Blog do Bruno Voloch

Dura constatação
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Bruno Voloch

Verona ( Itália ).

José Roberto Guimarães foi 3 vezes campeão olímpico.

Venceu em 1992 com o masculino em Barcelona. Repetiu a façanha em 2008 na olimpíada de Pequim comandando o feminino e 4 anos mais tarde nos jogos de Londres.

Único técnico na história do vôlei mundial medalhista de ouro nas duas categorias.

Zé Roberto porém não se ilude com a fama e o sucesso.

Apesar dos 100% de aproveitamento com a seleção feminina na Itália, 7 vitórias em 7 jogos, o treinador admite a pressão e fala da cultura do esporte no Brasil:

'Segundo não serve. O vice-campeonato por incrível que possa parecer é encarado como fracasso. No nosso país é dessa forma que a maioria pensa e a boa parte da mídia também. A pressão é grande e já me acostumei com a situação'.

O técnico não se ilude com o retrospecto vitorioso:

'Infelizmente o que vale é o último resultado. É a imagem que fica. O passado conta pouco'.

Brasil, China, Estados Unidos e a surpreendente República Dominicana são as únicas seleções que ainda não perderam na competição.

No sábado, a seleção feminina enfrenta a Rússia, atual bicampeã do mundo. Uma vitória da seleção brasileira pode até significar a eliminação precoce da Rússia no mundial.

A Rússia, que derrotou o Brasil nas finais de 2006 e 2010, caiu para os Estados Unidos e Turquia e perdeu 2 dos 3 últimos jogos na competição.

 

 


É isso mesmo ?
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Bruno Voloch

Difícil entender.

Muito complicado decifrar a 'nova gestão' da CBV.

No momento em que as atenções do mundo estão voltadas aqui para a Itália, os responsáveis e que se dizem 'organizdores da Superliga' resolvem divulgar a tabela da competição.

Sensibilidade zero.

Até aí, com uma certa boa vontade, dá para relevar uma vez que os times precisam se programar.

Mas para piorar o quadro, até onde tive conhecimento, o jogo de abertura do masculino será uma partida antecipada da segunda rodada entre Minas e Juiz de Fora em 25 de outubro.

É isso mesmo ?

A cúpula da CBV, que andava pela sala VIP do ginásio em PalaOlimpia aqui em Verona, sabe disso ?

Existe comunicação interna ?

Os homens que comandam o vôlei brasileiro sabem o que se passa dentro de casa ?

Custava começar certo ….

 

 

 

 


Pane ?
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Bruno Voloch

Verona ( Itália ).

A RAI acaba de mostrar o VT completo de Rússia x Bulgária.

Vitória das russas por 3 a 1.

Resultado esperado,

O terceiro set merece registro e foi absolutamente atípico,

A Rússia, que já tinha feito 25/23 e 25/15, caminhava para um tranquilo 3 a 0 quando abriu 24 a 18.

Mas não é que a Bulgária virou o set e fechou com 28/26.

Inacreditável e inaceitável para um time tão experiente e atual bicampeão do mundo,

No quarto set as coisas voltaram ao normal.

O fato nos traz ainda amargas lembranças.

Impossível não lembrar do confronto entre Brasil e Rússia na Olimpíada de Atenas em 2004.

É passado ?

Sim.

Mas do lado de lá também dá pane.

 

 

 

 


Dança conforme a música
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Bruno Voloch

Verona ( Itália ).

Uma autêntica pelada.

Assim foi Brasil 3 x 0 Cazaquistão.

Jogo ruim tecnicamente, arastado, recheado de erros e salvo apenas pelo razoável terceiro set da seleção.

Tirando isso. Nada mais,

A seleção ainda dá sinais de instabilidade no passe e demora a engrenar.

Contra adversários desse nível, não corre maiores riscos.

Não é porém recomendável repetir a postura, adotada na maior parte dos jogos até agora, contra Rússia, Estados Unidos e quem vier pela frenta na terceira fase.

O Brasil ''dança' conforme a música no mundial.

A Holanda em tese não oferece preocupação.

A derrota para a Sérvia por 3 a 0 não porém deve iludir a comissão técnica. O placar foi injusto.

As holandesas dominaram o o jogo, comandaram os 3 sets e não fecaharam por incompetência, relativo mérito da Sérvia e 'cegueira' do técnico Gido Vermeulen, O treinador achou por bem, sabe-se lá os motivos, deixar no banco a ótima Manon Flier.

A atacante entrou em quadra apenas no terceiro set.

A justificativa de que está voltando de contusão não cola.

A Holanda jogava todas as suas fichas contra a Sérvia e se tivesse Manon em quadra desde o começo o final poderia ter sido outro.

