Osasco tem obrigação de vitória, Vôlei Futuro não, mas clássico é uma incógnita
Bruno Voloch
Difícil prever o que pode acontecer logo mais na partida entre Osasco e Vôlei Futuro.
Teoricamente, Osasco é favorito.
O time é mais forte tecnicamente, tem mais bagagem, joga em casa e tem a melhor linha de recepção da superliga.
Sassá, Jaqueline e Camila Brait formam uma bela linha de passe. As 3 são seguras ao extremo e a presença de Jaqueline equilibra ainda mais esse setor.
O Vôlei Futuro sofre com o passe. Paula e Tandara são inseguras e demonstram instabilidade quando são exigidas. Não tenho a menor dúvida de que Osasco vai ‘caçar’ as duas em quadra. Taticamente, o caminho é esse mesmo.
Sem o passe na mão, Ana Cristina não poderá usar Fabiana e as jogadas de velocidade.
Mas para a tática de Osasco dar certo, a mão das meninas precisa estar calibrada. O saque tem que entrar, se isso acontecer, meio caminho estará andado.
Osasco não pode esquecer que do outro lado vai encontrar a melhor líbero do mundo. Sykora vai fazer de tudo para cobrir as companheiras, fracas nesse fundamento.
E o Vôlei Futuro não tem chances de ganhar ?
Sim, claro.
Jaqueline não está 100% e sem Jaqueline inteira Osasco perde demais. Pior que isso, Osasco não tem peça de reposição. Até aí tudo igual, porque o banco do Vôlei Futuro também é pobre de alternativa.
A boa fase da levantadora Ana Cristina é um dos pontos positivos do time de Araçatuba. Ana está firme, segura, motivada e jogando com segurança. Diria que Ana está num momento melhor do que Carol, embora goste do estilo de jogo da levantadora de Osasco.
Ana está entrosada com Fabiana e usando o máximo que pode a oposta Joycinha. Tandara é uma ótima alternativa. O Vôlei Futuro chega para essa semifinal melhor em termos emocionais do que Osasco. Em quadra também isso tem acontecido e o Vôlei Futuro jogou melhor nas últimas partidas.
As duas equipes no entanto erram demais, não são regulares e têm enorme dificuldade em jogar com o placar atrás.
O elenco de Osasco é mais completo. As centrais são melhores, a oposta Natália e Jaqueline superam Joycinha e Tandara. Sassá e Paula estão no mesmo nível atualmente, mas tem o bloqueio melhor. Já falei de Ana e Carol e quanto Camila Brait, a líbero do Osasco e da seleção terá pela frente a oportunidade, rara diria, de aprender um pouco mais com o talento de Stacy. Essa sim, imbatível na posição.
Osasco defende o título e foi montado para vencer novamente. O Vôlei Futuro não tem obrigação de ser campeão como fazem sempre questão de ressaltar os dirigentes, mas gastou uma grana violenta e ser finalista seria uma maneira de compensar o investimento feito em cima de algumas jogadoras que ainda não corresponderam.