentar Turquia e Sérvia, sábado e domingo, quando efetivamente irá decidir a liderança do grupo B.

Até lá Zé Roberto pode usar todas as jogadoras, dar ritmo de jogo as reservas porque o risco é zero, ou quase zero.

Os Estados Unidos arriscaram, não escalaram a força máxima e deixaram um set para o México,

A vitória da República Dominicana, do competente brasileiro Marcos Kwiek, diante da Alemanha por 3 a 2 foi o resultado mais surpreendente da rodada de abertura do mundial.

 


Lições do passado
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Bruno Voloch

Alívio.

Embora esteja nessa correria de viagem e aeroporto, passei os olhos rápido na primeira entrevista concedida por José Roberto Guimarães.

Direto da Itália, para onde embarco no fim de semana, o técnico tratou com absoluta indiferença as acusações de Bernardinho e a polêmica envolvendo o treinador e a FIVB, Federação Internacional de Vôlei.

Faz sentido.

Zé Roberto precisa focar.

Hoje no mundo não existe seleção melhor que a do Brasil, o que necessariamente não significa dizer que a seleção brasileira será campeã.

O caminho é longo e desgastante.

Zé porém deu um passo importantíssimo, Aliás não se poderia esperar nada de diferente partindo dele.

Experiente, já sentiu na pele o outro lado.

Treinar a equipe e preparar as jogadoras física e tecnicamente, sem esquecer do lado emocional, é o dever e o papel do treinador.

Ponto.

 


Cofre cheio
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Bruno Voloch

1,5 milhão de euros.

Esse será o prêmio pela conquista do título mundial ofertado pela Federação da Polônia.

Cada jogador receberá cerca de 100 mil euros.

Os atletas ainda serão homenageados pelo governo e serão recebidos em breve pelo presidente Bronislaw Komorowski.

Foi a maior premiação paga na história do vôlei polonês.

 

 

 


Compromi$$o
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Bruno Voloch

Katowice (Polônia).

A Polônia ganhou um novo ídolo:

Stephane Antiga, técnico francês, campeão do mundo pela seleção após 40 anos,

Humilde, de fala mansa e estilo requintado. Papo reto e direto.

Perguntei ao treinador como ele se sentia derrotando o Brasil duas vezes em menos de uma semana:

'Normal. Havia dito na entrevista após o jogo contra a Alemanha que seria possível vencer porque já tínhamos provado isso quando fizemos 3 a 2. Se chegamos a decisão foi por méritos próprios e como disse sem medo do adversário'.

Ele afirma que nem mesmo a derrota no primeiro set foi capaz de abalar a equipe:

'Não. Estudei o que eles tinham feito dentro de quadra. Passo a passo. Nosso time entrou preso, com pressão e disse a eles que jogassem soltos, de maneira leve, que o jogo iria aparecer naturalmente e que a obrigação era do Brasil, afinal era tricampeão do mundo'.

Bernardinho disse que se sentiu prejudicado por causa da FIVB durante a competição. Antiga, riu, e interrompeu:

'Prejudicada foi a Bulgária no mundial de 2010 e os Estados Unidos em Atenas 2004. Jogador tem memória curta, treinador não. Cada um paga pelos seus atos. Quero que me digam algum erro da arbitragem na decisão. Nenhum. Zero. Nossa vitória foi limpa de dentro de quadra. Eu usei o que tinha de melhor e minhas opções. Não sei como funcionam as coisas na seleção brasileira. É uma nova era chegando e os tempos mudaram. Aqui só quem ganha no grito é a torcida.'

Antiga recebe cerca de 15 mil euros por mês da federação polonesa, menos do que ganha Bernardinho para dirigir o Rio de Janeiro,

O técnico, segundo especialistas da área, chega a faturar mais de R$ 400 mil envolvendo palestras e negócios.

O mais novo treinador campeão do mundo falou ainda das mudanças que se viu obrigado a fazer:

'Era a minha chance de vida. Afastei alguns jogadores que estavam acomodados (Bartman) e deu valor aos que precisavam de espaço e tinha potencial diferenciado, como Mateusz, Mariusz e Michal (Mika, Wlasly, Winiarsky ). A Polônia poderia ter acontecido em 2012 na olimpíada de Londres, mas Anastasi não conseguiu tirar o que o grupo tinha de melhor. Não é uma crítica. É uma constatação. Eu não dou margem para errar. Dois, no máximo três erros e altero a estrutura. Troco, repenso. Esse é o segredo. Todos se sentem úteis. Foi assim com o Pawel (Zagumny) que mudou a história do jogo final em Katowice'.

Por fim, ele apressado após encontro com o presidente da federação local, confessa:

'Tecnologia não ganha jogo. Vejo treinadores com fios enrolados por todo o corpo, presos, com assistentes espalhados por todos os lados. De nada adianta. Anoto o que preciso. Simples, Passo o básico para meus jogadores. Eles é que ganham dentro de quadra'.

E completou:

'Só estou lá pra pedir tempo e parar o jogo no momento certo'.

Stephane Antiga está com 38 anos e assumiu o cargo de técnico da seleção em outubro de 2013. Abandonou a carreira no ano passado após quase 7 anos atuando no vôlei polônes.

Jogou quase uma década na seleção da França e tem contrato com a Polônia até 2016.