Poderia.

O técnico não quis.

Sem possbilidades de classificação, a Holanda jogará sem pressão contra o Brasil.

O time não é ruim. Cresceu. Tem uma boa levantadora, a habilidosa central De Kruijf e a valente ponteira Plak.

 

 

 

 

 

 


Pratos limpos
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Bruno Voloch

Verona (Itália).

A fase final do Grand Prix foi marcada pela briga entre José Roberto Guimarães e a levantadora Fabíola.

Antes da partida contra a China, técnico e jogadora se desentendaram ainda no aquecimento por questões técnicas e de movimento da atleta ainda na rede.

Como castigo, Fabíola não entrou em quadra.

O blog noticiou na ocasião.

http://blogdobrunovoloch.blogosfera.uol.com.br/2014/08/25/fabiola-novamente/

O Brasil acabaria ainda conquistand0 o décimo título.

Se engana porém quem acha que o problema no Japão abalou a relação dos dois.

'Aquele episódio realmente aconteceu. Mas ela se explicou na ocasião, disse que não havia feito nada de maneira proposital e que também lutava inconscientemente contra certos movimentos errados. Cabe ao técnico corrigir e foi o que fiz. Achei que aquilo no momento era proposital e não podia deixar passar, mas vi depois que não', explicou Zé Roberto.

O técnico disse que a situação serviu como experiência:

'Hoje estamos mais próximos. Conversei com a Fabíola e no dia seguinte já estava tudo bem, Vale como experiência'.

Por fim, Zé rasgou elogios a levantadora:

'Ela é uma das jogadoras mais queridas do grupo, isso se não for a mais agradável de todas. Sempre disposta, na dela, não me cria problema e disposta a colaborar. Um doce de pesssoa e de ótima convivência. A briga no Grand Prix me reaproximou da Fabíola.'

O técnico lembrou os momentos de superação da atleta:

'Não tem sido fácil pra ela. A Fabíola teve que superar o corte para a Olimpíada de Londres, não desistiu, correu atrás novamente e está aqui no mundial por méritos'.

 

 


Verdadeira
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Bruno Voloch

Ela é diferente.

Talvez porque fale o que pensa. Algo raro nos dias de hoje.

Ela é diferente.

Talvez porque se cobre demais.

Essa fala. Fala mesmo.

Personalidade forte.

Não tem receio de ser mal interpretada.

Foi assim após a vitória contra a Turquia.

Não quis falar depois do jogo contra a Sérvia.

E qual o problema ?

Se não foi convidada para a entrevista coletiva oficial da FIVB, está no seu direito.

Thaísa refletiu.

Não muda. Seja no clube ou na seleção.

É autêntica e prefere ser conhecida ou ficar marcada pelo jeito direto de ser.

Já está.

Não esconde nada. Aliás, nem precisa.

Quem conhece Thaísa basta ver sua fisionomia durante os jogos para saber exatamente o que ela pensa e como está se sentindo.

Nesse mundial vi poucas vezes Thaísa sorrindo o que não é um bom sinal.

Ela sabe que pode render muito mais.

Sabe também que é fundamental para a engrenagem da seleção.

 


Europa x EUA
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Bruno Voloch

Dois grupos.

Dois caminhos diferentes e duas realidades bem distintas.

Assim será a segunda fase do mundial.

De um lado estarão China, Itália, República Dominicana, Japão, Bélgica, Croácia , Azerbaijão e Alemanha.

Em tese, a China sobra na turma. É a favorita para sair em primeiro.

Existe um equilíbrio enorme entre Itália, República Dominicana e Japão. Pelo que mostraram até agora, Azerbaijão e Alemanha estão num nível inferior e a Croácia é uma boa surpresa.

Pelos pontos trazidos da fase anterior, a Itália tem boas chances de seguir.

República Dominicana, do competente Marcos Kwiek, e Japão, brigariam diretamente pela terceira vaga.

Do outro lado está o caminho do Brasil.

E que caminho.

Rússia e Estados Unidos pela frente.

Embora as norte-americanas tenham 9 pontos contra 8 do Brasil e 6 da Rússia é um grupo totalmente aberto.

A Sérvia com 5 não pode ser descartada.

A Holanda, que evoluiu nos últimos anos, Bulgária e o Cazaquistão são coadjuvantes. As holandesas podem beliscar ainda um set ou outro. Bulgária idem.

A Turquia, se quiser sonhar com a terceira fase, terá que vencer Rússia e Estados Unidos.

A derrota para os Estados Unidos na primeira fase deixa a Rússia no limite sem poder tropeçar.

