Blog do Bruno Voloch

Arquivo : outubro 2014

Saída polêmica
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Jovana Brakocevic não joga mais pela Sérvia.

A própria jogadora anunciou a decisão e disse que o mundial da Itália marcou sua despedida com a camisa da seleção.

Brakocevic não esconde sua insatisfação com Zoran Tersic.

Ela acha que poderia ter sido aproveitada pelo treinador durante a competição. Longe de ser política, disse não concordar com as determinações do técnico, que não estava 100% recuperada da lesão no ombro, mas que certamente teria ajudado mais se fosse escalada.

Perguntado sobre as declarações de Brakocevic, Tersic se limitou a dizer que Boskovic continua sendo a melhor opção e que não se arrepende de ter escalado a oposta de apenas 17 anos.

Brakocevic tem apenas 26 anos, mais de 15o pela seleção e liderou a conquista do campeonato europeu em 2011.

 

 


Dentro uma, fora outra
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

É estranho mesmo .

O comportamento das jogadoras da Rússia chama atenção.

No hotel estão hospedadas, junto com as demais delegações, são fechadas, antipáticas e levemente educadas. Não conversam, não dão autógrafos e muito menos posam para fotos.

Ignoram as adversárias quando cruzam no hall ou restaurante.

Curioso é que fora do ‘ambiente de trabalho’ as russas mudam.

Num dos raros dias de folga, algumas foram ao shopping que fica ao lado do NH hotel.

Mudaram.

Distribuíram sorrisos, simpatia e bom humor.

Goncharova, Gamova, Moroz, e Yana Shcherbman nem pareciam as mesmas.

Incrível.

Passearam por quase duas horas no local, compraram e deixaram o shopping andando.

Qualquer semelhança nesse caso é mera coincidência.

 

 

 

 


Cara nova
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Bruno Voloch

Milão ( Itália).

Fim.

O campeonato mundial da Itália será o último disputado nos moldes atuais.

A FIVB, Federação Internacional de Vôlei, irá mudar o regulamento da próxima edição.

A fórmula de disputa aprovou e deverá ser mantida.

No mundial de 2018 a classificação das seleções nos respectivos grupos será determinada pelo número de vitórias e não pela pontuação somada nos jogos.

O Japão será sede do torneio feminino.

Polônia, Espanha e Qatar brigam para sediar o masculino.

 


Unanimidade e raridade
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Unanimidade.

Coisa rara, cada vez mais complicada de ser vista. Quando se trata de esporte coletivo então nem se fale.

A seleção brasileira feminina porém é exceção.

Não estamos falando de Fabiana, Thaísa ou Sheilla, titulares absolutas, imprescindíveis e com qualidades técnicas indiscutíveis.

A unanimidade tem nome e sobrenome.

Josefa Fabiola Almeida de Souza Alves, ou apenas, Fabíola.

Ela não concorda.

Talvez do alto de sua humildade, característica marcante, resista em assumir o título de jogadora ‘mais querida’ da seleção.

Mas é.

O rótulo foi conquistado e não é de hoje.

O corte da jogadora na véspera da olimpíada de Londres foi rebatido pelas principais lideranças do grupo.

Fabíola acatou. Silenciou. Sofreu quieta. Agiu.

Dentro de quadra com trabalho e dedicação deu a volta por cima.

Aos 32 anos parece pronta. Madura e com personalidade.

Não guarda mágoa. De ninguém. Virou exemplo.

A opção de José Roberto Guimarães pela levantadora é até discutível, assim como outras opções do treinador em determinadas posições. Nesse caso é mesmo difícil ter unanimidade.

Crítico direto da levantadora, me aproximo da jogadora e pergunto se podemos conversar, afinal nunca se sabe a reação daqueles que supostamente não sabem conviver com a crítica influenciados por terceiros e tomados pela vaidade.

Não é o caso dela. Decididamente não.

Eis que Fabíola ‘me quebra’.

Admito.

Com um simples, ‘sim Bruno, claro’, falamos por cerca de 10 minutos.

‘Não me acho a jogadora mais querida. Apenas sou uma pessoa tranquila, de grupo, que procuro ajudar a todas as meninas, a comissão técnica e sempre fazer o bem. Mas se você está dizendo fico feliz em saber que tenho esse reconhecimento das minhas companheiras de seleção’.

A discussão com Zé Roberto vira tema e Fabíola responde:

‘Conversamos sim e acertamos. Não sou perfeita, tenho defeitos assim como qualquer ser humano. O mais importante é que estou aqui e disposta a ajudar’.

Falo da opção em deixar o país e jogar na Rússia.

