A covardia de Mano Menezes
Bruno Voloch
Ninguém no Flamengo entende a demissão de Mano Menezes. Nem jogadores, muito menos os dirigentes. Existe uma profunda sensação de decepção e covardia na atitude do ex-treinador.
Mano, menos de 24 horas antes do jogo contra o Atlético-PR, esbanjava otimismo e garantia que o Flamengo não seria rebaixado. Em 45 minutos, segundo tempo da partida, tudo mudou e o mundo desabou na cabeça de Mano.
Por mais que tente convencer as justificativas alegadas são pouco inteligentes e não servem como desculpa.
Mano acabou se contradizendo. O treinador cansou de falar que a reestruturação seria demorada e o trabalho a longo prazo. O Flamengo está próximo, mas não na zona de rebaixamento. Mano sempre deixou claro 'sinais de evolução' nas coletivas. A Copa do Brasil, mesmo diante do cenário caótico é uma realidade e o próximo jogo é contra o virtual rebaixado Náutico, ou seja, existia ainda relativamente ainda um panorama favorável.
A fragilidade do elenco foi reconhecida pelo próprio técnico em diversas oportunidades.
Mano viveu uma gangorra interminável nos 4 meses no comando do Flamengo. Quase nunca repetia a escalação e conviveu, isso é fato, com problemas de contusão e cartões.
Tudo citado porém é pouco para Mano jogar a toalha.
Algo de muito estranho aconteceu no intervalo e depois do jogo contra o Alético-PR. Não seria uma derrota de virada em casa que selaria o destino Mano. O técnico tinha o respaldo da diretoria. Aliás, diga-se de passagem, sumiram todos quando mais precisavam aparecer.
Mano deixa a impressão de que foi covarde ao tomar a decisão de deixar o Flamengo. Para muitos, Mano Menezes era maior que o atual momento do Flamengo. Não.
A 'fuga' propõe que Mano não aguentou a pressão e nenhuma das desculpas apresentadas isenta o técnico.