Os bons tempos que não voltam mais
Bruno Voloch
A liga mundial é passado.
A seleção brasileira de Bernardinho foca agora no campeonato mundial da Polônia. A competição acontecerá entre os dias 3 e 21 de setembro, ou seja, o técnico terá aproximadamente 5 semanas para treinar o time.
Apesar do vice-campeonato, não da para dizer que o desempenho tenha sido satisfatório.
O Brasil suou para se classificar, jogou 16 partidas e perdeu 8 vezes, sendo que 3 derrotas foram para o Irã, algo que jamais havia acontecido na história do vôlei brasileiro.
O Irã pode ter sido uma grata surpresa, terminou em quarto lugar, mas não pode vencer a seleção brasileira 3 vezes numa mesma edição. Não mesmo.
O Brasil viveu de altos e baixos. Viveu não, ainda vive, esse é o X da questão. O time sobrou contra a Rússia, caiu para o Irã, atropelou a Itália e perdeu para os Estados Unidos. Um interminável perde e ganha.
A geração atual tem potencial, mas tem se mostrado inoperante na hora da decisão.
O Brasil de Giba, Ricardinho, André Nascimento, Nalbert, Serginho, Gustavo e Dante tinha essa característica marcante. Crescia na final e era respeitado, algo que efetivamente não acontece com o grupo atual de Bruno, Mário Jr, Wallace, Lucarelli, Lucão e Sidão.
Basta lembrar as derrotas para a Rússia na olimpíada de 2012, liga mundial de 2013 e mais recentemente o vice diante dos Estados Unidos na Itália.
Desde o título mundial de 2010 foram 4 finais e 4 vices.
Difícil imaginar que Bernardinho tenha coragem de fazer mudanças para a reapresentação em Saquarema na semana que vem. Novidades zero.
Maurício, recuperado de contusão, reaparece.
Nossos concorrentes diretos renovam e apresentam caras novas como Sander, dos Estados Unidos. O Brasil se ressente e não tem peças de reposição.
Na final, uma simples alteração tática do técnico norte-americano 'matou' a seleção.
O time que entrou em quadra contra os Estados Unidos é o que temos de melhor na cabeça de Bernardinho.
Bruno e Wallace, Lucão e Sidão, Murilo e Lucarelli. Mario Jr de líbero.
O levantador está cada vez mais pressionado e 'seco' por um título. Vive também de altos e baixos e ainda não transmite a segurança necessária.
Sorte de Bruno é que Rapha desistiu de ser titular, algo esperado pelas cenário conhecido.
Wallace é hoje a melhor opção como oposto.
Sidão rendeu mais que Lucão, mas nenhum deles está ameaçado de perder a titularidade. Éder é uma boa opção, mas admiro muito o jogo de Isac. Aliás, não entendi a ausência dele.
Murilo ainda não está 100%. Evoluiu, mas está distante do Murilo campeão do mundo em 2010. É uma peça importante dentro e fora de quadra;
Lucarelli está voando, vende saúde e fundamental no esquema tático, leia-se, passe.
E Mario Jr ?
Bem esse segue intocável.
O que causa algum conforto é que Bernardinho, pra lá de perfeccionista, sabe que a seleção não está no ponto ideal.
Tornar esse grupo vencedor e acabar com a 'síndrome do vice' parece ser o maior desafio do técnico.