‘Sempre foi meu desejo. Quero aprender outros idiomas, cultura e ganhar experiência na vida. Esse intercâmbio será muito importante. A Rússia vai me fazer crescer em todos os sentidos’.

E o trauma do corte estaria superado ?

‘Prefiro achar que não era para ser. Vontade de Deus. Deixo nas mãos dele. Algo de muito bom ainda deve estar reservado pra mim. Não guardo mágoa, não sou assim. É um sentimento que faz mal’.

Agradeço e antes de sair Fabíola completa:

‘Nem de você. Procuro ver as críticas sempre como construtivas’.

Dura e surpreendente lição de vida.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


‘Primo pobre’ na elite do vôlei mundial
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Um brasileiro que deu certo.

A frase é conhecida e já foi aplicada em ínumeras situações. Essa é apenas mais uma.

Asssim é Marcos Kwiek, técnico que entrou para a história do esporte na República Dominicana, ao classificar a seleção pela primeira vez para a fase final de um campeonato mundial.

O feito trouxe até Roma o presidente do país, Danilo Medina, que fez questão de cumprimentar as jogadoras.

Essa porém não é a primeira façanha de Kwiek.

Em 2009, as dominicanas desbancaram os Estados Unidos e ganharam a Norceca, torneio continental de maior rivalidade nas américas. No mesmo ano foram terceira colocadas na Copa dos Campeões do Japão.

2010 ficou marcado ainda pela conquista inédita da Copa Pan-Anericana.

Isso sem contar que a República Dominicana terminou a olimpíada de Londres na inédita quinta posição.

Marcos Kwiek, paulista de 47 anos, assumiu o cargo em 2008.

Trabalhou entre 2003 e 2007 como assistente técnico de José Roberto Guimarães na seleção feminina. A proposta para deixar o país foi encarada como o maior desafio da carreira.

Corajoso, diferente de muitos treinadores no país que preferem viver como auxiliares, Marcos Kwiek encarou de frente. Assinou por 4 anos com a federação local e hoje é o responsável direto por todas as categorias de base da República Dominicana. O trabalho também já tem dado resultados entre as juvenis e infanto.

Em Milão, Marcos conversou com o blog.

Hospedado no NH hotel em Assago, colado de onde estamos, falamos por mais de duas horas. Papo firme, aberto e de revelações.

Blog: Como sua seleção chega para jogar a terceira fase em Milão ?

Marcos: Sendo muito respeitada. Chegamos por méritos e muito merecimento. Vamos jogar de igual para igual com China e a seleção brasileira, mas sabemos do nosso potencial e queremos muito mais. Hoje somos uma realidade no vôlei mundial.

Blog: A República Dominicana seria uma espécie de ‘França’ do feminino repetindo o que aconteceu na Polônia ?

Marcos: Talvez. Seja como for, conquistamos o nosso espaço. No início do mundial ninguém falava na gente, mas nunca deixei de ter confiança no meu trabalho, da comissão e das jogadoras. Sabíamos que seria fundamental fazer uma boa primeira fase e foi o que conseguimos. Ganhamos da Itália o que não é fácil aqui dentro. A França mereceu no masculino e não se pode esquecer da Alemanha também. Nós viemos por fora e alcançamos nossa meta traçada desde o início do processo.

Blog: Essa diferença e estar entre os grandes assusta você  ?

Marcos: Nem um pouco. Somos o ‘primo pobre’ da festa, sei disso e não me importo. Não fomos ‘convidados’ de início, mas também não somos penetras. Direito adquirido. Mas agora vamos nos acostumar a frequentar a elite, a nata do vôlei mundial. O mais complicado não é chegar e sim a gente trabalhar muito e nos mantermos entre os mlehores, Assim será.

Blog: Mas e o rendimento ruim no Grand Prix. Você quer dizer que era esperado ?

Marcos: Não posso dizer isso. É ruim fica na posição que ficamos, mas nossa prioridade sempre foi o mundial, ou seja, alcançar o ápice da forma aqui na Itália. A estratégia deu certo. O Grand Prix ficou sempre em segundo plano e nunca tivemos força máxima.

Blog: E agora como será em 2015 fora da divisão de elite ?

Marcos: Normal até porque nossa prioridade ano que vem são os jogos Pan-Americanos de Toronto. Vamos novamente deixar o Grand Prix como opção. Jogar com Holanda, Cuba e outras seleções não é vergonha alguma. Vamos dar chance as mais jovens e trabalhar forte a base.

Blog: Como será enfrentar a seleção brasileira ? Você leva algum tipo de vantagem ?

