Blog do Bruno Voloch

Arquivo : outubro 2014

Set perdido pode custar caro
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Bruno Voloch

Os Estados Unidos estão vivos.

Sobreviveram graças ao talento de Hill e Murphy.

Até quando, ninguém sabe.

A Itália vai resolver a questão.

Diante de uma Rússia novamente instável e com aproveitamento espetacular no bloqueio, as norte-americanas reagiram no torneio e ganharam por 3 a 1.

Foi a segunda vitória seguida contra o mesmo adversário.

O set perdido, que garantiu a Itália nas semifinais, pode custar caro.

A Rússia só depende dela.

Se vencer a Itália por 3 a o ou 3 a 1, passa e elimina os Estados Unidos.

A questão é que Itália as russas irão enfrentar.

As italianas precisam de um set para serem primeiras do grupo e em tese evitar o Brasil na semifinal. Isso desde que a seleção brasileira derrote a República Dominicana na preliminar. É uma vantagem e tanta.

Se assim acontecer, não existiria a necessidade de usar as titulares o jogo inteiro.

A Itália vai decidir se deixa os Estados Unidos no mundial ou manda a Rússia embora para casa.

 

 


Drama dominicano
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Bruno Voloch

Milão ( Itália )

Dramático.

Assim foi China e República Dominicana.

As dominicanas foram absolutas em 3 sets.

Poderiam ter fechado o jogo e repetido o placar da vitória do Brasil na véspera. Seria absolutamente justo.

Mas o vôlei feminino não é tão simples assim.

Tem o tal lado emocional que pesa. E como.

A China fechava o terceiro set com ponto de bloqueio e perdia ao mesmo tempo Xu.

Curiosamente, Yuan, de quase 2 metros, entrou e mudou a cara do jogo. Se Zhu já estava inspirada, a China viu crescer suas opções de ataque.

Do outro lado, De la Cruz dava espetáculo.

Priscilla Rivera idem.

Mas ambas ficaram sobrecarregadas em dia que as centrais não funcionaram como de costume. Do primeiro ao quinto set.

O saque de Wei acabou resolvendo o tie-break com 15.13.

A China comemorou a vitória como se já estivesse classificada.

Não está. Não deveria.

A República Dominicana, que viu a inédita classificação muito de perto, tem pouco tempo para digerir a derrota.

Se vencer o Brasil derruba a China e lutará por medalha.

Resta saber que Brasil estará em quadra.

 

 

 

 

 

 

 

 


Acabou o milho, acabou a pipoca
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Lamentável.

Aqui em Milão recebo a notícia de que o Volta Redonda desistiu de jogar a Superliga.

Seria cômico se não fosse trágico.

A CBV ?

Bem essa continua fazendo papel de boba da corte.

É humilhante para entidade ver mais um clube fechando as portas.

Tudo isso perto do início da competição.

Uma vergonha.

No caso de Volta Redonda porém existem alguns agravantes.

Não foi esse mesmo clube que deu calote e deixou pendurado cerca de 4 meses de salários da comissão e dos jogadores em 2013 ?

Não foi esse mesmo clube que prometeu deixar os pagamentos zerados após acordo ( não se sabe com quem da CBV ) e perdão da dívida ?

Tudo isso com o aval da CBV.

Não me surpreende.

Agora o que vão fazer os organizadores ou responsáveis pela competição ?

É bom não esperar  os dirigentes que estão na Itália ‘acompanhando’ a seleção feminina. Certamente a maioria não sabe o que está acontecendo e no máximo deve ter recebido a informação através da mídia.

E a tal unanimidade exigida para incluir o Voleisul ?

Será vergonhoso ver a CBV voltar atrás na decisão.

Em tempo:

O vôlei carioca está falido.

Morto.

Reflexo de uma administração desastrosa e pífia.

O Volta Redonda, de santo não tem nada, mas é apenas uma vítima como filiado.

 


Zé Roberto versão 2014
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

A afirmação é de José Roberto Guimarães:

‘É o grupo mais maduro que já trabalhei. Hoje o que existe aqui na seleção é uma democracia. Aprendi a ouvir a opinião das jogadoras, que  participam das decisões e podem ter liberdade com a comissão técnica’.

