Rotina perigosa e desagradável
Bruno Voloch
E o filme se repetiu, apenas em cenário diferente.
A seleção brasileira novamente caiu diante da Rússia e teve que adiar a comemoração da conquista da Copa dos Campeões.
O Brasil abriu 2 a 0 com facilidade, se impondo com bom jogo, naturalidade e caminhava para fazer 3 a 0 e ser campeão. A entrada de Sivozhelez no lugar de Spiridonov mudou a cara da partida no terceiro set e colocou a Rússia perigosamente no jogo.
Pavlov, carrasco do Brasil na Liga Mundial, Ashchev e Makarov foram responsáveis diretos pela reação russa no quarto set. Com Muserskiy e Ilinykh inspirados, o Brasil não conseguiu evitar a virada no tie-break e a consequente derrota por 15/9. Embalados e com moral, os russos simplesmente ignoraram o Brasil no quinto set.
Bernardinho fez de tudo para evitar o que parecia improvável, mas que virou uma rotina perigosa e desagradável. O banco não fez qualquer diferença, diferente do lado de lá.
Wallace foi o melhor da seleção. Lucão fez sua melhor partida na competição, especialmente no saque, e o bloqueio da Rússia foi determinante a partir do terceiro set. O jogo foi equilibrado no ataque e em número de erros.
A quarta derrota seguida para a Rússia não teve maiores consequências em termos de campeonato e o Brasil segue dependendo somente de suas forças para ser campeão. Basta ganhar da Itália ou fazer dois sets.
Se a seleção será campeã também em função das vitórias surpreendentes do Irã e a irregularidade de Rússia, Itália e Estados Unidos, é uma outra questão, mas que a série de derrotas para os russos começa a incomodar, isso é fato.