Marcos: Acho que sim. Conheço bem todas as jogadoras do Brasil e a comissão. Posso sim me aproveitar dessa situação. Sei os pontos fortes e deficiências. Será normal. Já nos enfrentamos várias vezes. Existe respeito de ambas as partes. Sou muito agradecido ao Zé Roberto por todas as oportunidades que tive como profissional e minha formação, mas hoje preciso cuidar da minha seleção e da minha carreira. Canto o hino da República Dominicana com maior orgulho e sem cerimônia,

Blog: Quem é favorito ?

Marcos: O Brasil pelo histórico, pela tradição e pelo grande time que tem. Mas será um jogo franco, aberto e não temos medo do Brasil. Aliás, não temos medo do Brasil e nem de ninguém. De nada.

Blog: Alguma mágoa do vôlei brasileiro ?

Marcos: Mágoa não. Fiz minha opção de vida . Cheguei, reestruturei todo o vôlei da República Dominicana e tenho convicção da nossa parcela de contribuição ao esporte e a sociedade como um todo. Tenho sido chamado com frequência para assumir clubes no Brasil ( Praia Clube de Uberlândia e Sesi ) mas exigiram exclusividade e minha prioridade é a República Dominicana pelo menos até 2016.

Blog: Como é sua vida por lá ?

Marcos; Humilde, tranquila e vivemos muito bem. Eu, o Wagner e o Alexandre ( comissão técnica brasileira ) temos tudo que precisamos. Simplicidade, mas com estrutura. O presidente Crsitóbal Marte é um cara espetacular, homem de palavra, de compromisso e nunca deixou faltar nada desde que chegamos em 2008. Para ser uma idéia, meu contrato jamais foi registrado e é de boca. Nunca atrasou um dia em 6 anos. Isso não tem preço. Não troco essa estabilidade por nada.

Blog: E seu relacionamento com as jogadoras ?

Marcos. Ótimo. 100%. Vivemos numa realidade diferente de Brasil, Rússia, China, Itália e Estados Unidos. Aqui somos uma família. Não existe vaidade e as meninas dão valor a tudo que ganham. É uma relação de muito carinho e amizade. Construímos tudo isso juntos e será sempre assim. Falo sempre com elas no coletivo.

Blog: Quais são as estrelas da seleção ?

Marcos: Como te disse é um conjunto. Hoje, por exemplo, tenho a melhor líbero do mundo. Brenda Castillo. É a mais completa. A De la Cruz faz em média 30 pontos por jogo e trata-se de um atacante sensacional. Espetacular. A Vargas, Rivera, Mambru, Martinez e sem falar nas que estão chegando caso da Elizabeth Martinez que tem 18 anos e 2 metros de altura. Temos várias atletas da base aqui na Itália e isso é fruto do desenvolvimento nas categorias de base do vôlei dominicano.

A República Dominicana estreia na terceira fase do mundial na quinta-feira contra a China. Na sexta-feira enfrenta o Brasil.

 

 


Cenário ideal
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

O sorteio que definiu os grupos para a terceira fase do mundial não poderia ter sido melhor para o Brasil.

China e República Dominicana, dentro do cenário apresentado, é o ideal.

Evidente que as declarações serão sempre de respeito aos adversários e não poderia ser diferente. Especialmente no caso da República Dominicana que se chegou onde está foi por méritos.

A China é uma velha conhecida do vôlei brasileiro.

Conhecida e freguesa,

Não assusta.

A diferença é que será a primeira vez na competição que o Brasil enfrentará a escola asiática.

Do outro lado não.

Briga interessante e das boas.

Itália, Rússia e Estados Unidos.

Não existe favoritismo, A Itália pode até ser inferior tecnicamente, mas jogando em casa tem surpreendido. É um time experiente.

A Rússia tem tradição, A Rússia tem Gamova, Goncharova e Kosheleva.

Já os Estados Unidos, quando jogaram com a equipe completa, mostraram o vôlei mais convincente de todas as seleções.

 

 


A mídia e as coincidências
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Bruno Voloch

O Uol noticiou.

http://esporte.uol.com.br/volei/ultimas-noticias/2014/10/04/thaisa-revela-motivacao-apos-gamova-se-recusar-a-pegar-elevador-com-sheilla.htm

A mídia deu destaque.

Agora, simplesmente Sheilla desmente os fatos como se nada tivesse acontecido, ou seja, como se fosse uma história criada pela mídia.

É isso mesmo ?

Sheilla desmente inclusive a companheira de seleção, Thaísa, que corajosamente relatou os fatos após a vitória do Brasil diante da Rússia por 3 a 1 ainda em Verona.

