Superação na hora agá
Bruno Voloch
E a seleção avançou. Quem diria. Por méritos próprios, é verdade.
O time escapou do vexame de ser eliminado ainda na primeira fase da liga mundial. As vitórias, até então improváveis, diante da Itália fora de casa salvaram o Brasil.
Mas é preciso ter uma boa dose de cautela ao analisar a classificação da seleção.
Se foi merecida ou não é uma outra questão, mas foi evidente a evolução da equipe nas 3 últimas partidas, incluindo o jogo contra a Polônia.
A equipe jogou pressionada após as vitórias dessa mesma Polônia contra o Irã e independente da Itália estar completamente fora de ritmo, responsabilidade de Mauro Berruto, mostrou personalidade e voltou a crescer nos momentos decisivos.
Tem sido assim.
Botou pressão, o Brasil reage.
A Itália armou, poupou, fez sua estratégia para o deixar o Brasil de fora das finais, mas esqueceu o mais importante que era vencer em casa e consolidar o planejamento.
Bernardinho encontrou em tese o time titular. Se é o ideal ou não é uma outra discussão. Longa por sinal.
Honestamente não vejo motivo algum para comemoração.
O Brasil não fez mais do que obrigação, terminou com a mesma pontuação da Polônia e se classificou absolutamente no limite.
O mais importante é enaltecer que os jogadores resgataram em parte o prestígio e parecem ter recuperado a confiança perdida no início do torneio.
Parecem.
A cobrança se fez necessária, afinal trata-se do time atual tricampeão do mundo e vice-campeão olímpico.
O desempenho em boa parte da competição foi vergonhoso, como disse o capitão Bruno, após perder para o Irã.
As finais devem servir para mostrar o atual estágio da seleção e com uma diferença:
O que vier será lucro.
O Brasil entra na fase final sem o favoritismo habitual e tira um enorme peso das costas.