Blog do Bruno Voloch

Exemplo de ‘nova gestão’

Bruno Voloch

O vôlei brasileiro, diferente do que se imagina, passa por uma grave crise.

Se dentro de quadra os reflexos já podem ser sentidos com os resultados da seleção masculina, fora de quadra o cenário não é diferente no feminino.

Sheilla, principal estrela, deixou o país e foi para a Turquia. Fabíola seguiu para a Rússia e Fernanda Garay continua na Europa.

Campinas e Barueri fecharam as portas e o número de jogadoras desempregadas simplesmente dobrou em relação ao mesmo período no ano passado.

O quadro é ruim.

A CBV vê e se cala. Não existe perspectiva.

'Gente graúda' se mexeu, os responsáveis assumiram e a 'nova' gestão ainda não disse ao que veio.

Nada menos do que 4 campeãs olímpicas estão fora do mercado, casos de Jaqueline, Fernandinha, Walewska e Valeskinha.

Isso sem contar Ana Tiemi, hoje jogadora de seleção e Carol Gattaz, figura carimbada.

A gente pode ir além se lembrarmos das levantadoras Camila Torquete e Ana Cristina e das centrais Geovana e Luciane Escouto.

Por onde andam algumas menos conhecidas do grande público como Fran Steidele, Milca, Thais Barboza e Thais Bruzza ?

E as líberos Kilara, Dalila, Belzinha, Elyara e Dani Terra ?

Bons valores como Clarisse, Fofinha e Alê Fratoni optaram pelo exterior, mesmo caminho que da jovem central Andressa. Joycinha então nem se fale.

O mercado anda inflacionado e os grandes chegam a pagar entre R$1,5 milhão e 2,0 milhão por temporada para as jogadoras de ponta.

Atletas em fase de crescimento e formação priorizam o lado financeiro e deixam de jogar nos pequenos, onde seriam titulares, para ser banco nos times de frente e embolsar na média algo em torno de R$ 25 mil mês.

São raríssimos os clubes que investem nas divisões de base.

Nenhuma empresa aparece no mercado disposta a botar dinheiro na modalidade. Pior. O Minas, tradicional celeiro de craques, anda cada vez mais enfraquecido.

Isso sem contar os resultados frustrantes nas seleções de base onde até pouco tempo o Brasil era referência.

Assim caminha o vôlei brasileiro em ano de mundial.