Blog do Bruno Voloch

Sheilla dispensa hipocrisia e se mostra acima da média

Bruno Voloch

As jogadoras do Sesi inovaram.

Assim que terminou o jogo contra o Rio, distribuíram beijinhos e abraços e sorridentes comemoraram o vice-campeonato ao lado das adversárias. Mais tarde, os grupos brindariam ainda numa churrascaria da zona sul da cidade.

A cena não foi muito bem digerida pelo rival Osasco. E nem poderia.

Thaísa e Sheilla se mostraram incomodadas.

Ambas acima da média, diga-se de passagem.

Thaísa, contrariada com o que acabara de presenciar, preferiu não polemizar e só postou:

'Não confunda derrotas com fracasso nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitórias'.

Sheilla não.

Angustiada, assistiu passivamente o baile da Unilever diante do Sesi no Maracanãzinho.

Não exagerou.

Foi profissional e se comportou como tal, afinal representa ainda a marca de um grande time, uma empresa.

Sheilla sabe cuidar de sua imagem.

Entrar em quadra, sorrir para as câmeras, fotógrafos e comemorar o terceiro lugar seria muita hipocrisia.

Indagada e provocado ainda no ginásio, Sheilla respondeu mais tarde através das redes sociais:

'Para os torcedores brasileiros, não do Molico, do Unilever ou do Sesi… Terceiro lugar, segundo lugar dói (sic). Não trabalhamos para isso. Então jamais vocês vão me ver comemorando uma derrota, pois fico triste, insatisfeita, isso não quer dizer que não gosto das outras jogadoras, que não respeito. Em nenhum time que passei, comemorei derrota… E jamais vou comemorar!!! Essa sou eu!'

Sheilla errou.

Essa não é você. Assim é o pensamento da maioria, Sheilla.

Nada contra quem se sente bem comemorando uma derrota, mas de fato não combina com a nossa cultura.

Quem por exemplo aceitaria perder a Copa do Mundo ?

Ninguém.

Ou alguém imagina a cena de Felipão e Neymar sorridentes em campo e abraçados ao argentinos, alemães ou italianos que sejam após perderem a final no Maracanã …

Respeitar e aplaudir o vencedor é obrigação.

Mas o desabafo de Sheilla tem sentido.

Ela sabe que existe uma enorme diferença em jogar pelo Rio ou Osasco e defender o Sesi.