O técnico diz que o quadro atual não foi programado. Aconteceu naturalmente:

‘Elas foram ganhando essa confiança no dia a dia através de muita responsabilidade e postura profissional, É algo raro. Evidente que existem desavenças, mas é comum depois de tantos anos de convívio. Mas reitero que nunca vi algo semelhante no feminino’.

A capitã Fabiana é citada:

‘A Fabiana é uma autêntica líder. Está sempre preocupada com as companheiras dentro e fora de quadra’.

Zé Roberto diz que mudou, aprendeu, mas faz questão de deixar claro que ainda é o responsável pelas decisões:

‘Não posso e não vou agradar todo mundo. Nem eu, nem ninguém. Nunca, Ouço todo mundo. Desde as jogadoras, que jamais tiveram essa condição, até meus assistentes. Mas sou justo, jogo limpo e direto quando preciso ser’.

José Roberto Guimarães é tricampeão olímpico.

O mundial e a Copa do Mundo ( competição jogada de 4 em 4 anos ) são os únicos títulos que faltam na carreira.

 


Esgotados
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Não há mais ingressos à venda.

O Mediolanum Forum estará lotado sábado e domingo, data das semifinais e a decisão do campeonato mundial.

Os 12.657 estão vendidos.

A torcida italiana, até então indiferente ao torneio, especialmente quando a seleção atuou em Roma na primeira fase, ‘comprou’ a briga.

O jogo-chave era contra os Estados Unidos.

A seleção italiana venceu.

Melhor. Na cabeça deles, a Itália convenceu.

A imprensa, cautelosa por razões óbvias, já não consegue esconder o entusiasmo.

O título era algo inimaginável antes do dia 23 de setembro.

Agora tudo mudou.

O 12 de outubro não está assim tão distante.

A maioria se agarra e cita o exemplo da Polônia no masculino.

Seleção descacreditada no início da competição, mas que foi vencendo, ganhando confiança, trazendo a torcida junto e que no fim virou quase imbatível sob seus domínios.

Pode até ser.

Se a Itália mantiver a humildade e os pés no chão, ciente das deficiências e que não é a favorita, quem sabe.

 

 

 

 

 


Vitória no hino; vitória na bola
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

E a Itália chegou.

Se existia alguma dúvida, agora não existe mais.

Aqueles que insistiam em afirmar que as italianas não iriam longe no mundial, agora se renderam de vez.

A Itália não é mais uma interrogação.

Virou realidade e os Estados Unidos sentiram na pele.

Diante de aproximadamente 8 mil fanáticos torcedores, as italianas fizeram 3 a 0.

E jogaram bola.

Muita bola.

Vitória essa que começou na hora do hino nacional.

Foi de arrepiar.

Mediolanum Forum viveu o ápice.

Contagiante para quem estava de fora, assistindo, trabalhando, imagina para as jogadoras dentro de quadra.

Difícil destacar somente uma jogadora no conjunto italiano.

Del Core, Carolina Costragrande, Nadia Centoni, Arrighetti e Chirichella. Todas jogaram muito bem.

Ninguém porém jogou mais bola do que Eleonoara Lo Bianco.

Ágil, disciplinada e cirúrgica, a levantadora destoou.

Os Estados Unidos foram uma decepção. O tão badalado Kyraly idem.

O treinador foi mal.

Foi o próprio reflexo de sua seleção dentro de quadra. Sem reação , assistiu passivamente suas jogadoras serem atropeladas.

Só foi resolver alterar o time quando o jogo estava perdido com 19.14 no terceiro set. Tarde demais.

Marco Bonitta saiu com os louros da vitória. Se já era complicado aturar o técnico, agora então, Aliás, Boniita teve muita sorte. A precipitada alteração quando fez entrar Piccinini no primeiro set quase custou caro.

O treinador usou porém com inteligência Ferretti e Diouf na inversão. Foi salvo.

Kyraly terá muito trabalho.

O resultado mexe com o emocional, derruba moral e deixa claro que Larson está muito distante das condições físicas ideais.

 

 

 

 

 

 

 


Impecável
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Bruno Voloch

Milão ( Itália).

Impecável.

Assim foi a atuação da seleção brasileira diante da China.

3 a 0 incontestável.

O Brasil jogou com autoridade impressionante, se impôs com incrível facilidade e fez seu melhor jogo no mundial.

Os técnicos afirmam categoricamente que não existe partida perfeita. Pode até ser, mas contra a China a seleção beirou a perfeição.

