Itália sobra contra Brasil
Bruno Voloch
Decepcionante.
Assim foi a passagem da seleção por Jaraguá do Sul.
As vitórias da Itália na sexta-feira e no sábado foram merecidas e incontestáveis.
Poderia parecer precipitado falar apenas da primeira partida e tirar conclusões precipitadas. Mas não.
A história se repetiu no segundo jogo. Placar e tudo. Raríssimos foram os momentos de superioridade da seleção brasileira no fim de semana.
A Itália foi muito superior em todos os fundamentos. Berruto evoluiu, trouxe jogadores muito fortes fisicamente e habilidosos.
O Brasil está mal no aspecto físico, sem líbero e incrivelmente sem confiança, algo inacreditável quando se trata de seleção masculina.
Os 10 a 1 do primeiro set foram vergonhosos. Não me lembro de algo semelhante.
Bernardinho fez o que podia. Usou todos os 12 jogadores relacionados. O time também, ou seja, não tinha jeito.
Berruto mudou a maneira da Itália jogar e Zaytsev está numa forma exuberante. Mas a Itália não é só ele.
Os italianos apresentaram Kovar e Parodi e o levantador Travica deitou e rolou com o passe na mão.
A seleção brasileira abusou dos erros.
A Itália taticamente foi quase perfeita e só não fez 3 a 0 no segundo jogo por causa de um leve descuido no segundo set. Mas não seria nenhuma injustiça.
Foram 14 pontos de bloqueio, contra apenas 6 do Brasil. Números absurdos e preocupantes para a seleção de Bernardinho.
Piano fez 8 e sozinho marcou mais pontos do que todo time do Brasil que só teve Sidão e Théo pontuando no fundamento. Não dá.
Foi impressionante a dificuldade que nossos ponteiros tiveram para rodar. A má fase de Murilo agrava a situação. Maurício vive de altos e baixos e não é solução. Um bom banco com boa vontade.
O início de preparação não serve como desculpa, afinal todas as seleções enfrentam o mesmo problema.
Aliás, não existe desculpa.
O correto é reconhecer que a Itália mudou e para melhor.