Fofão, Brankica Mihajlovic e Carol decidem primeira semfinal em Campinas
Bruno Voloch
O trio formado por Fofão, Carol e Mihajlovic fez a diferença no primeiro jogo e foi determinante na inesperada vitória do Rio sobre Campinas por 3 a 0.
A levantadora do Rio, poupada no returno e nas quartas de final, voltou em grande estilo.
Atuou de maneira simples e objetiva, foi segura, consciente e teve sensibilidade para transformar a sérvia Brankica Mihajlovic na maior pontuadora do jogo.
Se Fofão brilhou, não se pode dizer o mesmo de Claudinha.
Ansiosa, sentiu nitidamente a pressão de jogar uma semifinal, se precipitou em algumas escolhas e mostrou certa imaturidade, algo normal para a situação. Tandara, inexplicavelmente, quase não foi acionada e só a levantadora pode explicar os motivos.
Pior que Claudinha foi o desempenho das líberos Michelle e Teny.
Inseguras, sem iniciativa e personalidade, erraram passes, não passam segurança ao restante do time e levaram o técnico José Roberto Guimarães ao desespero no banco. O treinador de Campinas tinha duas jogadoras para a posição justamente por não confiar na titular e acabou sem nenhuma.
Bernardinho tinha uma, Fabi, e que joga mais do que as duas juntas, o que não é tão difícil.
Mihajlovic jogou por ela e pela companheira Sarah Pavan. A canadense não compareceu. A atacante sérvia arrebentou no ataque e resolveu o jogo para o Rio. Mihajlovic deitou e rolou diante da fragilidade e passividade do bloqueio de Campinas.
O time paulista abusou dos erros nos momentos decisivos e não soube fechar os dois primeiros sets quando jogou em vantagem. Uma vitória em qualquer um dos sets mudaria a cara e quem sabe o resultado final do confronto. A verdade é que a derrota no segundo set 'matou' emocionalmente a equipe que se perdeu completamente na sequência.
Natália, surpreendentemente, foi a jogadora mais lúcida de Campinas em quadra. Pesou contra o saque ineficiente e ausência das centrais.
O terceiro set serviu para coroar a ótima participação de Carol na partida. A jovem e corajosa jogadora de meio do Rio marcou mais 3 pontos, totalizou 6 em 3 sets e só não foi eleita a melhor em quadra por causa dos 21 pontos de Mihajlovic e a volta de Fofão.
Gabi, menos pressionada, foi regular e rodou bolas importantíssimas.
A vitória deixa o Rio muito próximo de mais uma decisão de Superliga. Para tanto basta vencer Campinas em casa no sábado.
O Rio ajustou o sistema de recepção, ganhou confiança na hora certa, cresceu na adversidade e foi muito bem treinado para Campinas, mérito de Bernardinho.
Em tese fez o mais difícil que era vencer o adversário fora após duas derrotas por 3 a 2 na fase de classificação.
Se Tandara voltar a jogar como antes da contusão, Campinas ainda pode passar por cima da fragilidade e a incompetência das líberos, sobreviver e forçar um terceiro jogo novamente dentro de casa. Caso contrário, o Rio deverá jogar sua décima final seguida.