Se jogar assim, não tem pra ninguém. Mas o ‘se’ não joga.

Existia uma certa preocupação da comissão técnica pelo fato da seleção ter ficado dois dias sem jogar, por se tratar da fase final e pelo fato de não ter jogado contra nenhuma adversário asiático na competição. Fora evidente o respeito e a tradição da China

Tudo em vão.

Não é que a China não tenha jogado, o que de fato aconteceu, mas é que a seleção brasileira simplesmente não premitiu as chinesas entrarem no jogo.

Mérito 100% do Brasil.

Agressivo. Focado.

Jaqueline e Garay estavam inspiradíssimas nas pontas. Camila Brait invertou os papéis e foi a ‘autêntica’ asiática em quadra. Foi brihante na defesa e eficaz no passe.

Ainda não tinha visto Dani Lins jogar tão bem aqui na Itália. Foi ótima.

O Brasil deu espetáculo em Milão.

 

 

 


Dominicana autêntica
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Ela impressiona pela autenticidade,

Converso por quase duas horas no hotel onde estamos hospedados com Priscilla Rivera, um dos símbolos da República Dominicana, sensação do mundial feminino da Itália.

29 anos, a jogadora é uma das mais experientes do grupo.

Viveu todo o processo de transformação que passou a seleção desde a chegada de Marcos Kwiek, brasileiro que revolucionou o vôlei no país.

Simpática, não tem papas na língua, por sinal afiadíssima.

Nesse papo, Priscilla detona russas e italianas, fala de vaidade, da realidade do vôlei da República Dominicana, futuro, convívio com brasileiros na Espanha, dificuldades e lembra de Ingrid Visser, holandesa assassinada na Espanha.

Blog: O que a República Dominicana pode fazer no ‘final six’ do mundial ?

Priscilla: Temos que ser nós mesmas e não mudar nada. Fazer exatamente o que vinha sendo feito até agora na competição. Estamos jogando muito bem, com coragem, força física, potência e taticamente de maneira inteligente.

Blog: Como você encara esse momento ?

Priscilla: É o grande momento da história do vôlei do país. Esses jogos contra China e Brasil serão os mais importantes de todos os tempos. Podemos e queremos ir além e disputar as semifinais. Penso sim ser possível. Hoje somos uma realidade e não chegamos por acaso. Ganhamos de seleções muito fortes como a Itália por exemplo.

Blog: O Brasil respeita a República Dominicana ?

Priscilla: Não sei, acho que sim. Deveria. Acho que hoje respeita um pouco mais, porém nem todas as jogadoras pensam assim. Não me importo com o que elas pensam. Tenho que me concentrar no melhor para minha seleção. Do Brasil, cuidem elas.

Blog: Quando o tema é respeito o assunto não agrada você ?

Priscilla: Falo sem problemas. Ninguém é melhor do que ninguém. As russas são umas merdas. Sim merdas. Por que olham para nós e para todas outras aqui com superioridade ? São seres humanos. Elas não respeitam as adversárias. E a arrogância das italianas ? Não sei o que é pior. É triste ver essa indiferença. Mas isso me dá mais força dentro de quadra e quando cruzo com essas merdas apenas ingnoro.

Blog: Você parece bem chateada …

Priscilla: Você não estaria ? A Gamova ( que estava sentada perto de nós como familiares ) simplesmente negou o pedido de um autógrafo de uma criança. Isso é inaceitável. Eu vi. Ninguém me contou e aconteceu aqui no hotel, portanto reitero que elas são umas merdas como pessoas.

Blog: Qual a importância do Marcos Kwiek nesse processo do vôlei no país ?

Priscilla: Marcos ? Toda. 100%. Ele é tudo para nós jogadoras. Treinador, amigo, pai e conselheiro. O vôlei do país é outro desde a chegada dele. Óbvio que nós temos nossos méritos, crescemos, evoluímos, mas tudo isso não seria possível sem ele. Tenho certeza.

Blog: Como é a Prsicilla fora de quadra ?

Priscilla: Muito família. Tenho uma filha de 11 anos, moro na Espanha, em Murcia, e pretendo assim que parar de jogar estudar. Não sei ao certo o que vou fazer da vida. Já pensei em ser advogada. Hoje ainda trabalho para sustentar e dar uma boa qualidade de vida para minha filha. Não pretendo jogar por muito tempo e penso em parar depois da olimpíada no Rio em 2016.

