Síndrome do Botafogo vai além da queda de Seedorf
Bruno Voloch
Seedorf fez cara feia, deixou o gramado chateado ao ser substituído, mas não pode culpar Oswaldo de Oliveira.
O técnico do Botafogo agiu corretamente, deixou o estrelismo de lado e tirou da equipe que não estava rendendo, caso específico do holandês. É bem verdade que não daria para livrar a cara de muita gente contra a Ponte Preta, mas Seedorf de fato jogou bem abaixo da média. Aliás, jogou não, vem jogando muito mal nas últimas partidas.
Culpar o calendário e o excesso de jogos me parece compreensível, mas nada que possa justificar tamanha queda de produção do jogador. Seedorf saiu de campo, mas Lodeiro também poderia ter sido o escolhido porque fez um péssimo jogo, isso sem falar na cobrança de escanteio absurda onde a bola foi para atrás do gol de Roberto.
Era perfeitamente previsível ver Seedorf despencando e talvez esse tenha sido o grande pecado da comissão técnica.
Juninho, Alex e Zé Roberto são alguns exemplos claros no Vasco, Coritiba e Grêmio respectivamente. Curiosamente, todos vivem ou já viveram momentos de altos e baixos, exatamente o que acontece com o Botafogo.
O que não dá é para deixar de apoiar as decisões de Oswaldo de Oliveira. Não custa lembrar que o técnico foi obrigado a remontar o time uma séria de ocasiões. O treinador pode ser contestado, mas tem crédito de sobra.
O problema do Botafogo vai muito além de Seedorf e Oswaldo. Coincidentemente, a partir de setembro, outubro, como já dissemos anteriormente, o Botafogo cai assustadoramente de produção. Foi assim em anos anteriores e a questão também é emocional.
O título é algo inimaginável após essa sucessão de derrotas. A libertadores é a meta, mas esse objeto sofre séria ameaça se o Botafogo mantiver o nível das últimas atuações.