Blog do Bruno Voloch

Arquivo : setembro 2014

Primeiro teste
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Bruno Voloch

Enfim, o teste.

A seleção brasileira, que venceu fácil a Alemanha e passeou contra a Tunísia, encontrou na Finlândia, quem diria, o adversário mais complicado na primeira fase do mundial.

Venceu é verdade, como era de se esperar, mas passou aperto no primeiro e terceiro sets.

Ruim ?

Não acho.

A seleção mostrou poder de reação especialmente no terceiro set e foi exigida, algo que não tinha acontecido até então.

Foi bom ver Rapha em quadra como titular.

Finalmente, totalmente em função das circunstâncias, o levantador deu as caras e mostrou serviço. Não comprometeu.

Político, foi inteligente nas declarações depois do jogo.

Bernardinho idem.

Sabe que precisará contar com Raphael enquanto Bruno não estiver 100%.

Quem não faz política é Lucarelli,

O atacante foi sem duvida o destaque do Brasil. Assumiu a responsabilidade e virou bolas importantíssimas.

O Brasil deixa a classificação encaminhada.

Será primeiro colocado.

Coreia e Cuba serão presas fáceis.

 

 

 

 


Empolgação natural
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Bruno Voloch

Os poloneses andam pra lá de entusiasmados.

O desempenho da seleção no mundial até agora é de fato animador.

São 3 jogos, 3 vitórias e 100% de aproveitamento.

Mas deixando o espírito caseiro de lado, uma certa dose de cautela seria prudente, embora confesse que seja difícil frear a empolgação dessa incrível e fanática torcida.

A  Polônia tem uma seleção de razoável para boa. Não está jogando mal, pelo contrário, mas ainda não foi testada.

A Sérvia, na estreia, é adversário melhor classificado no ranking mundial.

As demais vitórias não foram mais do que obrigação, como a conquistada na última rodada diante da inexpressiva Venezuela.

Acho interessante o trabalho de Antiga.

Treinador jovem, promissor, estudioso e responsável direto pela renovação do grupo. Anastasi, ex-Itália, é lembrado vagamente, mas Antiga tem sim seus méritos.

Se levar a Polônia até as semifinais, será um feito e tanto.

 

 


Só clube ou seleção ?
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Bruno Voloch

Logan Tom vai seguir na ativa.

Após ameaçar aposentadoria e se dedicar aos estudos, a jogadora norte-americana foi anunciada pelo RC Cannes, da França.

Aos 33 anos, será a primeira que vez que Logan atuará em terras francesas.

A atleta já rodou o mundo e jogou em grandes centros como Japão, Itália, Rússia, Turquia e Brasil.

O retorno de Logan não significa necessariamente que a jogadora possa voltar a defender a seleção.

Pelo menos nesse momento.

Aparentemente, Logan não faz parte dos planos Karch Kiraly. Mas se vier a jogar novamente pela seleção em 2015,  não será nenhuma surpresa.

 

 

 

 


Entendidos de plantão
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Bruno Voloch

O que vão dizer agora os entendidos de plantão ?

Era óbvio que mais cedo ou mais tarde a seleção do Irã voltaria ao normal.

Entendo que houve uma certa evolução por lá, mas daí a considerar os iranianos uma nova força do vôlei mundial é uma grande exagero.

E como teve gente que exagerou.

Para minha surpresa, até mesmo jogadores e treinadores, que militam na área e estão no dia a dia, andaram viajando no pensamento.

É mais uma seleção ‘up and down’ das várias citadas e listadas por Doug Beal recentemente. Mas não passa disso e com muita boa vontade.

As vitórias contra Itália e Estados Unidos foram conquistadas com méritos. Verdade.

Ponto.

Zebras que acontecem no dia a dia do esporte.

Ponto.

A derrota para a França por 3 a 1, prevista ‘por acaso’ pelo blog, deve ser uma simples coincidência, afinal os franceses também não devem ir longe no mundial.

Melhor alguns ‘entendidos’ pensarem dessa forma. Seria uma defesa.

O Irã, caríssimos, é o autêntico fogo de palha.


Inovação
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Bruno Voloch

A seleção brasileira seguiu à risca o pedido de Bernardinho.

Entrou em quadra concentrada, respeitando o adversário e jogando com extrema seriedade.

O resultado, conhecido de véspera, foi um novo 3 a 0 diante do fraco time da Tunísia.

O técnico fez o certo.

Rodou o time.

Deixou os titulares brincarem a maior parte do tempo e todos participaram da ‘brincadeira’.

É positivo. Dá ritmo e na verdade os jogadores se sentem úteis.

O que mais me chamou atenção foi ver Renan de central no último set.

Admito que ainda não tenho uma opinião formada pelo assunto.

De meio ?

Bernardinho deve saber o que faz. E se assim definiu ou aposta, que seja.

Mas definitivamente contra a Tunísia qualquer tipo de análise é precipitada.

 

 

 

 

 

 


Cracóvia das zebras
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Bruno Voloch

E nem os Estados Unidos resistiram.

