O sobe e desce na seleção masculina
Bruno Voloch
Em tese a seleção masculina que participou da Liga Mundial só não contou com Sidão e Murilo. Teoricamente, Bernardinho levou para as finais em Mar del Plata o que tinha de melhor.
É bem verdade que os problemas físicos atrapalham a seleção não é de hoje. Pode até ser uma simples coincidência, mas já virou uma infeliz rotina ver 1 ou 2 jogadores contundidos durante uma competição.
Esse é um tema que deve ser discutido internamente e os métodos usados até então podem ser questionados.
Dante, de 32 anos, é o mais experiente do atual grupo. É nítido que o jogador tem dificuldades em acompanhar o ritmo dos demais e fisicamente não consegue jogar 5 sets. Na olimpíada, Dante já tinha ficado pelo caminho. Fica muito complicado imaginar que o atleta consiga estar em quadra em 2016. Bernardinho parece pensar diferente.
Lucarelli aprovou inteiramente. Está voando em quadra, tem muita saúde e técnica de sobra. Veio para ficar e cumpriu exatamente o que se esperava.
Maurício Borges tem potencial, mas nas vezes em que foi exigido não rendeu. Sentiu a responsabilidade e ficou devendo. Lipe foi usado em poucas oportunidades, mas está longe de ser confiável. Thiago Alves estranhamente virou a última opção e nem jogou.
Diante desse cenário, Murilo e Lucarelli formariam hoje a dupla de ponteiros da seleção e ficaríamos sem banco.
Vissoto teve a falta de sorte de se contundir e Wallace, tirando a final contra a Rússia onde não compareceu, estão muito na frente dos demais opostos. Vissoto é mais maduro, rodado e seria titular, mas Wallace é uma ótima opção na reserva. O jovem Renan ainda tem muito chão pela frente.
Lucão é disparado nosso melhor central e titular absoluto. Sidão joga mais que Éder e recupera naturalmente a posição quando voltar. Éder e Isac estão no mesmo nível. Éder é mais rodado, mas prefiro a juventude e a agressividade de Isac. Maurício é ótimo bloqueador, corre por fora, mas perde nos demais fundamentos.
Mario Jr, diferente do que imaginava, jogou muita bola nas finais da liga mundial e deixou Alan sem chances de sonhar em ser titular da seleção. Confesso, tanto que escrevi sobre o assunto, que o líbero de Campinas poderia ameaçar Mario Jr, mas reconheço que fui convencido do contrário e na bola.
A questão do levantador talvez seja tão delicada como a dos ponteiros. Bruno ganhou status de capitão, ainda tem a preferência de Bernardinho, mas está seguro. William é baixo para os padrões internacionais, mas tem mais precisão do que Bruno. Rapha é o mais jogado dos 3, porém não tem o mesmo prestígio do atual titular. O ex-jogador do Trentino precisaria ser testado, ter sequência de jogos, para ser definitivamente analisado.
Do contrário, Bernardinho e a comissão técnica, embora reconheçam a capacidade do jogador, jamais saberão até onde Rapha pode ir com a camisa da seleção.