Blog do Bruno Voloch

Categoria : Vôlei

Após título inédito, Serginho deve repensar sobre futuro na seleção brasileira
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Bruno Voloch

Emocionante e de arrepiar o depoimento de Serginho, líbero do Sesi, após a conquista do título.

35 nas costas e uma sinceridade que muito marmanjo não tem.

Era só ver nos olhos do jogador que suas palavras eram absolutamente sinceras.

Serginho tirou das costas, com 4 parfusos e tudo, o peso de encerrar a carreira sem ganhar uma superliga. Esse risco ele não corre mais. Ainda bem.

Entendo os apelos dos jogadores e da comissão técnica da seleção para que Escadinha siga firme até Londres 2012. Mas tenho minhas dúvidas se o Escada aguentará.

Seu desgaste em quadra é nítido e obviamente que após a cirurgia Escada não é mais o mesmo jogador. Ele mesmo sabe disso. Mas apesar disso, Escada segue sendo longe, disparado, o melhor líbero que temos.

Só acho que após o título, Serginho deve pensar e refletir muito o que vai fazer da carreira. A imagem que temos dele é de um cara ganhador, vibrante guerreiro, líder e que ganhou tudo que disputou como atleta.

Entendo os apelos de Murilo e principalmente de Bernardinho. Sem ele, a seleção fica com um ‘buraco’ atrás.

Mas não acho correto pressionar o Escada. Isso me parece um pouco de ‘egoísmo’ no bom sentido. 

Serginho, Escadinha, Escada, para os íntimos, está no limite e precisamos entender, por mais que seja doloroso.


Derrota no terceiro ‘matou’ Cruzeiro; segundo lugar deve ser valorizado
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Bruno Voloch

A derrota no terceiro set foi determinante na decisão.

O Cruzeiro sentiu demais a vitória do Sesi e não teve mais forças para reagir. Uma pena. Mas o Cruzeiro como se diz na gíria ‘caiu de pé’.

O time foi muito bem montado e com orçamento inferior aos ‘bicho papões’ Pinheiros/ SKY e Vôlei Futuro que ficaram pelo caminho. Só por isso o trabalho deveria ser enaltecido.

O Cruzeiro nos deu novamente o prazer de ver o ‘mago’ William em ação. Aliás, William ganhou com interia justiça o prêmio de melhor levantador do campeonato.

Wallace, uma grata revelação. Menino corajoso, estilo cubano e que dá na bola sem dó. Na decisão, levou uma bolada na cara de Murilo e acordou. Jogou muito bem o segundo set. Fez uma bela superliga.

Os centrais Acácio e Douglas Cordeiro se completaram. Acácio no bloqueio, Doulgas no ataque, muitas vezes a bola de segurança do time.

Felipe e Léo Mineiro passam como poucos. Felipe jogou mais na final, Léo nem tanto, mas nada que tire o brilho de Léo durante toda a superliga.

Marcelo Mendez realizou uma ótima temporada. Foi campeão mineiro e vice da superliga. Montou um time versátil, seguro atrás, como volume de jogo e poderoso no ataque.    

O Cruzeiro talvez tenha chegado onde muitos não esperavam antes do campeonato. Superou o Pinheiros de Giba e Gustavo nas quartas e ganhou do Vôlei Futuro de Ricadinho, Vissoto e Lucão.

A torcida do Cruzeiro deu mais uma vez um belo espetáculo no Mineirinho. Ganhou de presente por tudo que o time fez nas fases anteriores o direito de ver de perto seu time na final.

Aplaudiu os jogadores no fim da partida numa clara demonstração de agradecimento. A recíproca é verdadeira.


A história do título do Sesi vai além dos 3 a 1 contra o Cruzeiro
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Bruno Voloch

O Sesi mereceu ser campeão brasileiro pela primeira vez.

Mas a história dessa conquista não se resume somente ao desempenho na superliga e passa também pela perda do título paulista para o Vôlei Futuro.

A filosofia de trabalho foi mantida.

O Sesi foi o time mais regular do campeonato e se superou nos momentos de adversidade. E não foram poucos.

