Pressão e família em xeque
Bruno Voloch
É fato. A foto é marcante.
Retrato da tristeza dos jogadores brasileiros no pódio em Londres 2012.
Faz tempo. Quase 2 anos.
Assim como faz tempo também que o Brasil não ganha a Liga Mundial. A seleção brasileira masculina amarga um jejum de 3 anos sem título.
O período pode não ser assustador assim, mas quando se trata de Brasil, maior vencedor da história da competição, os números são sim alarmantes.
A última vez que a seleção venceu foi apenas 2010, na Argentina.
É bem verdade que fomos finalistas em 2011 e 2013, mas perdemos nas duas ocasiões para a Rússia, hoje a número 1 do mundo.
Os russos, sempre eles …
São 17 medalhas, 9 de ouro, 4 de prata e 4 de bronze em 23 anos de Liga Mundial.
A prioridade de Bernardinho em 2014 é o campeonato mundial na Polônia quando o Brasil irá tentar o inédito tetracampeonato.
A liga porém será ou seria importante para avaliar o potencial de alguns estreantes e testar efetivamente vários jogadores. Acontece que a cultura do esporte aqui no país não dá muita margem para erros e derrotas.
A cobrança é e será sempre muito grande. Assim fomos acostumados, assim nos acostumaram.
A família Bernardinho está em xeque.
O treinador deixou ou foi obrigado a deixar de fora alguns membros e frequentadores assíduos como Giba, Dante, Rodrigão e Thiago Alves.
Perdeu Serginho e manteve o intocável Mario Jr, algo inexplicável, entre outros.
Trouxe gente nova como o central Gustavão, talvez maior aposta da comissão técnica.
Todo início de temporada se questiona a titularidade de Bruno. A princípio e com certo mérito, ele começa 2014 como titular. Mas dessa vez, tomara, que tenha a sombra de Rapha.
Bruno e Rapha, se tivessem o mesmo tratamento, fariam bom duelo pela posição. Se assim for, Rapha pode finalmente desencantar.
Seria muito interessante ver os melhores em quadra.
Tomara.
A derrota na olimpíada de Londres deve ter servido de lição. Não pode e nem existe mais espaço para privilégios ou ‘tempo de casa’.
A Itália é o primeiro obstáculo. É um clássico cercado de muita rivalidade e sempre interessante de ser assistido.
Se a Itália, como cansam de frisar, não é a mesma dos anos 90, o Brasil está longe de ser potência dos anos 2000.
O grupo em tese é equilibrado com Itália, Polônia e Irã. A classificação é provável e o Brasil não corre riscos já que os italianos irão sediar as finais da competição e estão automaticamente classificados.
Se chegar lá, Bernardinho e Ary Graça vão se encontrar …
Se chegar …