Da ficção à realidade
Bruno Voloch
Durou menos de 5 minutos a alegria do Brasil na decisão da Liga Mundial. O que era ficção, os 5 a 0 aplicados nos russos de cara no primeiro set, virou realidade ainda antes da primeira parada técnica.
A seleção brasileira não resistiu e viu uma Rússia simplesmente irrepreensível.
O Brasil resistiu somente o primeiro set e depois foi absolutamente dominado pelo adversário. Vitória incontestável e rigorosamente na bola, sem arbitragem ou desafio.
A superioridade da Rússia foi tamanha que fica difícil e chato analisar tecnicamente o jogo nos dois últimos sets.
Bruno foi inseguro, Wallace não repetiu as boas atuações dos jogos anteriores, Dante fraco e os centrais não acharam o ataque russo. Dá para livrar apenas Lucarelli, com alguns lampejos e Mário Jr, melhor jogador do Brasil na final.
Bernardinho fez de tudo. Trocou as peças, inverteu a rede, tirou Bruno, Wallace, Lucarelli, mas não teve jeito. Lipe e Thiago Alves fizeram apenas figuração na liga mundial.
Do outro lado, Sivozhelez deixou para jogar tudo que sabia na final. Brilhou. Foi decisivo no ataque e no saque.
Grankin, levantador, jogou com passe A o tempo inteiro e não deu chances aos nossos bloqueadores. Por sinal, a seleção brasileira marcou 2 pontos de bloqueio em 3 sets.
Muserskiy foi seguro, atuou com muita personalidade e rodou quase todas as bolas.
O polêmico Spiridonov não comprometeu. Bola mesmo jogou Pavlov. 22 pontos e 1 erro em 3 sets.
A Rússia curiosamente cometeu mais erros que o Brasil, 26 contra 17, mas foi melhor em todos os fundamentos. A Rússia jogou como autêntica campeã. Ao Brasil, restou os 5 minutos de ficção.
Mas a realidade veste vermelho e se acostumou perigosamente a nos vencer.