Quem fala o que não deve, ouve o que não quer
Bruno Voloch
Desnecessária essa polêmica entre Alexey Spiridonov, apelidado de Tintim, e Bernardinho. O técnico da seleção brasileira errou e não tinha a menor necessidade de esculhambar o jogador russo após a derrota no primeiro jogo.
O comportamento de Spiridonov em quadra pode ter passado dos limites, mas todo e qualquer cidadão no mundo tem hoje acesso imediato as redes sociais e a internet. Portanto, seria natural que Spiridonov tomasse conhecimento que foi chamado de 'insano' e 'doente mental' pelo treinador da seleção.
A declaração pode ter sido dada de cabeça quente, mas não combina com Bernardinho, campeão mundial e olímpico.
Spiridonov provou mesmo em quadra ser um atleta diferenciado, mas seria incoerente deixar de admitir as qualidades técnicas e virtudes do jogador russo.
O desabafo de Spiridonov após o jogo e a conquista do título foi uma simples consequência e resposta ao técnico da seleção. Seria pedir demais que Spiridonov ficasse calado e deixasse Mar del Plata sem tirar uma casquinha de Bernardinho.
Spiridonov fez gestos obscenos diante das câmeras direcionados ao treinador.
Quem fala o que não deve, ouve o que não quer.
O que não dá para entender é como Bernardinho acaba caindo numa armadilha como essa. Spiridonov até então era um mero desconhecido e ganhou fama após esse triste e lamentável episódio.
Bernardinho errou, é muito superior e não poderia se rebaixar ao recém-chegado Spiridonov.