Os confrontos entre os europeus devem ser interessantes e muito equilibrados. A Rússia não terá moleza.

Difícil fazer qualquer prognóstico.

Estados Unidos, Rússia e Brasil, assim como do lado de lá, são os favoritos em tese. Isso em tese.

Na prática pode não ser bem assim, especialmente quando surgir o 'jogo de interesses'.

O ideal é não depender de ninguém.

 

 


Up and down
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Bruno Voloch

Por que a seleção demora a engrenar ?

Essa é a questão.

5 jogos, 5 vitórias. 100% de aproveitamento e o primeiro lugar do grupo.

Campanha perfeita se baseada apenas nos números.

Dois jogos absolutamente tranquilos contra Camarões e Canadá, já eliminados, um 3 a 0 convincente na estreia contra a Bulgária e muitas dificuldades diante de Turquia e Sérvia.

O Brasil venceu, conseguiu se superar dentro de quadra, mas mostrou muita instabilidade nas duas últimas partidas.

O quarto set no jogo contra a Sérvia talvez tenha sido o maior exemplo.

A seleção abusa dos erros em determinadas situações.

Contra a Turquia o bloqueio tal vez tenha feito a diferença, assim como a defesa e o na partida contra as sérvias.

Dani Lins anda imprecisa. Já vi jogando bem mais. O mesmo se pode dizer de Fernanda Garay.

Fabiana e Thaísa fazem a diferença na rede. Na rede. A seleção andou sofrendo na recepção e as duas consequentemente estão devendo no ataque.

Jaqueline é a melhor jogadora do Brasil na competição.

Erra ?

Sim, como todas as outras. Mas tem sido fundamental atrás.

Sheilla ainda está distante do ideal. Normalmente faria a diferença.

Não dá pra deixar de citar o ótimo mundial de Camila Brait.

Fabíola e Tandara se superaram no jogo da Turquia e não foram bem contra a Sérvia.

A seleção tem sido assim.

Up e down.

Vivendo de altos e baixos.

É um time que ainda busca regularidade.

Demora a engrenar e pega no tranco, as vezes quando a coisa está no limite.

Tática perigosa e de risco.

 

 

 


Começou o mundial
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Bruno Voloch

Começou.

Enfim, começou o campeonato mundial para a seleção brasileira.

Tandara foi no ponto exato.

Agora é pra valer.

A vitória por 3 a 2 diante da Turquia foi muito mais importante do que os dois pontos somados.

A virada mostrou a força do elenco.

José Roberto Guimarães foi absolutamente feliz nas alterações. Certamente se não tivesse modificado o time, o Brasil teria perdido o jogo por 3 a 1. Sim, porque o terceiro set foi bem atípico.

A Turquia fez sim um ótimo jogo e o resultado precisa ser valorizado. Viveu é bem verdade de Sonsirma e Ozsoy. Simples.

O Brasil não.

Zé usou todo mundo, exceção feita a 'Carol'.

Fabiana foi fundamental para a reação. A inversão com Fabíola e Tandara deu resultado e até Gabi se recuperou após segundo set instável.

O resultado positivo dá moral.

O mundial apenas começou.

 


E a Itália ?
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Bruno Voloch

A Polônia estava distante do bloco dos favoritos ao título mundial.

O time de Antiga porém se infiltrou e contagiado pela torcida ignorou as principais forças e venceu o campeonato dentro de casa após 40 anos.

Estados Unidos, Rússia e Brasil foram caindo. Um a um.

Será que a história poderia se repetir na Itália ?

Não creio.

Mas depois do que vimos na Polônia tudo é possível.

A torcida italiana é fanática também pelo esporte, mas a equipe feminina não tem empolgado tanto. Especialmente pelos últimos resultados, muito embora a Polônia tenha ficado de fora das finais da Liga Mundial semanas antes.

Tecnicamente, pelo menos 4 seleções são superiores as italianas. Isso sem se esforçar muito.

Brasil, Rússia, Estados Unidos e China, que são em tese os favoritos.

A Itália é vista sob desconfiança.

Conta com um elenco experiente e cansado.

Francesca Piccinini, Lo Bianco, Nadia Centoni, Diouf, Del Core, Ferreti, Arrighetti e Costagrande.

Chirichella é aposta.

As 3 vitórias conquistadas até então, Tunísia, Croácia e Argentina, o resultado positivo diante das croatas talvez tenha sido o mais significativo.

É pouco ?

Sim.

O mundial apenas começou ?

Sim.

Mas não é muito interessante e seria pouco inteligente descartar a Itália.

Assim foi em 2002.

Ninguém dava nada pelas italianas e elas foram campeãs do mundo pela primeira vez.