Blog: Por que tão cedo ? Você só terá 32 anos ?

Priscilla: Não. Estou cansada. Preciso de cabeça boa para trabalhar. Enquanto meu corpo responder, eu vou jogando, mas nossa vida não é fácil, Viajamos muito. Mas a pressão será grande para eu não deixar de jogar pela seleção. Fico sem saber o que fazer.

Blog: E como será sua temporada ?

Priscilla: Bem tenho convites da Turquia e do Azerbaijão. Ainda não sei. Estou resolvendo e deixo nas mãos do Cristóbal ( presidente da federação). Tenho confiança nele. Total. Mas será num desses países.

Blog: E você pensa em jogar no Brasil ?

Priscilla: Sim. Adoraria. Seria incrível. A Vargas esteve no Minas e me falou bem do país. Rio de Janeiro deve ser incrível. Carnaval. Acho que se for para o Rio não volto nunca mais … ( Priscilla ri muito … )

Blog: Murcia foi o último time da Ingrid Visser. Como aconteceu tudo ?

Priscilla: ( Ela chora e se emociona). Olha foi terrível. A Ingrid era linda, cheia de vida, pessoa maravilhosa. Espetacular. Estava muito feliz. Até onde sei o marido dela se envolveu com gente do clube, ficou devendo dinheiro e foi cobrado. Não tinha como pagar. A Ingrid morreu porque estava na hora errada e no local errado. Não era para ter morrido, mas ela seria cúmplice. Muito triste.

Blog: E hoje como estão as coisas no clube ?

Priscilla: O clube acabou. Não existe mais. Os dirigentes estão presos, mas nada disso irá trazer a Ingrid de volta.

Blog: Você tem boas recordações do Murcia ?

Priscilla: Sim. No início sim. Joguei 5 anos lá. Trabalhei com brasileiros casos do Paulo Coco ( assistente de José Roberto Guimarães ), Fofão e Jaqueline em 2007.

Blog: Aliás, como foi trabalhar com eles ?

Priscilla: Olha ( nesse momento as brasileiras passam pela hall ), o Paulo Coco é bom. A Fofão é uma pessoa espetacular, grande jogadora, mas a Jaqueline é difícil. Muito difícil. Uma ocasição tivemos uma discussão feia, expulsei ela do quarto, ela me xingou e não deu certo. Reagi. Mas isso é passado. Mas não é fácil conviver com ela.

Blog: Como você se define ?

Priscilla: Sou uma pessoa verdadeira, falo na cara e não tenho medo da verdade. Assumo meus atos durante o dia e acordo com a consequências no dia seguinte. Sem medo.

Blog: Mas isso tem um preço …

Priscilla: Se tem eu não sei, mas não estou preoucupada. Não mudo.


Indigestão
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Essa vem direto do Brasil passando por MG/RJ.

A relação entre um dos técnicos mais vitoriosos do vôlei mundial e um ex-jogador da seleção azedou.

Se não era das melhores, agora piorou de vez.

O ex-atleta em questão foi candidato em terras mineiras e pediu apoio ao treinador que sinalizara positivamente, até porque estava apoiando um atual funcionário da CBV no Rio de Janeiro, ou seja, não existiria conflito,

Acontece que nada disso aconteceu. Ficou na promessa de campanha.

O ‘apoio’ jamais veio.

A caixa postal repleta de recados e nada.

Nem satisfação.

E olha que ambos trabalharam juntos por mais de 10 anos com conquistas de mundiais e olimpíadas.

Hoje não é recomendável convidar para ex-jogador e treinador para a mesma mesa.


Mudanças na Superliga
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Bruno Voloch

Milão ( Itália ).

Caiu.

Notícias vindas do Brasil dão conta de que Renato D’Avila não é mais superintendente técnico da Superliga.

Ele será substituído por Radamés Lattari a partir de agora.

Radamés tentou a sorte na política mas acabou não se elegendo como pretendia. Voltou a trabalhar na entidade e assume a função.

Curioso, o que não chega a ser nenhuma surpresa, é que a decisão parece ter sido tomada sem a presença da cúpula da CBV.

Os dirigentes seguem na Itália passeando e acompanhando o mundial feminino,

É a ‘nova era’ da CBV.