Uma Rússia à la Cuba e Itália
Bruno Voloch
A decisão olímpica entre Brasil e Rússia só fez a rivalidade entre as duas seleções aumentar.
A partida de abertura das finais da Liga Mundial impressionou pelas provocações de ambos os lados, no melhor estilo Cuba dos anos 80 e Itália de um passado recente.
Curiosamente, os russos deram o tom maior e desde o primeiro set mostraram agressividade na bola e nas comemorações.
Ficou nítido que a maioria dos jogadores brasileiros se assustou com o comportamento do adversário. A arbitragem, talvez até em função do clima pesado da partida, foi abaixo da média.
Dentro de quadra tivemos uma partida equilibrada. A Rússia foi muito melhor no primeiro set. A seleção brasileira reagiu nos sets seguintes, embora tenha apresentado momentos de instabilidade mesmo na vitória.
O quarto set foi um passeio russo e no tie-break venceu quem errou menos e arriscou mais.
Pavlov desequilibrou o jogo e foi o melhor da partida. 27 pontos e atuação segura, decisiva. As entradas de Grankin e Zhilin foram determinantes para a virada russa. Muserskiy rodou bolas importantes e o polêmico Spiridonov idem, especialmente no quinto set.
A Rússia foi melhor na virada de bola, saque e errou menos que o Brasil.
A seleção brasileira mais uma vez ficou sem ponteiros. Apenas Lucarelli cumpriu seu papel. Dante foi mal e quem entrou não segurou. Bruno defendeu muito, mas foi impreciso, embora o passe não tenha ajudado em nada o levantador brasileiro.
Wallace e Vissoto juntos não chegaram a mesma pontuação de Pavlov e Lucão, como sempre, foi o mais regular.
Pode ter faltado maturidade ao time brasileiro que foi surpreendido, aceitou e entrou na provocação do time russo.
Uma Rússia à la Cuba e Itália.