Primeiro não conseguiu contar com o líbero Serginho ‘inteiro’, passou pela contusões de Thiago Barth, Murilo e Thiago Alves. Giovane teve a sensibilidade de poupar seus principais jogadores quando foi preciso. E mais. A comissão técnica preparou não só os titulares como também os reservas. Os jogadores que foram usados ao longo da superliga se mostraram sempre preparados para entrar e absolutamente em forma.

O Sesi saiu de 1 a 0 para o Minas na semifinal, teve forças, superação, determinação e acima de tudo personalidade para vencer em Belo Horizonte e reverter a situação em casa. O Minas, todo poderoso e um dos mais tradicionais times do Brasil. Não era fácil. O Sesi fez.

O Sesi ficou 15 dias sem jogar e quem disse que os jogadores perderem o ritmo de jogo. Pelo contrário. Jogaram com uma agressividade impressionante e muita lucidez.

O time paulista jogou fora de casa a final e a decisão teoricamente seria em ginásio neutro após a eliminação do Minas. Teoricamente. O Cruzeiro passou pelo Vôlei Futuro e ganhou o direito de jogar em casa. Mais uma barreira pela frente.

Mineirinho lotado e 17 mil vozes contra. Nada disso abalou o Sesi que veio preparado para ser campeão.   

O Sesi mostrou como se faz um time campeão. Não basta ter Murilo, Serginho, Wallace, Sidão e cia. Ajuda muito. É preciso fundamentalmente ter estrutura, profissionais responsáveis e qualificados dentro e fora de quadra e uma comissão técnica competente.


Carol e Thaísa comandaram vitória do Osasco; beijo de Jaqueline roubou a cena
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Bruno Voloch

Difícil, muito difícil escolher um destaque na vitória de Osasco diante do Vôlei Futuro.

Carol demorou para entrar no jogo, mas quando entrou, jogou muito bem. Atuou com uma personalidade impressionante e quase sempre escolheu a melhor opção no ataque.

Thaísa teve ótimo desempenho no bloqueio, foi participativa no ataque e sorriu. Sim, Thaísa sorriu. É verdade que sorriu com mais vontade no fim do jogo com a clasificação garantida, mas a central estava nitidamente feliz.

Como seria complicado falar da diferença técnica das duas equipes, prefiro sinceramente dedicar essa espaço para Jaqueline. Já vi Jaqueline jogar muito mais, porém sua atuação nesse segundo jogo semifinal foi marcante.

Seria redundância falar de sua importância no passe e na defesa, mas Jaqueline voltou a atacar e do fundo também. Não 100% ainda, mas perto dos 80, digamos. Jaque tem mais uma semana pela frente até a decisão e certamente vai evoluir até o jogo em Belo Horizonte.

Que Jaqueline é simples e humilde, isso todos nós já sabemos. Mas dessa vez ela se superou.

O gesto de dar um beijo na companheira Thaís após a largada cair foi absolutamente inesperado. O beijo era uma maneira de agradecer o carinho como foi tratada nesse período de recuperação e a confiança que o grupo tem nela.

Dar beijo é comum no esporte como forma de agradecimento, até a bola é beijada.

Mas o gesto de Jaqueline foi espontâneo e natural, como tudo que ela faz.


Vôlei Futuro ‘não falou’ e também não jogou
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Bruno Voloch

Assim como as notas oficiais, a ‘lei da mordaça’ também não funcionou.

A história do masculino se repete com o feminino e o Vôlei Futuro está fora da decisão da superliga. A equipe terá que brigar com o Pinheiros pelo terceiro lugar da superliga.

Desde os incidentes com o time masculino em Contagem e a briga com a TV Globo, as jogadoras foram proibidas de falar com a imprensa pela diretoria do clube.

Se esse tipo de decisão ajudasse o time, menos mal. Mas não foi o caso.

O Vôlei Futuro não falou e muito menos aproveitou o tempo que teve para treinar. O aproveitamento de saque beirou o ríduculo, especialmente com Paula Pequeno. Paula aliás jogou com raça, determinação, mas não fez a diferença como era de se esperar.

Osasco foi inteligente e não precisou se esforçar muito para vencer. Sacou com mais eficiência e acima de tudo, inteligência. Tandara sofreu com a recepção, embora esteja longe de ser a responsável pela derrota.