Ameaçados na primeira rodada quando ganharam da Bélgica no limite, os norte-americanos deram mole e caíram para o Irã por 3 sets a 2.

A zebra continua passeando solta.

O Irã é a sensação nesse início de mundial e continuo achando, por mais que os resultados digam o contrário, que a seleção não vai longe na competição. É esperar pra ver.

Jogando em tese como ‘favorito’, o próximo jogo contra a França servirá de parâmetro.

Ainda pelo grupo da morte, a Itália suou para derrotar o bom time francês por 3 a 2. Vitória importantíssima. Outro revés poderia significar até a eliminação precoce dos italianos no mundial, algo que seria vergonhoso e inédito desde os anos 90.

Apesar do entusiasmo de momento, deve mesmo nesse caso sobrar para Bélgica e Porto Rico.

Estados Unidos, Itália e França vão avançar.

Os 3, até pelo equilíbrio do grupo, devem chegar forte nas fases seguintes.

 

 

 

 


Cara de time
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Bruno Voloch

Interessante a contratação de Carol Gattaz pelo Minas.

Com a chegada de mais esse reforço, a temporada 2014/15 tem tudo para ser bem menos frustrante. O torcedor do Minas realmente não merecia ver o time brigando nas últimas posições.

Carol é experiente, rodada e talvez tivesse bola para estar atuando ainda entre os grandes, sem desmerecer o clube mineiro, como na época de Campinas.

A política atual não permitiu.

Ao lado de Walewska formará uma boa dupla de centrais.

Ju Nogueira é promissora e Lia, pelo menos no Minas, mostrou bola.

Cabe ao técnico Marco Queiroga fazer esse time andar.

É bom ver o clube novamente pensando grande.

A torcida porém não deve se iludir.

O Minas montou time para chegar entre os 8. E só.

 

 

 


Rússia não
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Bruno Voloch

É impressionante a rivalidade entre poloneses e russos.

Já na abertura do mundial em Varsóvia, a gente pode perceber que a Rússia está muito longe de ser querida na Polônia.

Enquanto todos os países eram apresentados num imenso telão no estádio nacional, um vaia gigantesca tomou conta do local quando os organizadores exibiram imagens de jogos da Rússia.

Sabia o tamanho da rivalidade e tinha exata noção de que russos e poloneses não morriam de paixão.

As palavras de Katarzyna Skowrońska, ídolo local e que fez história na seleção feminina, resumem bem a realidade dos fatos: 

‘Lá é assim, então aqui não seria diferente. É uma coisa criada através da história, passou pelos torcedores e chegou dentro de quadra. Tenho muita esperança e acredito que a Polônia possa chegar, mas se não der, ver a Rússia campeã aqui na Polônia não. Qualquer um, menos a Rússia’.

A Polônia foi campeã pela última vez em 1974.


Doug Beal: ‘Lucão está entre os 3 melhores do mundo’
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Bruno Voloch

Doug Beal foi candidato ao cargo de Presidente da FIVB, Federação Internacional de Vôlei, nas eleições de 2012. O ex-técnico da seleção dos Estados Unidos acabou sendo derrotado em decisão apertada  por Ary Graça.

Campeão olímpico em 1984 e considerado uma referência dento e fora das quadras, Doug Beal conversou comigo por quase duas horas no lobby do hotel.

Eis os principais pontos:

Blog: Imaginava algum dia assistir a abertura de um campeonato mundial dentro de um estádio de futebol ?

Doug: Nunca. Realmente foi uma iniciativa muito corajosa do Ary Graça. Ele fez o correto e não poderia arriscar realizar esse tipo de evento em qualquer país. A Polônia respira vôlei e era natural que os torcedores correspondessem como aconteceu. Algo realmente incrível. O que me preocupava era a parte técnica, mas a vitória da Polônia por 3 a 0 acabou sendo indiscutível.

Blog: A Polônia pode ir além ?

Doug : Não creio, Por mais que tenha o apoio do público existe uma limitação em quadra e nem sempre o incentivo que vem de fora é o suficiente para resolver e desequilibrar as ações.

Blog: Qual seleção é a favorita ?

Doug: Eu não vejo uma seleção e sim duas: Rússia e Brasil, na ordem. Mas times como Itália e Estados Unidos podem surpreender. A França é perigosa e foi uma grande surpresa não ter jogado as finais da liga mundial. O que existe hoje é um equilíbrio muito grande diferente de um passado recente quando Brasil, Itália e nós dominamos o mundo. Hoje não. É um sobe e desce muito grande e falta consistência para a maioria, inclusive Brasil e Rússia. ( Doug usou o termo up and down ).

Blog: Você não parece entusiasmado com o time dos Estados Unidos…

Doug: Não se trata de entusiasmo. A equipe é jovem, tem jogadores ainda universitários e pode sentir sim a pressão de jogar um campeonato mundial. Não é fácil. Temos um time muito bem montado, com jogadores fortes fisicamente, equilibrado na parte tática, mas o Sander por exemplo é garoto ainda. Anderson e Lee são fundamentais. O Micah ( levantador ) tem 21 anos. Como pode se exigir algo dele ? Nunca porém se deve desdenhar dos Estados Unidos. Gostamos de jogar contra as grandes potências.

