Febre e unanimidade
Bruno Voloch
O esporte tem dessas coisas.
É inacreditável. Muita irresponsabilidade.
Carol, central do Rio, virou 'febre' e unanimidade após a participação do Brasil na Montreux Volley Masters.
Até entendo a empolgação dos marinheiros de primeira viagem, mas é preciso ter cautela. São vários os exemplos de jogadoras que nasceram, viveram de lampejos e depois desabrocharam. Sumiram.
Pode não ser o caso da jovem citada, mas é necessário dar tempo ao tempo. Esperar.
Carol fez uma boa superliga, repito superliga, e mereceu ser chamada para a seleção. Fato.
Apresentou ótimo desempenho nos treinamentos em Saquarema, ganhou a confiança da comissão técnica e foi titular na Suíça. Recebeu o prêmio de melhor bloqueadora da competição.
Não custa lembrar aos mais entusiasmados que a maioria dos adversários jogou a Montreux com time B.
Agora simplesmente Carol virou 'imprescindível'. Não dá. Existe ainda um longo caminho a ser percorrido.
Thaísa e Fabiana são intocáveis e não existe termos de comparação entre elas e Carol. Covardia.
Adenízia, pela experiência, é a terceira opção.
Juciely, perdeu espaço, mas ainda faz parte dos planos da comissão técnica e até mesmo Bia, central do Sesi, deve ter uma oportunidade em breve.
Carol, com muito boa vontade, está no bolo com as 3. Nada mais do que isso. Realidade.
É uma jogadora boa de bloqueio, com ataque questionável e obviamente baixa para os padrões internacionais.
Carol tem muito que provar ainda. Não será o bom desempenho na Suíça que irá garantir lugar cativo na seleção. E nem poderia, convenhamos.
Jogar em clube é muito diferente do que na seleção e Carol sentiu na pele quando enfrentou o time B da Rússia, apenas um pequeno exemplo.
Cabe ao técnico José Roberto Guimarães frear essa empolgação e não tenho duvida de que o treinador já está usando desse artifício.
Para o bem da própria Carol, a menos culpada.