O clima para o segundo jogo das semifinais entre Vôlei Futuro e Cruzeiro é muiro ruim. As autoridades e especialmente a CBV devem estar atentas aos acontecimentos. 

Conforme publicação do Uol e da Folha de São Paulo, a direção do Vôlei Futuro e o jogador Michael acusam a torcida mineira de homofobia. Fora isso, segundo pessoas ligadas ao time de Araçatuba, a equipe sofreu com maus-tratos e ingressos destinados ao Vôlei Futuro não teriam sido distribuídos de maneira correta.

O Vôlei Futuro pede que o STJD julgue o caso e que o Cruzeiro seja punido.

Como assim ?

O próprio Vôlei Futuro não foi punido quando o ginásio Plácido Rocha foi palco de baixarias e confusões entre jogadores e comissões técnicas nas partidas contra a Cimed e o Volta Redonda. Isso sem contar os jogos do campeonato paulista.

Não dá para esquecer a invasão de quadra do jogador Daniel na partida contra a Cimed ainda pela fase de classificação. Daniel apareceu 'do nada' em quadra e lógico teve seu trabalho facilitado pelos seguranças.

Não sou advogado de defesa do Cruzeiro e de nenhuma outra equipe. Mas o passado e os resultados dos julgamentos no tribunal, nos mostram que se depender do STJD nada acontecerá.        

Se realmente Michael foi xingado e 'castigado' pela torcida do Cruzeiro, essa atitude é condenável. 

Escrevi após o jogo que a torcida do Cruzeiro teve um comportamento exemplar em termos de incentivo ao time e que nesse caso a torcida do futebol faz a diferença. Exemplo a ser seguido.

Como controlar quase 3 mil pessoas e suas reações dento de um ginásio ?

Impossível. 

É pura hipocrisia achar que o time adversário será recebido com flores e tapete vermelho. Infelizmente não é assim, que pena. Michael não foi o primeiro e certamente não será o último.

Já tivemos episódios semelhantes com outras estrelas do vôlei e nada, rigorosamente nada aconteceu.    

Dar segurança ao adversário é obrigação, enquanto educar o ser humano é mais complicado, essa que é questão. 

Já entrevistei Michael diversas vezes na televisão e trata-se de um cara simples, de boa índole.

Se está se sentindo ofendido, deve mesmo procurar seus direitos na justiça se for o caso. Atitudes como essa, se realmente aconteceram, não são toleráveis em pleno ano de 2011.

Mas tudo que é dito, precisa ser provado no tribunal. Para o caso de Michael e também das acusações que partiram da direção do Vôlei Futuro.

O Cruzeiro nega tais acusações e afirma categoricamente que essa é uma tentativa do Vôlei Futuro de intimidar os jogadores mineiros.

Pode ser e faz sentido.

Os dirigentes mineiros dizem que os jogadores do Vôlei Futuro deram autógrafos normalmente após o jogo e de fato as imagens mostraram Ricardinho, Vissoto e até Mário Jr perto da torcida do Cruzeiro.

O lamentável disso tudo é que a vaga para a final deveria ser decidida em quadra. Tomara que seja assim. O clima já criado por parte dos dirigentes do Vôlei Futuro é o pior possível para o jogo de sábado. Triste.

É bom novamente lembrar.  A CBV tem obrigação de estar atenta e o Cruzeiro certíssimo em só entrar em quadra se estiver com a integridade física de seus jogadores garantida. 

O torcedor de Araçatuba, local onde já estive algumas vezes, deve responder na 'bola'. Torcer com educação e receber com respeito o adversário. Esse é o melhor 'troco' se realmente tais fatos denunciados são verídicos.

Isso é esporte, um jogo e não uma guerra.