Os principais responsáveis não entraram em quadra.

O vôlei Futuro não falou, mas também não jogou.


Vasco é favorito, terá estádio cheio, torcida a favor, mas vai precisar ser inteligente
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Bruno Voloch

Lugar de vascaíno neste sábado é no Engenhão. Pelo visto, com 16 mil ingressos vendidos antecipadamente, teremos um ótimo público para prestigiar Vasco e Olaria.

O tocedor parece ter entendido o recado.

Depois de muitos anos longe de uma decisão, o time tem novamente a possibilidade de disputar uma final de turno, no caso a Taça Rio.

Para isso basta uma simples vitória diante do Olaria.

Digo simples porque o Vasco é mais time, jogará ‘em casa’ diante da torcida e tem muito mais tradição do que o adversário.

Mas o Vasco terá que jogar futebol, não aquele da semana passada e sim o exibido diante das vitórias contra o Bangu pelo estadual e Náutico pela Copa do Brasil.

Time, camisa e torcida podem não ser suficientes e o Fluminense sofreu na pele essa experiência contra o Boavista na Taça Guanabara. Mas o Vasco de hoje me parece ajustado, certinho taticamente, arrumado e bem distribuído em campo.

O torcedor cobrou com toda razão um time decente e que honrasse as tradições do clube após o péssimo primeiro turno do time. O presidente se esforçou, trocou o treinador e os reforços foram apresentados.

O Vasco sem dúvida é outro. Pode não ser o melhor time do Rio, e talvez de fato não seja, mas nessa Taça Rio nenhum dos 4 grandes times apresentou um futebol melhor do que o do Vasco. 

Por essas e outras, a torcida do Vasco tem obrigação de encher o Engenhão e ser acima de tudo ser companheira do time. Não achar que o Vasco vai golear e dar espetáculo, pode até ser, mas normalmente será um jogo de ataque contra defesa. O segredo é ter paciência.

Não adiante se impressionar com a pressão da torcida ou com vaias que supostamente possam surgir caso o gol não aconteça. O adversário é o Olaria, mas não deixa de ser uma semifinal de Taça Rio.

O Olaria não tem nada a perder. O Vasco sim.

Ter o torcedor ao lado durante os 90 minutos será fundamental para o Vasco sonhar em sair da fila de 8 anos sem ganhar o campeonato estadual.


Thaísa esclarece situação e garante estar bem
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Bruno Voloch

Acabo de receber um e-mail da jogadora Thaísa do Osasco.

Não vou entrar em detalhes por respeito e consideração a jogadora.

Thaísa fez questão de esclarecer que em nenhum momento ‘respondeu’ diretamente ao que escrevi questionando os motivos de sua aparente falta de alegria e consequente ausência de sorrisos em quadra. Pode até ser. Mesmo se tivesse respondido, o que não foi o caso, estaria no direito dela.  

Seus inúmeros fãs, após o que foi blogado, entraram em contato com a jogadora via Twitter pedindo explicações e questionando se ela estava deixando o clube.

Thaísa então respondeu prontamente e publicou uma mensagem com a idéia de tranquilizar os fãs. No texto em questão Thaísa disse:

‘E as pessoas q estão preocupadas com minha “felicidade”, saibam q estou mto bem graças a Deus! Seriedade n significa tristeza ou insatisfação’.

Realmente foi um enorme coincidência.

Digo e repito. Conheci uma Thaísa em quadra diferente dessa que vejo jogar em Osasco, por isso a tal mudança de comportamento me chamou tanta a atenção.

Jornalisticamente é fato.

Thaísa sabe exatamente que não é uma jogadora comum, prova disso foi a atitude de grandeza e maturidade que acabou de dar.


Sisley Treviso de Marcelinho é eliminado na Itália
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Bruno Voloch

Acabou a temporada para o levantador Marcelinho.

O Sisley Treviso perdeu o quinto jogo das quartas de final para o Macerata por 3 a 0 e ficou fora da semifinal.

O Macerata será adversário do Cuneo na próxima fase. Trentino de Rapha e Modena de Bruninho brigam pela outra vaga na decisão.

