Sheilla dá as caras na decisão
Bruno Voloch
Freguês de caderno, não seria o Japão obstáculo para o Brasil na final do Grand Prix.
Dito e feito.
Dono da melhor campanha na competição, a seleção brasileira confirmou o favoritismo e venceu as japonesas exatamente como se esperava: 3 a 0.
Foi um Brasil à moda antiga com Sheilla inspirada e chamando a responsabilidade na hora decisiva. Maior pontuadora, melhor em quadra e aparecendo em todos os fundamentos.
O Japão, sem tirar os méritos, foi muito além do que se esperava.
É o caso típico de prata com sabor de ouro.
Errou muito em 3 sets, quase 30, e resistiu um pouco mais apenas no terceiro set (27/25) quando as jogadoras brasileiras brigavam também contra a ansiedade natural pelo fim do jogo.
A conquista do Brasil foi merecida e indiscutível sob todos os aspectos, especialmente pelos números absolutamente incontestáveis com uma única derrota em 14 jogos.
Os adversários não passaram nem perto. O resultado negativo diante da Turquia foi obra do acaso.
O fato do Grand Prix não ter sido prioridade para nenhuma das seleções que disputaram, vide o caso da China que atuou com várias reservas, não desmerece em tese o feito da seleção.
Enfrentamos duas vezes a Rússia, sem Gamova e Sokolova, superamos por duas oportunidades os Estados Unidos e a China, e vencemos a Itália, seleção que é 8 ou 80.
O Grand Prix confirmou especialmente a recuperação de Jaqueline, jogadora fundamental no esquema tático de Zé Roberto.
O Grand Prix mostrou que nossas centrais podem fazer a diferença.
O Grand Prix disse ainda que sem passe, o Brasil figa desfigurado, se nivela as demais seleções, perdendo seu referencial.
O décimo título dá moral e confiança a pouco mais de 1 mês do mundial da Itália, objetivo principal de todas as seleções do mundo em 2014.
Vencer é sempre importante.
É preciso porém ter cautela e deixar a euforia demasiada de lado quando o Grand Prix é jogado em ano de campeonato mundial.