Blog: E a seleção brasileira ?

Doug: O Brasil é um dos favoritos ao lado da Rússia. A verdade é que não tem mais a mesma força de anos atrás com Giba, Nalbert, André e Ricardinho ( esses citados ), mas tem tradição. Perdeu com a saída do líbero ( Serginho), mas hoje o jogador que pode decidir para o Brasil é o Lucas ( Lucão ).

Blog: Ele é o melhor do time ?

Doug: Sim. Disparado. Lucas é hoje um dos 3 melhores jogadores do mundo. Completo. É um atleta impressionante, agressivo e muito inteligente.

Blog: Você não citou Murilo, campeão do mundo, em 2010 ?

Doug: A pergunta foi quem era o melhor e respondi. Lucas é o melhor e quem pode decidir.

Blog: E a Rússia ?

Doug: Se jogar 100% ganha o mundial. Acontece que esse ano ainda não vi a Rússia 100% em nenhum jogo, ou seja, só se deixaram para jogar agora. É um time muito alto, com opções conhecidas, mas se jogar com passe na mão ( faz cara feia sobre o levantador ) fica complicado vencer eles.

Blog: Como vê essa relação de pai com filho na seleção. Bernardinho e Bruno ?

Doug: Muito difícil e pior para o Bernardinho. É quem mais sofre. Para o jogador não tem o mesmo peso. Para o técnico sim. Você tem filhos ?  (respondo que sim. Dois). É natural que vc proteja sua cria.  Acontece instintivamente mas que tem um peso dentro do grupo. Não deveria, mas o tratamento acaba sendo diferenciado. É natural. Mas não é uma situação confortável para o Bernardinho.

Blog: E quanto ao Bruno ?

Doug: Bom jogador, tem qualidades, mas está na média dos demais que jogam na posição.

Blog: E o trabalho de Bernardinho, como você avalia ?

Doug: Conquistou tudo que poderia, portanto os números respondem. É muito estudioso, sofre demais pelo time e precisaria se controlar. Não acho bonito para o jogo o comportamento dele fora de quadra, mas ele só sabe agir assim. Deveria repensar as atitudes. Ele briga até com a tecnologia.

Blog: E o avanço da tecnologia no vôlei ?

Doug: Existe o lado positivo na ajuda com a arbitragem. Existe o lado negativo de alguns treinadores se aproveitarem e retardarem o jogo mesmo sabendo que seu pedido não será aceito. Não vejo assim essencial. Fica uma coisa muito mecânica, tira um pouco do lado esportivo, afinal erros sempre irão acontecer, contra ou a favor, com ou sem tecnologia uma vez que você não pode parar a partida sempre.

Blog: Bernardinho e José Roberto estão há muito tempo dirigindo as seleções nacionais. Esse é o cenário ideal ?

Doug: Pergunta complicada ( ele ri e pensa ). Acho que não. Mas existem nomes e profissionais com a mesma capacidade ? Se não houver, não adianta trocar. Crises existem e o desgaste é natural que aconteça. Não existe unanimidade. Precisa ter respeito e saber quem decide, no caso o técnico. Você acha que todos os jogadores gostam do Bernardinho ? Você acha que todo gostavam de mim ? Seria uma hipocrisia achar que sim. Claro que não. O que pode segurar uma eventual crise ou momento de desgaste são os resultados, mas a mudança é natural e acho que no caso do Brasil não sou eu o mais aconselhado para falar.

Blog: E a seleção feminina dos Estados Unidos ?

Doug: ( ele se anima ). Essa vem forte demais para a olimpíada. Algumas jogadoras estarão de volta casos da  Hooker e Megan. Logan está fora, mas outras podem reaparecer. Acredito que já no mundial o time possa dar trabalho, mas o projeto é para o Rio de Janeiro em 2016.

 

 


Antes tarde do que nunca
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Bruno Voloch

Bernardinho se rendeu.

Ao menos em parte.

Na partida de estreia contra a Alemanha finalmente o treinador deixou de ser 100% Mario Jr, o que convenhamos é um avanço gigantesco.

A obrigação de contar com 2 líberos fez Bernardinho dividir as funções, algo bem comum entre as demais seleções.

Felipe ficou na defesa e Mario Jr no passe.

Para um estreante em mundiais, Felipe não fez feio, pelo contrário e apresentou números acima do esperado. Foi um dos que mais defendeu nos 3 sets.

A atitude de Bernardinho, mesmo que tardia, deixa enorme esperança de mudanças no futuro,

O processo de transição precisa ser lento para não queimar Felipe, que efetivamente ainda não foi testado. Por mais que deixa a desejar, Mario Jr tem experiência de sobra.

O primeiro passo foi dado.

É cedo para avaliar Felipe.

É tarde porém para mudar o sistema atual.

Saudades dos tempos de Serginho.

Boa Bernardinho …