Após ser dispensado pelo Pinheiros no fim do ano passado, Marcelinho ficou 4 meses na Itália. Pelo Sisley, conquistou a Copa da Europa.

O jogador deve retornar ao Brasil nos próximos dias. Marcelinho tem proposta do Minas e de algumas equipes da europa.


Após fim do time, atleta do Santo André desabafa: ‘Estou revoltado. Santo André não merecia esse descaso’
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Bruno Voloch

Conforme o blog informou, a tradicional equipe de vôlei de Santo André resolveu encerrar as atividades com o vôlei maculino.

Uma das mais tradicionais equipes de vôlei do país vai fechar as portas. Santo André, por onde passaram atletas como Moreno, Xandó, William, Amauri, Carlão e Montanaro, não vai participar da próxima edição da superliga.

A prefeitura diz que vai investir somente nas escolinhas e nas divisões de base. Com isso, o time adulto não será montado e os jogadores serão dispensados. 

A parceria de Santo André com a Pirelli ficou conhecida nos anos 80 quando protagonizou partidas memoráveis contra a extinta Atlântica Boavista.

Orlando, um dos mais experientes jogadores do time, não se conforma com o fim da equipe:

‘Eu estou revoltado. A gente não merecia esse descaso’.

Aos 39 anos, Orlando foi além: 

‘Não podemos ser tratado desse forma. Fui expulso de quadra na derrota em Belo Horizonte para o Minas e as pessoas que dirigem o vôlei do clube não foram me defeder. Peguei 4 jogos der suspensão. Sabe como eles me defenderam ? Através de um e-mail’.

Orlando disse que está de férias, mas vai tentar junto com o treinador Madeira ajuda dos vereadores para o time não terminar:

‘Vamos nos reunir e tentar alguma saída. Mas o problema todo está no secretário de esportes’.

O jogador faz questão de explicar e aproveita para fazer acusações:

‘Eles falam em categorias de base, mas sempre prometeram desde o início da gestão e não conseguiram nada. Aliás, conseguiram sim, derrubar Santo André para a segunda divisão dos jogos abertos. Só vamos jogar a primeira porque vamos sediar os jogos. Isso é uma vergonha’.

Segundo Orlando, a briga pode ser política:

‘Não descarto isso, o que seria uma tristeza. Mas a suspeita sempre existe. As pessoas podem até ter boas intenções, mas não são do ramo’.

O blog tentou falar com o secretário de esportes mas ainda não obteve retorno.


Irônica, Thaísa se manifesta via Twitter e diz que ‘seriedade não significa tristeza’
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Bruno Voloch

‘E as pessoas q estão preocupadas com minha “felicidade”, saibam q estou mto bem graças a Deus! Seriedade n significa tristeza ou insatisfação’.

Foi com essa frase, com uma pitada de ironia, que Thaísa resolveu falar sobre seu abatimento dentro de quadra nas partidas do Osasco na atual superliga.

Que bom. Inteligente como aparenta ser, tinha a certeza que Thaísa iria se manifestar.

Escrevi que não estava entendendo porque Thaísa não sorria mais em quadra como no passado. Não foi apenas uma constatação de minha parte e sim de várias pessoas ligadas ao vôlei.

Fico feliz, de verdade, que Thaísa esteja bem. Thaísa é uma jogadora importante para Osasco e também para a seleção brasileira.

Ela tem razão em parte. Thaísa é uma pessoa pública e atleta de seleção, nesse caso então sua ‘felicidade’ interfere diretamente no seu jogo, taticamente falando, aí pode virar motivo de comentário, sim.

A seriedade pode mesmo não significar tristeza ou insatisfação. Mudar o estilo de jogar, com certeza. Isso pode significar maturidade ou uma mudança forçada em função daquilo que não estaria dando certo.

A palavra felicidade entre aspas é que deixou uma interrogação no ar. Soou como irônia e deboche.

A ‘preocupação’ é com a bola. Nada além disso. Mas se Thaísa encontrou na ‘seriedade’ a maneira de render mais na sua profissão, isso é ótimo.

Ela está pronta para ser cobrada, como todo grande atleta deve ser.