Chegou a hora. Acabou. Cedo é verdade.

Tive a honra como jornalista de poder acompanhar a carreira de Ronaldo. Tive o prazer de ver Ronaldo resolver a Copa de 2002 e me divertir com suas coletivas quase sempre bem humoradas e criativas.

Ronaldo vai deixar saudades.

Cara autêntico e que incomodova muita gente. Aliás, ainda incomoda, convenhamos.

Só que o corpo não aguentou. A cabeça pode e está 100%, mas o corpo não obedece e quando isso acontece, é fatal. No esporte então, determinante.

A Romênia não era o adversário ideal para uma despedida. Ronaldo merecia coisa melhor, com o devido respeito que os romenos merecem.

Ninguém é perfeito e Ronaldo jamais fugiu de suas responsabilidades. Nunca. Sempre assumiu os erros. Dentro e fora de campo. 

A imagem que tenho dele é daquele garoto alto astral, sempre de bem com a vida, tirador de sarro e de um coração enorme.

Fazendo a cobertura da Copa América pelo SPORTV em 1999, me lembro de uma ocasião em que Ronaldo após uma de suas coletivas me parou e perguntou :

– Me diz aí, como são os bastidores do vôlei feminino. Tenho a maior curiosidade.

Ficamos quase uns 20 minutos conversando no hotel em que estávamos na belíssima cidade de Foz do Igauçu. Falamos sobre o vôlei de uma maneira geral, não só os bastidores do feminino, e Ronaldo se mostrou interessado e perplexo como os jogadores de vôlei poderiam treinar inclusive nos dias de jogos.            

Ronaldo parte e deixa saudades.

Parte deste texto escrevi quando Ronaldo anunciou sua aposentadoria. Não mudo uma vírgula.

Aqueles que puderam conviver com ele, como eu e vários jornalistas, nos sentimos envaidecidos por termos feito parte, mesmo que pequena, dessa linda história no esporte.