É preciso ter mais responsabilidade com as palavras e assumir os fatos.

Sheilla disse ao site da FIVB, Federação Internacional de Vôlei, que trata-se de uma ‘mentira’ e que os relatos não são verdadeiros. ‘Nada aconteceu’ e que Thaísa ‘não disse isso’.

Então tá.

Quer dizer então que Thaísa deve agora mudar de profissião. Pode investir na carreira de escritora.

O mais curioso é que Sheilla resolve negar os acontecimentos justamente no dia em que a Rússia confirmou vaga na terceira fase do mundial.

Deve ter sido uma simples coincidência.


Aparências
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Bruno Voloch

A forma física de Jaqueline tem chamado atenção no mundial.

Para as mulheres mais exigentes ela ostenta o perfil ideal.

Por onde passa, especialmente em Verona, tem sido assim.

Das arquibancadas, passando pela áera vip, entre técnicos e companheiras de profissião,

A comissão técnica da seleção também não se descuida, aliás cuida e de Jaqueline. A maioria das jogadoras está voando fisicamente e quase todo o grupo esbanja boa forma.

Jaqueline é exceção.

Magra acima da média e sem massa muscular, não consegue ganhar consistência.

Jaqueline é alvo de comentários.

Se salva tecnicamente como poucas, verdade seja dita.

Foi ‘caçada’ contra a Rússia no passe e jogou apenas com bloqueio ‘quebrado’, algo perfeitamente perceptível no ginásio e comentado nos bastidores.

Diante dos Estados Unidos foi poupada.

Sofreu com inúmeras contusões na carreira.

Venceu. É forte.

Deu a volta por cima e realizou o desejo de ser mãe, maior conquista da vida.

Dentro de quadra, Jaqueline achou que fosse intocável.

Não era.

Assim como não é.

Recebeu a dura lição de ter visto do banco o Brasil ser campeão olímpico em Pequim 2008.

Aprendeu.

Ou pelo menos deveria.

Jaqueline nunca foi unanimidade internamente, pelo contrário, é considerada jogadora de ‘trato complicado, opinião das próprias meninas que jogam o mundial da Itália e que convivem no dia a dia com a atleta.

Gostaria de ir além.

Não pode.

Ainda não tem a força ou poder de influência que imagina.

O campeonato mundial tem sido uma prova de resistência.

Aqueles que sobreviverem irão jogar 14 partidas no total.

Se a Rússia poupa Gamova, ou diz que poupa e os Estados Unidos cuidam de Larson, o Brasil faz o mesmo com Jaqueline.

 

 

 

 

 

 

 

 


Nicole Davis
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Bruno Voloch

Verona ( Itália ).

Ela é o caminho.

Não chega a ser nenhuma novidade.

O ‘amistoso’ entre Brasil e Estados Unidos serviu para mostrar que o mapa da mina da seleção, caso voltem a se enfrentar, passa pela líbero Nicole Davis.

Apesar de experiente, 32 anos, a jogadora norte-americana não segura o passe quando o time mais precisa.

Fato.

Num jogo que não valia rigorosamente nada, Davis errou acima da média. Deu claros sinais de nervosismo e insegurança.

São quase 250 jogos com a camisa da seleção.

Currículo de fato invejável e de respeito, incluindo alguns mundias e duas medalhas olímpicas.

Nicole Davis tem a confiança da comissão e não é de hoje.

Entra técnico, sai técnico, ela continua prestigiada e relacionada entre as 14.

Kayla Banwarth parece ser superior.

Não atuou contra o Brasil por opção de Kiraly.

O Brasil agradece.

Davis, em quadra, é o caminho.

 

 

 


Indiferença
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Bruno Voloch

Verona ( Itália ).

Indiferente.

Assim Karch Kyraly, técnico dos Estados Unidos, reagiu a derrota para as reservas do Brasil.

‘It doesn’t matter’, ou seja, traduzindo para o bom português, não importa.

Curioso é que a fisionomia dele era de insatisfação.

Kyraly se justificou,

Disse que desde que a seleção norte-americana chegou em Verona já tinha planejado poupar algumas titulares contra a Sérvia e principalmente o Brasil. Assim aconteceu.

O treinador elogiou o desempenho da seleção e disse que hoje não existe mais segredo entre as duas seleções,

‘Eles sabem tudo sobre nós, da mesma maneira que sabemos tudo deles’.

A comissão técnica se concentra agora na recuperação de Larson. A jogadora é considerada peça fundamental no esquema tático e não está 100%.